Incertezas do coração

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Com o barulho da forte chuva que caia lá fora, Alexia acorda assustada, mesmo sem lembrar de nada ela sente muito medo de dias chuvosos, sempre se encolhe sozinha num canto, e hoje não foi diferente, ela olhou para Benício que dormia tão sereno, seu rosto relaxado se iluminava pelo clarão dos raios e trovões que entrava pela janela.

Alexia tomada pelo medo levanta sem fazer barulho, fecha as cortinas, e senta numa poltrona que fica ao lado da cama. Enquanto Alexia se encolhia na poltrona, segurando suas pernas trêmulas, as lembranças da sua infância começaram a ressurgir dentro da sua mente confusa. Ela via fleshs embaçados das noites chuvosas no internato, dos raios e trovões que a apavoravam, e do castigo cruel que a diretora impôs a ela.

Aquela noite no internato foi um dos momentos mais difíceis e traumáticos da vida de Alexia. Ela se viu sozinha, isolada na lage da escola, no canto mais frio e desprotegido do pátio. As lágrimas escorriam pelo seu rosto infantil enquanto ela buscava em vão algum conforto para suportar o medo que sentia.

Enquanto Alexia revivia essas memórias, também começou a perceber uma sensação estranha: uma certeza de que sua vida não tinha sido fácil, mesmo que a maior parte das suas lembranças estivesse esquecida até aquele momento. Ela se deu conta de que havia muitas lacunas na sua história, e uma forte necessidade de preencher esses vazios começou a tomar conta dela.

Intrigada com a imagem que via, Alexia decidiu que aquele era o momento de descobrir a verdade sobre seu passado. Ela sabia que teria que enfrentar seus medos e incertezas para encontrar as respostas que tanto ansiava. Com Benício acordando ela se sentiu esperançosa, pois se ele acordou, as sua memória também poderia voltar. Era como se uma chama interior tivesse sido acesa, impulsionando-a a seguir em frente e desvendar os segredos que estavam escondidos em sua própria mente.

Com a chuva ainda forte lá fora e o barulho cada vez mais intenso, ela se perde em pensamentos, tentando buscar mais alguma coisa do seu passado. Mas nada adiantou, somente a imagem da menina chorando que se revelava. Triste por saber que sua infância pode ter sido tão traumatizante, aos poucos seus olhos vão pesando e ela acaba pegando no sono ali mesmo.

Benício que sentiu falta do calor do corpo da Alexia, abre os olhos e vê que ela já não está ao seu lado, ele observa Alexia dormindo sentada na poltrona, levanta e com todo o cuidado ele a coloca na cama ao seu lado, ele vira de frente e observa cada detalhe do lindo rosto de Alexia, e cada vez mais, fica extremamente intrigado pela bela mulher que está na sua frente, levando a mão para o rosto dela, ele fica na dúvida se deve acaricia-la, mas acaba desistindo. Não demora muito eles dormem um do lado do outro, Vanusa quis acorda-los para jantar, mas quando viu eles tão serenos, ele abraçado na cintura dela, decidiu não incomodar.

Logo que Vanusa sai do quarto, Benício abre os olhos, levanta lentamente e sai sem fazer barulho, mesmo com um pouco de dificuldades para andar, ele saiu. Enquanto Benício se afastava silenciosamente do quarto, deixando Alexia dormindo tranquilamente na cama, uma inquietação invadia seu coração. As palavras de Dafne ecoavam em sua mente, mas algo dentro dele se recusava a acreditar que Alexia fosse uma pessoa tão diferente do que parecia.

Determinado a buscar respostas, Benício tomou um táxi e seguiu diretamente para o hotel onde Dafne estava hospedada.

Ele bate na porta, Dafne ao ver ele parado em sua frente fica sem reação.

— Querido, o que faz aqui?

— Por que você mentiu sobre Alexia? Eu estava com ela, percebi que ela é inocente das acusações que você fez. Não consigo ver esse fingimento que você mencionou.— indagou, buscando entender a verdade por trás dos fatos.

Dafne, por sua vez, mostrou-se surpresa e desconcertada pelo questionamento de Benício.

— Sabia! Ela também te enganou? Como você é inocente, amor. Por que está duvidando de mim? Não esperava isso de você.— Disse Dafne, fazendo uma atuação convincente. Ela se fez de ofendida e virou-se para o lado, revirando os olhos em um gesto de falsa indignação.— Esperava de qualquer pessoa, menos de você.

Lembranças Perdidas Where stories live. Discover now