Rapte-me Camaleoa

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"Ser querer ser merecer ser um camaleão.../Rapte-me camaleoa/ Adapte-me ao seu/ Ne me quitte pas/

Fernanda acordou aquela manhã com as duas mulheres abraçadas em seu corpo, com delicadeza desvencilhou dos braços e pernas delas que a envolviam. Ao levantar viu Pitel, achou a mulher ainda mais bonita e sexy, olhou para o lado viu Alane, dessa vez com calma "Seu corpo é tão desenhado" pensou. Fernanda balançou a cabeça tentando desconcentrar, as duas nuas no sofá pareciam ter saído de uma pintura. Fernanda colocou a mão na cabeça que começava a doer, foi ao seu quarto pegou um comprimido e uma roupa mais à vontade. Estava quase finalizando de preparar a refeição quando viu Alane nua apoiada na divisória da sala pra cozinha.

- Bom dia Nanda! - Alane falou dessa vez sorridente.

- Bom dia. - Fernanda respondeu seca-  Você não vai vestir uma roupa Alane?

- Meu vestido de ontem? Você não tem nenhuma para me emprestar? - Alane sorria, um sorriso safado. Fernanda revirava os olhos.

- Espere aqui vou buscar. - Ao passar pela sala viu Pitel se espreguiçando, com um semblante feliz. Passou direto.

- Vê se serve. - Entregou a roupa à Alane - O café está na mesa. - Falou mais alto para Pitel escutar. A morena foi até ela, ainda nua e deu um beijo em seu rosto, sob os olhares de Alane que secava a cacheada.

- Bom dia gostosa. - Pitel disse à Fernanda.

- Bom dia. Coloque uma roupa pra gente tomar o café. - Fernanda falou mais séria vendo os olhares de Alane em Pitel.

O café entre elas seguiu em um clima nada amistoso, Fernanda seca, Alane feliz e Pitel completamente relaxada. Ao finalizar o café Pitel resolveu tomar um banho, deixando Fernanda e Alane sozinhas. Foi Alane, então, que começou o diálogo.

- Foi muito bom passar a noite com vocês Nanda!

- Que bom que gostou, porque isso não vai se repetir mais.

- Só se vocês não quiserem, se quiser eu aceito.

-Alane, não.

- Nunca imaginei que você fosse tão gostosa Nanda.

- Alane já deu. - Fernanda falava enquanto arrumava a cozinha sem paciência com a paraense.

- Pitel então, hummm, pena que você não me deixou aproveitar ela também né. Égua, você é muito gulosa.

- Alane já deu sua hora. Tenho muitas coisas pra fazer. -Alane riu da carioca que a encaminhava para a porta. - Essa noite foi uma loucura, isso não vai repetir nunca mais.

- Foi uma loucura mesmo - Alane saiu mandando um beijo de longe para Fernanda. 

A carioca mal fechou a porta e gritou o nome da parceira:

- Pitel. 

- Oi meu amor - A cacheada respondeu arrastado com o sotaque forte caminhando pelo corredor.

- Você pode me explicar a palhaçada que aconteceu aqui ontem?

- Uma noite de amor- Disse abraçando a carioca - Uma noite de prazer porque merecemos. - Deu um beijo em seu rosto. Elas encaminharam para o sofá e sentaram.

- Não me irrite Pitel, eu já estou puta o suficiente. Desde quando você está falando com a Alane?

- Eu não falo com ela Nanda, eu encontrei com ela no dia do seu jantar.

- Você deixou de ir comigo em um jantar importante pra mim e foi atrás da Alane? Você mentiu na minha cara assim?

- Mulher, você é muito nervosa - A voz de Pitel era baixinha e cheia de sotaque. - Deixa eu te explicar. - Fernanda não olhava Pitel. - Eu tinha pensado em ser nossa despedida de solteira, mas você estava uma pilha de nervo, então eu resolvi antecipar. Quando falei com ela, ela aceitou, mas não sabia que ia aceitar ontem, porque eu avisei em cima da hora.

- Me dá seu celular.

- Nanda, não precisa disso. Eu estou te falando.

- E quais argumentos você arrumou para convencer ela dessa maluquice? Você ficou com ela Pitel?

- Não mulher, fiquei não. Eu já sabia que ela queria desde o dia que veio aqui em casa.

- Você está mentalizando transar com a Alane desde aquele dia? Porra, eu sou muito corna mesmo. Vou ganhar o troféu de tanto tomar no cu de uma vez só.

- Nanda eu pensei em nada. Só que quando tive a ideia achei melhor chamar uma conhecida do que uma aleatória. Não quero meu nome em sites de fofoca. Além do que, ela é uma gostosa também, temos que concordar.

- Cala a boca Pitel. - Fernanda espumava de raiva, Pitel não aguentou e riu da mulher. - Você terminou comigo por causa dela. Eu tinha feito nada cara, nada. O que você acha? Que é normal pra mim ficar com alguma amiga minha? Você beija a Giovanna também?

- Lógico que não Nanda, eu e Gio somos só amigas. A gente terminou porque eu me senti trocada, mas entendi que você jamais faria isso comigo. Ela era mais fácil Nanda, ela já tinha dado sinais, a gente tem que ler os sinais. Eu conheço as pessoas pelo que me mostram, e ela insinuou pra mim aquele dia e pra você também. Foi uma despedida pra gente.

- Como vou casar, lembrando de você comendo ela? Aliás com muita vontade, diga-se de passagem. Como vai ser nosso casamento Pitel?

- Vai ser lindo! Você maravilhosa me esperando no altar, eu indo toda trabalhada na beleza te encontrar. Vamos viver nossa vida linda com o Celo e a Laura, e futuramente com o nosso neném. - Falou beijando seu ombro.

- Pitel eu não te satisfaço? - Fernanda falou em um tom de voz baixo depois de uma breve pausa.

- Oxe tá maluca é? Eu fico com tesão só de lembrar você dentro de mim Nanda.

- Tenho medo de você procurar outras mulheres.

- Não vou buscar, não quero. Só vamos repetir essa noite quando você quiser. - Fernanda a encarou.

- Repetir? Nunca fiz isso na minha vida. Não é agora que vou passar a fazer.

- Mas você não gostou? Porque eu também vi você rebolando nela e não parecia que estava achando ruim! - Pitel falou em tom de brincadeira.

- Cala a boca Pitel, porra você não dá uma dentro.

- Oxe, você aproveitou muito Nanda, foi bom pra todo mundo. Você tem que relaxar, curtir mais as coisas. Parar de remoer coisas que aconteceram e eu sei que ontem você curtiu. Eu te conheço. Ei, olhe pra mim. - Fernanda olhou. - Eu te amo, quero construir minha vida só com você, a gente curtir mais de vez em quando não vai tirar nosso tesão uma na outra. Mas se você não quiser, não precisa também! Fica tranquila! Me dá um beijo? Eu acho que mereço...

Fernanda beijou a morena ao terminar o beijo, Pitel se posicionou melhor no sofá e deitou a cabeça da carioca em seus ombros.

- Que tal assistir um filme? Você escolhe. A gente tira o dia para descansar só a gente.

Ligaram a TV em uma plataforma de streaming e colocaram play no filme. A mente de Fernanda borbulhava, estava perdida, mas amava demais Pitel. Em meio a seus pensamentos chegou a concordar com a nordestina, apesar da loucura a noite tinha sido muito boa, mas isso ela nunca ia confessar.

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