Capítulo 11

38 4 14
                                    

Oliver e eu voltamos para casa e, depois de um boa-noite rápido, seguimos em direção aos nossos quartos. Não perco tempo, cruzo o corredor em umas poucas passadas e fecho a porta atrás de mim. Nem sequer penso, não consigo andar até a cama, nem tenho a dignidade de ir para debaixo do chuveiro; encosto-me contra a madeira e abro meu cinto. Meu cérebro está confuso e meus músculos tensos enquanto brigo com o zíper, abaixando a calça jeans apenas o suficiente para alcançar meu pau. O alívio é tão instantâneo que silvo entredentes e preciso conter minha mão, lembrando-me que o Oliver está no outro canto da casa e as paredes são finas como papel. Se fechar os olhos, ainda posso sentir a pressão da coxa de Dulce contra a minha, o calor que irradiava através do jeans, o deslizar do seu cabelo quando ela passou por mim. Encho os pulmões e bufo, deixando a mente viajar e conjurar cada pensamento lascivo e sujo que tentei reprimir desde que nos tornamos apenas amigos. Fico imaginando se as coisas tivessem sido diferentes esta noite. Eu indo ao bar pegar uma bebida, e ela me acompanhando e me pedindo para encontrá-la no banheiro. A gente treparia na cabine, ela de costas, com as pernas escancaradas, suas mãos presas em uma das minhas. Eu poderia bater nela, apenas o suficiente para deixar a marca da minha mão em sua pele, deixando-a toda molhada e me molhando com ela. Suor brota na minha testa e nas minhas costas. Minha camisa adere à pele, e eu a arranco, largando-a aos meus pés. O som da minha mão no meu pau é obsceno, o tilintar frenético do meu cinto contra o silêncio da casa. De algum modo, isso me deixa mais duro, e o pré-orgasmo começa na ponta e espalha-se pelo resto do membro, deixando minha mão escorregadia. Penso na última vez que transamos e como ela parecia incrível toda amarrada, o quanto ela queria isso. Será que as cordas deixaram alguma marca suave na pele dela depois que eu fui embora? Será que ela aperta e faz com que doa só um pouquinho, apenas para lembrar o que fizemos, como era estar amarrada e sabendo que eu cuidaria dela?

Sou quase surpreendido quando acontece, e gozo com um som de engasgo, mordendo o lábio para ficar calado enquanto um entorpecimento anestésico invade meu corpo. Trabalho até o final do orgasmo, a pele escorregadia enquanto minha mão desliza em estocadas lentas, preguiçosas. Consigo pegar minha camisa e limpo a mão antes de dar três passos e me deixar cair de cara na cama. Não abro os olhos até a manhã seguinte.

P.O.V. Dulce

Estou necessitada, estou enlouquecendo, e nem sequer me dando ao trabalho de negar. Estar perto do Christopher – mesmo ele sendo um completo imbecil, como durante o jantar esta noite – apaga qualquer outra preocupação, e ter ficado trancada com ele naquela caminhonete quase me fez perder a cabeça. Podia sentir o aroma do sabonete dele, o cheiro do seu suor. Podia sentir aqueles olhos sobre mim enquanto ele dirigia, mirando-me de novo e de novo pelo retrovisor. Depois que ele me deixou em casa, subi na poltrona – pensando na nossa noite juntos neste mesmo lugar – antes de pegar no sono ainda vestida. Afinal, não tem ele aqui para me carregar como um frango desossado até a cama e me namorar a noite toda feito um atleta.

De manhã, quebro a rotina pela segunda vez em duas semanas e vou para a Starbucks, a mesma onde encontrei Christopher em seu primeiro dia na cidade. Alerta de spoiler: ele não estava lá. E agora estou postada na porta da Downtown Graffick, esperando que ele venha passar a manhã aqui com o Oliver. Infelizmente, através das janelas, posso ver Oliver no balcão, mas não o Christopher. Droga. Eu deveria ter ido vê-lo em Pacific Beach, já que venci meu orgulho.

Mas o que estou pensando? Que, de algum modo, entre a semana passada e agora nossa situação tenha se tornado conveniente para um relacionamento? Ele mora no Canadá. Eu, em San Diego. Minha mãe está em tratamento contra um câncer agressivo e o negócio familiar dele está indo mal, a menos que ele assine contrato para participar de um reality show que exige que ele esteja solteiro.

Mas todos os outros obstáculos – aqueles que eu achava significativos poucas semanas atrás, incluindo nossa tendência de brigar e o jeito machão dele – não parecem mais relevantes. Nós esmorecemos juntos, encontramos algum tipo de paz. Ademais, gosto desse negócio bizarro com cordas. Gosto do fato de que, usando as próprias mãos e cordas, essas coisas estão tão entranhadas na história de vida dele que o tornam louco para me laçar para esse mundo também, literalmente me amarrando.

No sé si es AmorWhere stories live. Discover now