Capítulo 07

31 4 17
                                    

Gabriel Agreste

Girei o copo com o líquido âmbar em uma mão, observando o gelo tilintar no vidro e cerrei a mandíbula com tanta força que o osso estalou em decorrência da pressão exercida.

Ergui o meu olhar para os três dos meus soldados que estavam comigo na execução daquele desgraçado, meus olhos faiscavam de raiva.

— Como vocês a perderam, porra? — sibilei, mal contendo a raiva que escorria por cada canto do meu rosto. — Vocês foram treinados para quê mesmo? Se nem capturar uma mulher vocês conseguem fazer.

— Nós lamentamos muito, senhor Agreste. — retrucou um dos soldados, recolhendo os ombros. — Ela foi muito astuta na hora de fugir, e também, a chuva não nos ajudou muito.

— Poupe-me de suas desculpas, quero ela aqui e agora, caralho! — vociferei perdendo a paciência que eu não tinha. — Vão agora e revirem cada canto de Paris, mas tragam ela aqui!

Instantaneamente os três saíram do meu escritório.

Espalmei o copo com força na mesa, o líquido expeliu para os lados, manchando a madeira envernizada. Levei uma mão aos cabelos, puxando-os com força para trás.

Aquela mulher me viu ceifando a vida de uma pessoa, em outras palavras, ela sabia demais e eu tinha que dar um jeito nisso.

Ela sabe de coisas demais para uma civil, para alguém que não é juramentada, e se os membros do conselho souberem da existência dela, eles iriam encher a porra do meu saco para eu cumprir uma de nossas leis. Por lei na máfia, ela deve ser morta ou se tornar uma de nossas prostitutas. E mesmo eu sendo um Don, eu odiava essa lei de merda.

Tenho que encontrá-la o mais rápido possível. E quando a encontrar, irei ter uma conversa com ela e propor um acordo juramentado, assim, ela poderá viver sua vida normalmente. É óbvio, sob a minha supervisão.

Contudo, mesmo com a pouca luminosidade que tínhamos naquele beco, deu para perceber um pouco da aparência daquela mulher. Ela era uma mulher de altura média adulta, tinha uma pele clara e longos cabelos negros, mas o que mais me chamou sua atenção foi os seus olhos em formato de campânula azul. Eu tinha que confessar que a mulher era bonita, na verdade, ela tinha uma beleza encantadora e eu estaria mentindo se nega-se isso.

Sai dos meus pensamentos quando ouvir baterem na porta do meu escritório, logo permiti a entrada de quem quer que seja.

— Aconteceu alguma coisa? — questionei vendo Colt passar pela porta.

Eu estava cansado demais e eu só queria dormir um pouco. Fiquei a noite toda esperando o meu filho sair da cirurgia e quando terminou já estava amanhecendo, e mesmo com a aurora surgindo, fiquei ao lado dele naquele quarto de UTI o dia todo. Só saí quando Adrien teve uma pequena melhora e foi transferido para um quarto normal.

E quando recebi uma mensagem do Colt que ele tinha encontrado o desgraçado que tentou matar o meu filho e depois fugiu, não pensei duas vezes em ir atrás do infeliz. Todavia, com sua morte, além de conseguir o nome do mandante do ataque que estava me dando dor de cabeça, tive uma testemunha.

— Eu vim saber quais serão suas providências sobre aquela mulher. — afirmou Colt com sua carranca séria.

— Encontrá-la o mais rápido possível antes que os membros do conselho saibam sobre ela. — afirmei. — Não quero aplicar as devidas providências conforme as nossas leis.

— Tomei a liberdade de conversar com o nosso amigo da polícia para darmos qualquer informação sobre uma mulher dando queixa sobre o ocorrido. — Colt ainda mantém sua postura séria, percebendo a gravidade da situação. — Tenho certeza de que Roger nos manterá informado sobre qualquer coisa.

In the Name of Passion (Série: Jogos De Poder - Livro 01)Where stories live. Discover now