Capítulo 16

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 Isso sim... é a arte da guerra.

Fora um sussurro baixo, tendo uma utilidade aparente apenas para provocação. Os dois espectadores assistiam tensos quando Akin estava pronto para incendiar o corpo de Maquiavel. Kunikida sentia que algo estava errado. Todos os seus instintos diziam isso.

Seus olhos aguçados se espantaram ao avistar algo dentro da pouca iluminação da sala. Algo brilhando, que parecia aumentar de acordo com os segundos que passavam em seu relógio. Foi rápido, mas ainda a tempo de exclamar:

— Akin, á sua esquerda !

Akin virou o corpo no mesmo instante, lançando uma esfera de chamas negras contra o projétil pequeno que vinha em sua direção. Quando a primeira foi dissolvida no ar, Maquiavel sorriu. A arma escondida na escuridão disparou mais balas, dessa vez parecendo uma metralhadora. O traidor sabia que Akin não conseguiria se defender de todas elas, mas não contava com seus outros inimigos.

O Demônio Dourado se pôs na frente do superintendente, fatiando os projéteis até descarregar a arma. Quando acabou, ouviram um som estranho, como algo sendo destravado. Quando viraram a cabeça, viram o chão embaixo da cadeira de Maquiavel imergir, uma escapatória perfeita.

— Atrás dele, Demônio Dourado. — Koyou ordenou sem paciência, e o fantasma logo a obedeceu.

Ele voou até a abertura no chão, mas não demorou lá. Ele emergiu pulando para trás, surpreendendo sua mestra. Antes que ela realizasse a pergunta, cães robóticos subiram até a sala — os mesmos que faziam a segurança dos esconderijos da Diretriz da Meia Noite.

— Merda. — Akin resmungou.

Os três se prepararam para enfrentar os robôs que subiam cada vez em maior número. Foi então que flocos reluzentes caíram do teto da sala, e um brilho verde iluminou seus corpos.

Reconhecendo o fulgor que os cercavam, Kunikida olhou para trás, encontrando Tanizaki com o dedo indicador na frente dos lábios. Silêncio. Era o que seus olhos queriam dizer.

Os cães robóticos começavam a estranhar a ausência de seus inimigos. As câmeras em seus olhos não detectaram nada. Akin aproveitou essa chance e deu o primeiro passo seguido para fora. Quando todos saíram, correram para longe da sala de Maquiavel.

— O que eram aquelas coisas ? — Koyou indagou aborrecida com a situação, arfando.

Fazia tempo que não corria daquele jeito.

— Eram nossos seguranças. Foi melhor termos corrido antes que ativassem o detector térmico que eles tem nas patas. — a informação não os agradou de nenhuma forma, na verdade, trouxe um pouco mais de pânico.

— Temos que sair daqui e pedir reforços a Capitã. — a indicação de Tanizaki era atraente, e todos concordavam sem ao menos dialogar.

Mas as luzes no teto não cooperaram. As lâmpadas piscaram, até finalmente se apagarem de vez.

— Sem chance. Aquele infeliz desligou toda a energia. — Akin praguejou com raiva.

Os outros três se entreolharam por um rápido momento. A executiva da máfia se virou para o corredor por onde haviam corrido minutos atrás. Estava cansada de fugir.

— Teremos que enfrentar eles aqui. — ela declarou sem ver outra opção — Aquelas coisas tem algum ponto fraco ? Cabeça ? Olhos ?

Ouviram Akin inspirar fundo antes de responde-la.

— A garganta. — ele revelou — Acredito que se acertarem a boca dele, vão acertar também um chip de autodestruição.

— Como assim “acredita” ? — o detetive de óculos questionou suspeitando de algo.

Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt