𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀

𝑻𝒖𝒅𝒐 𝒑𝒐𝒓 𝑽𝒐𝒄𝒆̂

LAURA

Não consigo nem falar, continuo deitada na maca sem me mover.

— Tem certeza, Doutora? - minha mãe pergunta aflita.

— Sim, lógico que tenho certeza.

Minha mãe olha para mim com lágrimas nos olhos, Vitor não diz se quer uma palavra.

Me limpo e arrumo meu vestido.

— Ela pode fazer um aborto?

Olho para ele com os olhos arregalados.

— Seria perigoso, além da gravidez ser de risco, já está bem avançada. - fala anotando umas coisas e me entrega uma receita - Vitaminas para tomar e repouso total.

— Vamos embora! - diz sem olhar para mim.

Saimos do consultório e entramos no carro, ele não diz nada e tenho medo de perguntar.

Na velocidade que ele dirigi, logo chegamos em casa e entramos, estão todos na sala esperando a gente chegar.

— E então? - pergunta com animação.

Todos ficam nos olhando, Vitor não diz nada e passa para o escritório.

— Menina...

Eles me olham com pena, Ana Liz vem até mim e me abraça, começo a chorar.

— Ninguém vai tocar nessa criança. - Lucas afirma.

— Quem decide isso não é você. - diz com deboche - Vitor provavelmente vai matar a menina.

— Para com isso, Dimitri! - Estela repreende.

— É a verdade.

Vejo Henrique passar para o escritório.

Meu pai não fala nada, só vem até mim e me abraça.

— Tudo ficará bem. - diz beijando minha cabeça.

— Preciso ficar sozinha. - digo subindo as escadas.

Entro no quarto e me deito chorando, não posso deixar que te façam mau.

— Vou fugir! - digo firme.

Me levanto indo para o closet, procuro nas coisas de Vitor um celular, mas não encontro, provavelmente está com ele.

— Preciso de um celular ou notebook...

Alguém bate na porta.

Volto para o quarto.

— Pode entrar!

— Laura... - diz entrando.

Fico assustada, Vitor odeia que tenha muito contato com seus irmãos.

— Aconteceu algo? - pergunto me sentando afastada.

— Escutei o tumulto lá em baixo. Uma menina...

Abaixo minha cabeça.

— Tudo ficará bem. Vitor não vai fazer nada. - afirma.

— Sabemos que ele vai. - digo firme.

— Eu não vou deixar. - se aproxima - Quero te proteger de tudo.

Fico sem entender.

— Sei que é muito complicado... não aguento mais guardar isso. - diz tocando meu rosto.

— O que está fazendo?

— Gosto de você, Laura.

— Gosta?