Capítulo 13

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O sol estava já estava se pondo. Não fazia muito tempo desde a saída de Tolkien, deixando uma Grace às preces em seu escritório, desejando que o resgate corresse bem. Já havia sido notificada sobre a inativação dos robôs, o que diante das alegações anteriores do rapaz, era bem previsível.

Seus pensamentos se espantaram quando ouviu alguém bater na porta. Não eram toques suaves, mas também não tinham a força de um desesperado.

— Entre. — ela permitiu.

A porta se abriu, revelando a figura erétil e firme do Lobo de Prata. O mesmo fechou a porta ao entrar, sem dizer uma palavra inicialmente.

— O que foi ? Sua cara está péssima. — o Dragão Marinho indagou estranhando seu silêncio.

Fukuzawa fechou os olhos com força, mas os reabriu com calma.

— Soube que um navio está partindo para a costa de Yokohama, sob o seu comando. — ele contou dispensando a poltrona a frente da mulher, a encarando com certa severidade.

— Ah sim, está falando do Argo. — ela disse fingindo-se de dissimulada — É o nosso navio-submarino. Usamos para operações marítimas quando...

O som das mãos de Fukuzawa contra a mesa a interrompeu.

— Meus subordinados estão em perigo. O Argo é a escapatória deles, certo ?! — a hipótese do homem não poderia estar mais correta.

A mulher não se amedrontou, lançando os cotovelos sobre a mesa. Suas orbes esmeralda encaravam as azuis metálicos rodeados pelas olheiras do cansaço.

— O que você quer exatamente ? Akiko Yosano está em perigo, o seu tão amado discípulo também. Estou fazendo de tudo para salvar ambos e não causar pânico naqueles abaixo de nós. — ela disse abaixando o tom de voz entre os dentes cerrados.

Enraivecido, Fukuzawa virou o corpo para a vidraça, contendo as palavras em sua boca. Um minuto de silêncio se instalou antes dele voltar a falar.

— Se lembra do Fukuchi, não é ? O líder dos Cães de Caça. — a pergunta teve uma resposta automática, arrastando lembranças com a mesma fluidez da correnteza de um rio.

— Impossível de me esquecer. Às vezes eu o confundia com o diabo, até hoje não tenho ideia de como um sujeito consegue importunar alguém em segundos. — ela disse com certo desgosto na língua.

Mesmo que Fukuzawa não tivesse ido para a guerra, ele ainda era um homem muito temido fora e dentro do governo. Fukuchi tinha ganhado fama em campos de batalha, enquanto Grace...era como uma desertora. Sangue judeu-britânico percorria suas veias, e quando aceitou ir para o exército, concretizou o último pedido de seu pai.

A imagem do mar afogando aquelas centenas de navios europeus havia sido capturada em sua mente, como uma fotografia colorida, com áudio e outros efeitos especiais que a faziam reviver aquele mesmo dia. Sua aliança com o exército japonês foi instantânea, e aquela cena se repetiu várias e várias vezes até a guerra acabar.

— Lembra como ele agia com o inimigo ? Um único refém, uma única informação, e ele já parecia mais satisfeito.

— O que quer dizer ? — Grace perguntou incomodada com os rodeios.

Ele se voltou para a morena com um olhar determinado. Antes mesmo de falar, Grace sabia que já tinha perdido, e que tentar impedi-lo seria tolice.

— Vou me render para o exército. A Agência de Detetives Armados ficará sobre sua responsabilidade enquanto destruímos a Decadência do Anjo. — as palavras assustaram seu corpo, a fazendo estremecer com tanta determinação.

Tríade Armagedom | Bungou Stray Dogs Onde histórias criam vida. Descubra agora