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Eu já não aguentava mais andar.

Já estava anoitecendo quando ao longe vejo a pequena vila.

Escuto o suspirar pesado do meu pai em seguida de uma gargalhada.
- Finalmente. - Ele murmura.

Todos os olhares estão diretamente em mim, mamãe falava muito desta vila mas eu nunca pude vir.

Paramos próximo a um bar e meu pai desce do cavalo, aproveito então para olhar ao redor. Todo o lugar está sob pedras cinzas por todos os lados e ao longe podia-se escutar uma música baixa, sendo cantarolada.

- Fugimos desta vila assim que eu soube a verdade, veja - Ele aponta ao redor. - Todos falavam sobre a traição, e graças a você, tivemos que não retirar, isso é tudo que perdemos. - Fala e amarra o cavalo ao meu lado.  Depois escuto seus passos se distanciarem.

Olho para os meus pés, evitando o contato visual com as pessoas. Porque simplesmente não me abandonaram? Tento espantar as lágrimas que querem cair mas não quero dar mais motivo para humilhação.

Meu pai volta, desta vez com um garrafa de bebida em mãos.

- Venham! Venham! - Ele passa a gritar enquanto ria-se. As pessoas começam a se aproximar, inclusive os bêbados, olhando com curiosidade para mim.

Quando há pessoas o suficiente, papai me puxa até ele.

- Está é filha de uma das melhores prostitutas do sul! - Anuncia em tom alto. O sul era conhecido pelas orgias e prostitutas.
- Ela me foi vendida e agora, senhores, eu a trouxe aqui para revenda! - Fala e os homens passam a gritar animados.
- Está limpa e não possui nenhuma doença! Além de ser completamente submissa! Venham! venham!.
- Porque ela tem o rosto machucado? Não é obediente? - Alguém questiona e tapo meus ouvidos quando gargalhadas ecoam. Não estava nada acostumada com tantas pessoas e tantos sons.

- E-Eh, não é isso! - Papai tenta se explicar, mas após isso as pessoas passam a se dissipar.
- Merda! - Ele ruge completamente irritado.

- Quantas moedas quer por ela? - Uma voz fina surge e eu levanto minha cabeça, um homem imenso, rechonchudo, está no meu campo de visão.
- 300 moedas de ouro, meu amigo. - meu pai rapidamente se anima. O homem gargalha.
- Está muito caro para um prostituta. - Ele diz se aproximando de mim e pega no meu rosto o apertando, fecho os olhos de dor.
- Este corte se tornará uma cicatriz horrenda, essa coisa não vale mais que 50 moedas. - Ele solta meu rosto abruptamente e olha para meu pai com nojo e se afasta.

- Vamos! - Papai fala e me puxa pela corda, levanto-me apressadamente e passo a segui-lo.
- Vamos para alguma estalagem, já está frio.

Encontramos uma, e por 1 moeda de ouro garantimos a noite, mas teríamos que dividir a mesma cama.
Papai me permitiu ser alimentada e tomar um banho, quem sabe amanhã eu iria valer mais que 50 moedas.

Me encolho na cama e tento descansar um pouco, sabe Deus o que me acontecerá amanhã, e enquanto eu tentava, Papai não parava de tagarelar o que faria com as moedas, dentre as mais variadas coisas, ele dizia que iria comprar uma casa agora na vila para então voltar a ter sua vida normal com a mamãe e Lyli.

A L D R I K

- Olhe como está isso! - Darcy reclama alto e eu apenas rio diante sua reação. Ela havia acabado de derrubar seu bolo recém feito, sujando toda a mesa da cozinha. - Essa barriga idiota não ajuda! - Ela bufa.

Me aproximo cauteloso, e a abraço por trás.
- O que eu posso fazer para diminuir seu ódio, meu amor? - Pergunto e afasto seus longos cabelos pretos para o lado, deixando seu pescoço livre para minha boca faminta. Darcy era quase da minha altura o que me permitia sempre a surpreender com beijos quando eu quisesse.

- Oras! Preciso de uma escrava para me ajudar, não consigo fazer quase nada direito com isso! - Ela se afasta de mim e aponta para a barriga, passo minhas mãos na mesma, Darcy estava com 6 meses de gestação e como ela não era magra, a barriga estava bem grande.

- Sabe que não gosto de estranhos em minha casa! - Tento me afastar com raiva, ela retribui da mesma forma.
- Pois então cozinhe e limpe para mim! - Ela grita enraivecida. Sem dizer mais nada pego meu charuto aceso e saio pela porta.

Pego meu cavalo juntamente com as 3 ovelhas na carroça, e parto para a vila mais próxima com o objetivo de trocar essas ovelhas em uma escrava qualquer. Odiava escutar qualquer reclamação que fosse da minha esposa. E odiava ainda mais falar com pessoas, ainda mais as da vila.

Assim que chego no lugar escuto burburinhos, o povo gostava de por meu nome na boca, como se fosse um osso. Desde que meu pai morreu e eu consegui matar seus assassinos, eu havia saído da cidade e tratei de comprar a mansão mais afastada o possível da vila, sem empregados, sem nada. Apenas com a minha esposa para me servir com seu corpo quando eu quisesse.

- Meu deus é o Sr. Stourton?... - Escutei uma mulher murmurar antes de puxar sua criança para longe de mim enquanto eu passava por ela. Sorrio. A sensação de impor medo, era revigorante.
Todos Sabiam meu histórico de homem cruel e também que o sangue que está em minhas mãos não são apenas dos assassinos de meu pai, mas também de várias mulheres que tirei a vida enquanto usava seus corpos e seus maridos que vinham tirar algum tipo de satisfação, tudo o que eu queria, eu conseguia, não importava quanto sangue eu teria que derramar.

- Venham! Venham! - Escuto uma voz logo à frente e havia algumas pessoas ao redor. Assim que notam minha presença as pessoas se afastam.
- Agora apenas 250 moedas de ouro! - Ele anuncia. Desço do cavalo em silêncio e observo o que ele vende. Uma menina está ao seu lado, com as mãos amarradas. Olho-a de cima a baixo. Pele pálida, estatura pequena e magra, cabelos loiros amarrados para trás. Mas quando olho para seu rosto um sorriso se abre no meu. Havia um corte grande, quando sarasse iria ficar uma cicatriz. Seria uma ótima escrava já que não chamaria a atenção de ninguém, a sua beleza se algum dia havia existido, agora era inexistente.

Ela com certeza apanhava muito deste homem e permanecia de pé, ela com certeza aguentará minhas frustrações diárias já que não posso descontar em minha esposa.

- O que ela é?! - Pergunto, minha voz grossa faz a garota dar um pequeno pulo de susto e ela olha para mim. Seus olhos são de um azul que eu nunca havia visto, parecia brilhar.
- Filha de uma das melhores prostitutas do sul, senhor! - O homem fala feliz. - Faz poucos meses que está comigo, não tem nenhuma doença, está limpa! - Ele sorrir. Olho para ele procurando algum vestígio de mentira, vendo várias.
- Não irá conseguir muito por ela, não como prostituta. - Viro o rosto cuspindo no chão. - Este corte se tornará uma cicatriz, como puta não vale nada! Nenhum homem se sentiria atraído por esta deformidade - Falo e o homem suspira.
- Sim, já me disseram isso. - Ele fala olhando para o céu, já estava anoitecendo. - Faz um dia que estou aqui.

Notando o desespero do homem aproveito para dar minha oferta. - Tenho 3 ovelhas saudáveis, podemos negociar por esta coisa, Estão saudáveis, sua mercadoria também, mas a usarei como escrava, minha esposa está grávida. - Dou minha oferta.

- Ela aguenta se o senhor quiser usá-la de outras formas também. - Ele olha para a garota. - Poderá fazer o quiser com ela. - Diz, eu não iria pagar nenhuma moeda de ouro por uma prostituta.

- Quanto vale cada uma delas? - O imbecil indaga, reviro os olhos, não tenho qualquer paciência de lidar com pessoas.
- Cada uma, um pouco mais de 100 moedas. - Falo sincero, não aguenta mais as reclamações de Darcy. Olho para a escrava. Se este homem aceitar minha oferta eu terei que alimentá-la direito por alguns dias antes de começar a usá-la.

Olho novamente para o homem, que esta pensativo.

- Aqui estão elas. - Caminho até a carroça e o homem me acompanha.
- Nossa, elas estão gordas, prontas para retirar a lã... - O homem diz. - Eu aceito a oferta. - Ele estende a mão, e eu a aperto com força. O homem arregala os olhos e se afasta.


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