Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar

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(Capítulo não recomendado a menores de 18 anos, vocabulário com teor sexual)

"Eu, que não sei quase nada do mar, descobri que não sei nada de mim/ Clara noite rara nos levando além da arrebentação/ Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão."

Era domingo, Fernanda entregou os dois bolos que tinha para aquela semana, o dinheiro salvaria algumas contas, ela não podia reclamar, estava escolhendo as encomendas. Seu Instagram estava bombando, graças às divulgações feitas no passado e a má administração de uma forte concorrente. Os dias em que fazia os bolos eram sempre agitados, Laura não parava quieta um minuto e Marcelo muito quieto não era motivo de menos preocupação da mãe. Era muito comum ela fazer maratona de filmes com os filhos assim os distraiam momentaneamente. Outras vezes Gabriel passava para buscá-los e ir dar uma volta na orla da praia de Niterói, ou ir ao shopping, programa favorito da Laura que sempre voltava com algum presente.

Fernanda acordou cedo, pensou em fazer um programa diferente com os filhos e pensou se deveria chamar Pitel, desde quarta-feira não falava com a moça cacheada, não que tivesse esquecido ela, mas eram muitas suas obrigações e estava focada no seu trabalho e a dinâmica da sua casa. 

Era 8am quando o telefone de Pitel tocou:

- Alô - Atendeu com voz de sono, sem ler quem estava ligando para ela aquela hora da madrugada.

- Porra Pitel você está dormindo até agora? - Fernanda perguntou indignada, pois pra ela já era meio dia.

- Gente, quem é? 

- Sou eu Pitel, Fernanda, não salvou meu contato?

Pitel recobrou a consciência, "que mancada, por que não olhou antes de atender?"

- Oi Nanda, bom dia pra você também, salvei sim mas não abri o olho para atender. Tudo bem?

- Tudo sim! Estou te ligando porque quero sair com as crianças e pensei em você ir junto com a gente, se quiser, claro.

- Eu quero sim, onde vamos?

- Não sei pensei em um parque, tomar um sorvete, enfim sair de casa. Mas queria que fosse na parte da manhã. Vou pedir o carro do meu pai, posso te buscar aí, devo chegar em duas horas no máximo, dá tempo de você se arrumar com calma.

Pitel concordou e desligaram a ligação. "Arrumar com calma, ela não me conhece" pensou Pitel correndo para o banheiro, ia tomar um banho, escolher um vestido, finalizar o cabelo. Seria um dia especial ia conhecer a família da Fernanda. Não sabia o que representava mas sabia que ia ser importante para ela.

Fernanda por sua vez acordou os filhos com muitos beijos e anunciou:

- Hoje vamos passear, quero apresentar para vocês a amiga da mamãe: Tia Pitel.

Marcelo ouviu atentamente, não expressou muita reação, Laura sorriu, não sabia quem era Tia Pitel mas sabia que ia passear então já era ótimo.

Fernanda dirigiu até o Rio com os filhos no banco de trás, ouvindo Djavan, os três adoravam Djavan e ensaiavam grandes shows ao ritmo das músicas. O waze anunciou que tinha chegado, Fernanda olhou para o casarão, não discordou do aplicativo, mandou mensagem para Pitel dizendo "Pode descer, chegamos." Pitel se sentiu nervosa, parecia que ia pedir a mão da mulher "E se os meninos não gostassem dela?". Ela não costuma ter problemas com crianças, mas aquelas eram diferentes, eram os filhos de uma pessoa que ela gostava muito. Quando apareceu na porta, buscando pelo carro ouviu uma buzina, olhou em direção ao carro, viu Fernanda de cabelos soltos com uma viseira, "que mulher bonita da porra essa". O pensamento de Fernanda não foi diferente, mas diferente de Pitel quando a cacheada se aproximou Fernanda falou:

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