"Ela salvava vidas enquanto ele as tirava"
Nathalie Sancoeur já passou por muitas coisas nesta vida, e agora tenta levar uma vida calma, pensando em um meio de escapar de seus fantasmas do passado. Formada em medicina, Nathalie é uma das médicas que...
Meu dia começou bem agitado, castigando meus ossos. Meus pés doíam devido à grande quantidade de pacientes que precisava auxiliar durante aquele plantão. Assim, que deu o meu intervalo, desci para o andar de baixo onde fica a lanchonete.
Optei por comer um lanche leve, um sanduíche natural de frango e um suco de limão. Enquanto me preparava para pegar a bandeja e procurar um lugar vago na lanchonete, um cutucão em minhas costas quase me fez derramar o suco na bandeja.
— Oi doutora. — girei os calcanhares e dei de cara com o mesmo rapaz loiro da sala de emergência, onde eu atendi o Adrien. — Sou Félix, o primo do Adrien.
Félix estava diferente da última vez que eu o vi, ele estava mais social do que casual. Ele estava usando uma camisa social branca com uma tipoia no braço direito, calça preta e um tênis branco.
— Caramba, garoto, você quase me fez derramar o suco. — resmunguei.
— Não foi a minha intenção, me perdoe. — disse. — Eu estava passando e vi a senhora aqui na lanchonete. Queria agradecer por ter salvado a vida do meu primo.
— Não foi nada, na verdade, é o meu trabalho, então...
— Mesmo assim, obrigado. — esbouçou um sorriso simpático.
— De nada.
Félix se virou indo em direção a saída. Dei de ombros e segui o meu caminha até uma mesa vazia no canto.
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Depois do almoço, tive que ver como estava a situação dos meus pacientes que atendi recentemente. Resolvi começar por Adrien, que dês da cirurgia eu ainda não tinha o visto, só tinha sido notificada que ele saiu da UTI e foi transferido para um quarto.
Ondine, a enfermeira que me auxiliou, estava no meu lado segurando os materiais necessários para a troca do curativo. Quando chegamos no quarti demos de cara com dois brutamontes que estavam na porta do quarto, Ondine e eu nos entreolhamos e eu dei de ombros. Margareth já tinha me avisado que o pai do jovem tinha colocado seguranças para a proteção dele.
Adrien deve ser uma pessoa importante. — penso.
Entramos no quarto e um silêncio delicioso pairava por ali, quase gritando que estava tudo bem. Meus olhos pairaram na janela que abria espaço para o dia lindo lá fora e, depois, deslizava para a maca onde Adrien estava.
Ele continuava dormindo e sua feição era bem diferente de quando ele chegou. Sua pele estava mais assentada e suas expressões estavam tão leves como as de um bebê dormindo, e isso era muito bom. Sua aparência era bem familiar.
— Admirando o modelo mais cobiçado da França? — franzi minhas sobrancelhas.
