In the Name of Passion (Série: Jogos De Poder - Livro 01)

Capítulo 22

Nathalie Sancoeur

Alguns dias depois

O salão onde acontecia o evento estava lotado. Mantenho um sorriso singelo enquanto eu sou apresentada a ilustres figuras da alta sociedade. Imagino que a grande maioria delas tem um lado obscuro mantido oculto.

Gabriel parece habituado a esse tipo de evento. Fiquei um pouco indecisa sobre o seu convite pelo fato de não saber nada sobre moda, mas ele sempre dava um jeitinho de me convencer, no sentido de usar até minha própria filha.

O burburinho da multidão, misturado com a música suave que pairava no ar, criava uma atmosfera eletrizante, repleta de antecipação e excitação. Eu me sentia como se estivesse prestes a mergulhar em um mundo de glamour e criatividade.

Nya estava em minha frente admirando todo o local com um brilho de curiosidade em seus olhos. Ao meu lado estava Gabriel com sua pose de dono do mundo, transmitindo seriedade para um homem de negócios. E mesmo perto de mim, não largava a minha cintura, segurava de uma forma possessiva e eu não reclamava disso.

Como se fosse um mantra, sempre dizia em meus pensamentos que Gabriel era diferente de Robert. Os dois era possessivos comigo de um jeito diferente. Robert só me via como uma mercadoria, não uma companheira de verdade. Sempre me culpava de seus ataques de ciúmes, me chamando de tudo quanto era nome ruim e me castigava quando chegávamos em sua residência. E o pior de tudo, ele tinha uma obsessão doentia.

Já Gabriel, demostrou esse lado dele na noite da boate. Bem diferente de Robert, ele não me ver como uma mercadoria ou uma mulher "troféu", é mais como companheirismo. Ele odeia os olhares desejosos de outros homens, não me culpando ou me castigando, e eu amo esse lado possessivo e protetor dele.

Reparo que meia dúzia de mulheres me olha com os semblantes nítidos de desdém estampados em seus rostos que mais parecem de borracha devido ao excesso de maquiagem. Imagino que se deve ao fato de eu ser acompanhante de um homem importante. Identifico também uma pitada de inveja nelas ao me verem ao seu lado. Obvio que não sou cega e compreendo que Gabriel é um homem cobiçado e, devo confessar, muito bonito.

Na verdade, talvez a palavra "bonito" não se enquadre perfeitamente para externar toda a beleza perigosa que ele exala. Sei bem o efeito que sua mera presença masculina causa nas mulheres, visto que também fui atingida pelo charme do Agreste.

O bramido baixo de Gabriel me tira da minha pequena análise de pensamentos.

— Esses bandos de filhos da puta estão querendo perder os olhos hoje. — ouço o seu sussurro de advertência enquanto sua mão apertava mais a minha cintura.

— Por que essa ameaça repentina?

— Porque cada homem desse evento está testando a porra da minha paciência, e isso não é um bom sinal.

— Ao que está se referindo? — questionei franzindo o cenho.

— Aos malditos que está cobiçando a minha mulher.

Balanço a cabeça em negação com um sorriso nos lábios. Apoio minha mão em seu ombro, inclinando-ma mais para cima, aproximando meus lábios em seu ouvido.

— Eles podem me desejar, mas é você que poderá me tocar, meu amor.

Volto a minha atenção em seu rosto e vejo um sorriso malicioso em seus lábios. Esse era um dos motivos que eu me apaixonava cada vez mais pelo Agreste.

— Gabriel. — desvio meu olhar até André que caminhava em nossa direção ao lado de uma mulher loira. Eu a reconheci do dia em que eu fui ao colégio e no dia que Adrien acordou.