Capítulo 40

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Não havia vento no aeroporto. Isso mesmo !

Atsushi não conseguia sentir o vento em sua pele enquanto corria em disparada pelo aeroporto. Embora tivesse notado esse pequeno detalhe, o ignorou, refletindo ainda sobre o diálogo com Teruko dentro da sala.

Nunca esteve naquela situação. Lhe proporcionava uma sensação nova, inusitada e desoladora. E ao contrário das outras vezes, não havia ninguém para apontar a decisão certa. Tudo dependia dele.

O platinado freou os pés somente quando seus olhos avistaram de soslaio duas figuras no topo da torre. Sua visão de tigre os reconheceu imediatamente. Era Yumeno, o usuário da habilidade que quase destruiu Yokohama, e ao seu lado a garota que havia sido salva por Kunikida.

— Alguém chegou. — Aya comentou baixinho, preocupada principalmente com a segurança de Bram.

— Droga. — Q resmungou segurando sua boneca.

Arregalaram os olhos a partir do momento em que Atsushi começou a correr em sua direção. A pior decisão, com certeza. Q rangeu os dentes em irritação.

— Idiota, não venha ! É uma-

O aviso foi tardio, algo péssimo para Atsushi.

O ataque do inimigo veio de cima, trajado em preto e branco, e portando olhos vazios e manipulados. Por pouco, Akutagawa não acertou Atsushi com um Rashomon. O mais novo nem conseguia reproduzir as palavras que percorriam sua cabeça, se contentando apenas com os métodos de defesa e o queixo caído enquanto desviava cada ataque do mafioso.

• • •

Kunikida estava ciente do quanto de munição ainda tinha nos bolsos, e se preocupava com a situação. As ilusões de Tanizaki já não estavam sendo efetivas contra a habilidade de Jouno. O cão de caça sempre encontrava uma forma de atacar de volta, forçando os dois a gastarem mais recursos e energia.

A regeneração dele é tão rápida quanto a do Atsushi, a habilidade de se dissipar em partículas também não parece ter limites...se continuar assim, não poderemos achar nem o presidente, nem a Aya. O loiro reflexionava enquanto recarregava o revólver. Tinha um plano a executar.

Deu passos largos para trás, onde acreditava ter visto as hélices de ventilação do corredor antes da criação do espaço ilusório de Tanizaki. Limpou a garganta e estufou o peito.

— Tanizaki, desfaça a ilusão ! — ele ordenou, chamando a atenção dos dois automaticamente.

O ruivo obedeceu sem analisar bem, apenas confiando em seu superior. Ao mesmo tempo, Jouno corria na direção do loiro, mandíbula aberta e de corpo inteiro. Assim como Kunikida queria...

Tenso, o loiro atirou três vezes. Nos três disparos, o corpo de Jouno se dissipou em novas partículas. Quando este chegou no ponto exato do local, Kunikida puxou para cima a alavanca ao lado dos ventiladores, posicionando onde estava escrito “maximo”. Neste instante, a ventania fez os dois quase serem levados.

Kunikida se manteve de pé graças a força com que segurava a alavanca, porém Jouno não teve a mesma sorte. Suas partículas foram levadas para longe, impedindo a reconstrução de seu corpo e seu equilíbrio completo. O detetive sorriu. Finalmente !

Jouno grunhiu. Estava perdendo totalmente a paciência. Quando Kunikida disparou mais duas vezes, demonstrou dor pela primeira vez. Se ele se dissipar nessas circunstâncias, o vento não permitirá que ele reúna as partículas, o forçando a ficar com o corpo o mais rígido possível, uma reação contrário a uma pequeno projétil de metal. Só assim eu consigo feri-lo. O detetive concluiu.

Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs Onde histórias criam vida. Descubra agora