Capítulo 11

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A bebida fumaçava pela superfície da xícara. O pires foi deixado encima da mesa, e não demorou muito para que o homem o tomasse.

Ambos estavam enrolados em bandagens, mas graças a ajuda da Agência e da Diretriz, haviam recebido ajuda médica a tempo. Fitzgerald estava tranquilo, confiante de que quando Atsushi e os outros voltassem para o prédio, estariam com Mitchell curada. Ele precisava confiar nisso.

— Senhor, posso fazer uma pergunta ? — Louise perguntou cruzando as mãos, encarando o olhar despreocupado de seu chefe.

Este confirmou com a cabeça, sem muita força para não prejudicar mais seus ferimentos.

— Das 78 operações que escrevi, 74 propunham vender o esconderijo da Agência para o governo. Seria a oportunidade perfeita para que a Guilda fosse perdoada pela queda do Moby Dick. Por que não aceitou a oferta com os militares ? — o questionamento foi tentador, por isso Fitzgerald afastou a xícara de seu rosto.

— Louise, lembra de como me encontrou nas ruas ?

— Impossível de esquecer. — ela respondeu.

Fitzgerald estava em uma forma lamentável. Sujo e mendigando por aquelas ruas, quase que irreconhecível.

— Sim, naquela época, nenhuma moeda conseguia ascender a mais profunda das minhas esperanças. O desespero rouba a força das pessoas, as deixando no chão. — ele disse recordando do embrulho em seu estômago, da experiência de quase perecer — Mas mesmo nessa situação, nesse desespero, a Agência está lutando com tudo o que tem para provar sua inocência, e está recebendo uma grande ajuda da Diretriz da Meia Noite. Eu costumo ficar do lado com mais chances de ganhar, e nesta competição contra a Decadência do Anjo, o vitorioso será a Agência.

Com a curiosidade saciada, Louise deu um sorriso meigo, confiando nas apostas de seu chefe. Os dias naquela ruas acabadas deram a Fitzgerald mais do que um grande apreço por promoções.

• • •

A criança de cabelo bicolor cantava pelas vielas saltitando, ignorando a discussão entre o executivo e o detetive atrás de si. Como o esperado por Midori, mesmo em organizações diferentes, a relação entre a dupla não havia mudado absolutamente nada, assim como as ofensas.

— Por sua culpa nossos homens andaram em círculos por essas quadras ! — Chuuya exclamou irritado com o mais alto, que enterrou as mãos no bolso e virou o rosto.

— Não estaríamos nessa situação se você fosse tão teimoso ! Como espera mandar o número de homens desproporcional a quantidade de veículos ?! — Dazai perguntou por mera provocação, quando na verdade sabia que Chuuya fizeram aquilo para diminuir as suspeitas. Imagine se vários carros estacionassem pela avenida ?

A morena acreditava que isso continuaria até chegarem em seu carro, estacionado na outra rua, até ouvir a voz com sotaque rural gritar atrás deles:

— Esperem !

Era Kenji, correndo pelas vielas.

— Cadê o seu grupo ? — Midori perguntou com as sobrancelhas estreitas, observando o loiro arfar.

— Alguns carros estavam muito cheios, então dei preferência para alguns mafiosos mais velhos. Tem espaço no seu carro ? — ele perguntou com um olhar ingênuo, o que não surpreendeu a espiã.

Pelo o que havia avaliado de todos os detetives, Kenji com certeza era o mais generoso e educado — além de muito inocente. Estava sempre disposto a fazer uma boa ação, nunca deixando um sorriso gentil mesmo quando falava.

— Tem sim, venha. — ela afirmou seguindo o caminho.

Quando chegaram ao sedan blindado, Chuuya foi o primeiro a se dirigir ao banco do passageiro da frente, mas enquanto esperava a espiã abrir com a chave, seu corpo foi empurrado por Dazai.

Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs Where stories live. Discover now