capítulo 20

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LUPITA CAMPOS

Viro de um lado, e viro do outro. Puta que pariu, quem é que consegue dormir com todos esses gemidos? Minha cabeça parece que vai explodir, ainda estou tentando digerir tudo o que descobri hoje. Agora mais do que nunca, não quero voltar para casa, não conseguiria encarar meu pai novamente, tudo o que sinto por ele é repulsa.

Levanto-me da cama, coçando os olhos. Bato na tela do celular 10:30. Minha única alternativa é descer para o andar de baixo, não estou a fim de ficar escutando o sexo dos outros. Me enrolo no edredom branco, a noite está fria. Desço a escada e percebo que existe uma certa iluminação vinda da sala. Caminho para averiguar. Chris esta deitado no sofá assistindo tv

---- não conseguiu dormir? ---- pergunto me aproximando. No momento que ele me vê, se senta rapidamente

---- com todo aquele barulho? É meio impossível --- ele fala rindo. O sorriso de Chris é bem bonito, por alguma razão não consigo parar de lembrar de como os olhos dele se fecham quando ri.

---- sinto muito por hoje mais cedo ---- abaixo a cabeça para fala, realmente eu exagerei, ele apenas queria ajudar e eu fui rude. Às vezes é difícil consegui controlar meu temperamento

---- está tudo bem. Quer assistir comigo? ---- ele bate om a mão no sofá, indicando que eu me sente ao seu lado. Me desenrolo do edredom, sentando-se no sofá e cobrindo minhas pernas com ele.

---- se for novela coreana, eu prefiro arranca meus olhos ---- falo o encarando.

Ele solta uma risada ---- do que você gosta então?

---- filmes de terror ---- ele solta o ar, como se tivesse desapontado

---- eu não gosto de filmes de terror ---- o encaro. Uma pergunta sempre ocorreu em minha mente, como uma pessoa doce como Chris pode ser perigoso, ao ponto de ser internado num hospital psiquiátrico

---- hoje mais cedo, você fez uma pergunta sobre mim. Posso fazer uma sobre você? --- ele me olha um pouco desconfiado, mas concorda com a cabeça --- o que você fez? Qual foi seu crime?

---- se eu te contar, voce vai mudar comigo.... ---- olho na direção dele, ele está com a cabeça baixa, evitando olha nos meus olhos

---- Eu prometo que não vou ---- estico minha mão, mostrando meu dedo minguinho ---- eu juro

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---- Eu prometo que não vou ---- estico minha mão, mostrando meu dedo minguinho ---- eu juro. ---- ele ergue seu olhar até encontra com o meu novamente

----- A minha mãe era viciada, ela usou drogas durante a gestação toda. Quando eu estava com 3 meses, ela morreu de overdose. Fui mandado para o orfanato, já que ninguém me queria. Aos 6 anos, tive meu primeiro amigo imaginário, a diretora da instituição acho que era apenas coisa de criança. Aos 9 matei a primeira pessoa. O nome dele era Rian, ele me atormentava todos os dias, me batia, me amedrontava por ser o mais velho . Um dia o atrai até o rio e o matei a pedrada. Aos 15 anos, matei a segunda pessoa. Nome dela era Carmen, era a professora de reforço do orfanato. Ela me obrigava a fazer coisas, que eu não queria, ela me tocava em lugares indecentes. Eu a matei a facada. Me virão sair da cena do crime. Me mandarão para a cadeia, mas eu tive um surto, as vozes não paravam de manda machucar as pessoas. Foi assim que fui internado, se não fosse pelo kai eu iria morrer lá

Fico sem reação com tudo aquilo ---- você ainda escuta? As vozes ---- falo um pouco gaguejando

---- não como antes. Você tem medo de mim? ----Chris tenta decifrar meu rosto

--- não, eu não tenho medo de você.... ---- falo com total convecção

---- que bom, por que eu nunca te machucaria ---- ele relaxa a tensão do corpo, voltando sua atenção para a tv

---- o que as vozes falam sobre mim? ---- ele pensa um pouco antes de fala

---- que devo te proteger ----- fico um pouco mais aliviada. Ele é apenas uma pessoa que sofreu muito na vida. Todas as pessoas que ele matou, realmente merecerão morrer. passo pano para ele

---- pode colocar no dorama --- falo me aconchegando melhor no sofá. Os olhos dele brilha à escuta aquilo

Passamos as próximas horas, assistindo um capítulo atras do outro. Tenho que admitir que até que não é ruim

---- posso te perguntar uma última coisa? ---- ele fala derrepente

---- pode --- o encaro confusa

----- Você gosta de mim? ---- meu rosto queima de vergonha. Ta eu realmente sinto algo pelo Chris, mas ainda não sei bem o que é.

---- acho que sim ---- caralho como foi difícil fala isso, é como se eu estivesse assumindo para mim mesma

Ele sorri, um sorriso fofo---- posso segura a sua mão?

---- segura a minha mão? --- pergunto confusa

---- eu posso? ---- aquilo é fofo, mas ao mesmo tempo estranho. Acho que ele anda assistindo doramas de mais. Mas concordo com a proposta. Nossas mãos ficam entrelaças durante a noite toda. Ainda não tenho certeza do que estou fazendo, mas nesse momento não importa.

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