Como eu era antes de você - Destiel

Acidente

Pov Dean Winchester

2007

Quando saio do banheiro, vejo que ela está acordada, recostada nos travesseiros e folheando os prospectos de viagem que estavam ao lado da cama.

Está usando uma camiseta minha e seu cabelo comprido está despenteado de uma maneira que me faz lembrar da noite anterior.

Fico parado, desfrutando da breve recordação
enquanto enxugo meu próprio cabelo com uma toalha.

Ela levanta os olhos em minha direção e faz um beicinho. É um pouco velha para isso, mas estamos juntos há pouco tempo e ainda é bonitinho.

— A gente precisa mesmo fazer algo que envolva escalar montanhas ou se pendurar em ribanceiras? É a primeira vez que vamos tirar férias juntos para
valer e não há uma única viagem nesses folhetos que não envolva se atirar de algum lugar ou — ela finge tremer de frio — usar casacos pesados e grandes.

Ela joga os folhetos na cama e estica os braços bronzeados acima da cabeça.
A voz está rouca, prova de que dormimos pouco.

— Que tal um spa de luxo em Bali? Poderíamos ficar deitados na areia, passar horas sendo paparicados, ter longas noites relaxantes... — me lança um olhar de súplica.

— Não posso ter esse tipo de férias. Preciso de atividade.

— Como se jogar de aviões. -Revira os olhos.

— Não critique até que tenha experimentado. —Respondo.

Ela fica amuada.

— Se você não se importar, acho que vou continuar criticando.

Minha camiseta está ligeiramente úmida em minha pele. passo um pente pelo cabelo, ligo o celular e olho na lista de recados que surge imediatamente na tela.

— Muito bem, preciso ir. Tome seu café da manhã. — me inclino sobre a cama para beijá-la. Ela tem um cheiro morno, perfumado e muito sensual. Inalo o aroma de sua nuca e, por um instante, perco o rumo dos meus pensamentos quando ela me envolve pelo pescoço com os braços, me puxando para a cama.

— Ainda vamos viajar no fim de semana?

Me levanto, relutante.

— Depende do que acontecer nessa reunião. Por enquanto, tudo está meio no ar. Pode ser que eu ainda tenha de ir a Nova York. Que tal jantar num lugar bacana na quinta-feira, para compensar? Você escolhe o restaurante. — alcanço minha jaqueta de motoqueiro que está pendurada atrás da porta.

Ela estreita os olhos, pensativa.

— Jantar com ou sem o Sr. BlackBerry?

— Com quem?

— O Sr. BlackBerry faz com que eu me sinta uma intrusa. — Ela faz beicinho de novo. — Parece que sempre tem uma terceira pessoa disputando sua
atenção.

— Vou colocá-lo no silencioso.

— Dean Winchester! — ela me repreende. — Você precisa desligar esse aparelho em algum momento.

— Na noite passada eu desliguei, não foi?

— Só sob enorme coação.

Um sorriso bobo surge em meus lábios.

— É assim que chamamos isso agora? — Coloco os sapatos.

O efeito que Liza mantinha sobre minha mente se rompe. Jogo a jaqueta de motoqueiro no braço e lanço um beijo no ar para ela ao sair do quarto.