Ligação part. 3

741 64 47
                                    

EU VOU ENCERRAR ESSA ONE SHOT NESSA PARTE, E VOCÊS ESTÃO AVISADAS! ATÉ FIZ ELA MAIOR.

  ▪︎

Os ombros se tensionavam a medida que ela os movimentava para frente e depois para trás, tentando em vão liberar o peso que ali se acumulava. Massagem ou movimento algum seria capaz de lhe tirar o tensionar do corpo inteiro e ela bem sabia disso. O ar na delegacia parecia pesar, se tornando quase palpável, tornando até mesmo o simples e inconsciente ato de respirar algo difícil, algo que ela precisava exercer quase força física para fazer. Por fim, Verônica Torres se levantara, balançando minimamente o rosto enquanto soltava o ar pela boca, abrindo e fechando as mãos suada.

A quantidade de palavrões que se passavam em sua mente naquele momento era inacreditável, ao passo que a mulher se direcionara para o banheiro da DHPP, ignorando tudo e todos em seu caminho. O corpo estava muito próximo, a beira de um precipício alto e perigosamente tentador. Ela queria muito se jogar, se liberar. A porta do banheiro fora aberta e Torres agradecera por estar totalmente sozinha ali, passando a caminhar até estar de frente para uma das pias.

Os olhos castanhos se fitavam no reflexo do espelho, balançando negativamente sua cabeça ao ver o estado muito mais que visível em que estava. Em que momento ela havia pensado que estava conseguindo transparecer tranquilidade quando sua cara gritava todo o tesão que estava sentindo? Aquilo era ridículo, inacreditável em tantos níveis e só de pensar que ainda havia tanto a se fazer até o finalndo expediente, Verônica queria gritar. Como daria conta de tudo quando sua mente e corpo estavam inundados de desejo? As mensagens, os olhares, os dedos molhados... Como colocaria tudo aquilo de lado e simplesmente voltaria ao trabalho sério que precisava fazer?

A mão firme abria o registro da pia, vendo a água começar a cair. Os olhos começaram a fitar o correr do líquido transparente, se perdendo em pensamentos. Onde é que estava se metendo? A mão calmamente se colocara embaixo da água, se molhando como podia e assim ela levara o toque até a nuca, fechando os olhos ao sentir o frio em contato com o quente de sua pele. O toque ali repousara por minutos antes de refazer o movimento de se molhar e voltar a repousar ali.

O lábio fora mordido. Olhos fechados. O barulho da água correndo. O silêncio do lugar.

Seu rosto se levantara, ao passo que ela apoiava suas mãos espalmadas sobre o mármore da pia. A mulher engolira seco, talvez o engolir mais difícil de toda sua vida. E assim, o corpo fora impulsionado para trás, se virando enquanto abria a porta de uma das cabines. Ao adentrar e fechar o trinco da mesma, Verônica se recostara a superfície fria, respirando profundamente, vendo seu peito subir e descer várias vezes. Não podia fazer aquilo, era seu local de trabalho, ela tinha responsabilidades e... E Anita era simplesmente a mulher mais filha da puta que ela havia conhecido em muito tempo.

Enquanto os olhos fechados buscavam paz interior para o simples ato de sair dali e voltar ao trabalho, a porta do banheiro se abrira, cortando de uma só vez o fluxo de respiração de Torres. Se sentia como uma adolescente que havia sido pega em flagrante, sem formas de voltar atrás. Os olhos se abriram, ninguém sabia que ela estava ali, o que estava pensando?

────Escrivã? ────Uma corrente de palavrões silenciosos começavam a escapar de seus lábios ao ouvir o vocativo e logo após o correr da água na torneira. ────Coloquei algumas pastas na sua mesa... Fica até mais tarde por aqui. ────Era possível ouvir a risada baixa, provocativa mais filha da puta que já havia presenciado. ────Ou se preferir, leva para casa e eu te ligo mais tarde. ────O click dos saltos contra o piso indicava que ela estava indo embora, e o abrir e fechar da porta confirmara isso.

────Cachorra... Vagabunda... Filha da pu... Mas que merda! ────Verônica saira dali as pressas, saindo porta fora a passos audíveis, encontrando a delegada a caminhar tranquilamente pelo corredor. ────Doutora?! Uma palavrinha. ────Sua mão se apossara do braço de Berlinger, a fazendo se virar para si, apenas para ver o sorriso imenso em seus lábios vermelhos.

LASCÍVIA ▪︎ one shot. Onde histórias criam vida. Descubra agora