𝑪𝒐𝒎𝒆𝒄̧𝒐 𝒅𝒆 𝑷𝒂𝒛

816 50 14
                                    

LAURA

Acordo me sentindo um pouco zonza, tento abrir meus olhos e um clarão invade minha visão.

— Filha... meu amor? - escuto a voz suave da minha mãe.

Abro os olhos com cuidado, sinto minha cabeça latejar.

— Onde estou? O que aconteceu? - pergunto com certa dificuldade.

— Você desmaiou, Laura... - diz segurando minha mão.

— Desmaiei? Por qual motivo? - pergunto confusa.

— Filha... Você vem sofrendo de crises de ansiedade.

Fico calada pensativa, por isso a dificuldade para respirar e a dor no peito.

Afasto esse pensamento por enquanto.

— E o Vitor? Ele está bem?

Minha mãe suspira triste.

— Ele passou por uma cirurgia... Laura, ele entrou em coma.

Demoro alguns segundos para processar o que ela acabou de dizer.

— Em coma? Não pode ser... - sinto algo estranho no peito.

— Eu falei com a Estela, ela está arrasada. - diz se sentando em uma poltrona.

— E o papai? O Henrique vai fazer mesmo algo? - pergunto preocupada.

— São regras da máfia... Ele tem que cumprir. - suspira e vejo uma lágrima cair de seus olhos.

— Mãe... O que vamos fazer?

Ela se levanta.

— Se acalma, tudo que você não precisa agora é de outra crise. - diz segurando minha mão.

Minha mãe beija minha testa e olha dentro dos meus olhos.

— Eu tenho que ir embora, querida... O Henrique mandou eu sair da Itália. - diz passando a mão em meus cabelos.

— Ele não pode fazer isso...

— Você sabe que pode. - afirma tristemente - Ele permitiu que eu veja seu pai antes de ir.

— Podemos pedir ajuda para o tio Marcos.

— Não, Laura! Não quero meter mais ninguém nisso.

— Qual é o seu problema? Você nem parece que quer salvar o papai. - falo com raiva.

Minha mãe me acerta um tapa.

Fico sem acreditar em sua reação, ela nunca me bateu.

— Laura... desculpa... eu-eu...

Ela respira fundo.

— O seu pai fez isso por um motivo. Ele queria isso. Não pense que não estou sofrendo, Laura. - diz a última parte um pouco mais dura e magoada.

— Eu só não entendo...

— Eu sei que não... Sinto muito... - diz e saí do quarto.

Minutos depois uma enfermeira entra e troca o soro e me dar alguns medicamentos, sinto minha visão escurecer e fecho os olhos caindo em um sono profundo.

(…)

Abro os olhos lentamente e sinto que carreguei um urso nas costas.

Minha boca está seca e estou um pouco confusa com tudo que vem acontecendo.

— Mãe? - chamo por ela.

Mas nenhuma resposta, estou sozinha.

Que vazio é esse dentro do peito?

𝐀 𝐌𝐀́𝐅𝐈𝐀Where stories live. Discover now