LASCÍVIA ▪︎ one shot.

Ligação

Não me responsabilizo por nada e por ninguém, nem sei como exatamente esse capítulo foi escrito e nem vou pensar muito a respeito. Boa sorte kkkkkkk

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O sofá parecia muito mais confortável para Verônica Torres após o banho ────ao qual ela gostava de se referir como "banho completo", pois o mesmo durava quase uma hora e meia──── e por tal, a mulher se dera o trabalho apenas de vestir uma calcinha lisa preta, rumando para o conforto com uma toalha enrolada em seus fios castanhos. Era final de noite de um dia particularmente cansativo, junto a mulher havia uma taça consideravelmente cheia, a qual ela dava goles e mais goles, a findando sem muito perceber. Ao final do líquido, a escrivã optara por beber diretamente do bico da garrafa, se deliciando com o álcool daquela noite.

Sem burocracias, digitação de documentos e lidar com crimes, Verônica apenas queria ser o mais fútil que conseguia, não ligando para absolutamente nada. A televisão acoplada na parede de sua sala estava ligada, passando alguma serie que ela havia deixado ali apenas pelo conforto de ouvir outras vozes. Enquanto o seriado prosseguia seus dedos deslizavam pela tela do celular, a fazendo dar risada vez por outra. Estava em um aplicativo de relacionamento, e por mais que para a mulher parecesse patético recorrer a tal coisa em um fim de noite, o álcool lhe dera a deixa necessária para apenas ouvir seus pensamentos.

Alguns matchs já haviam sido dados em alguns minutos passeando pelo ambiente virtual, e todos sempre desaguavam na mesmíssima conversa. Era divertido se sentir desejada, ainda que por alguns segundos, que era quando a conversa mínima se findava antes mesmo de tomar maiores proporções. Apenas algumas mulheres e homens ali de fato haviam levado a conversa um tanto além, rendendo a Torres alguns contatos lhe chamando pelo aplicativo de mensagens pessoais. Entre goles e mais goles, o corpo se entorpecia, se tornando cada vez mais leve.

Os olhos castanhos observavam as várias mensagens chegando, e pelo horário, não eram exatamente as mais puritanas, mas ela era uma entusiasta e como não havia compromisso, se deixava levar pelos próprios desejos que cresciam mais e mais, resultado do vinho em demasia. Os números ali não estavam salvos e talvez nunca ficassem salvos, era um costume da escrivã deixar que ficassem assim, mesmo contatos com os quais ela falava diariamente. Em meio a risadas e áudios trocados, Verônica entrara em uma conversa após ler a mensagem pela barra de notificações, porém, os olhos miravam a televisão e por tal, não havia checado para quem aquele áudio estava sendo mandado.

📶 . Eu não sei você... Mas gosto de ser levada para jantar antes de começar a falar sobre tirar a roupa.

O aparelho fora bloqueado e deixado de lado, ao passo que Torres se levantara, indo atrás do resto de vinho de noite atrás que ela havia deixado na geladeira. A ressaca física e moral no outro dia seria gigante, mas no momento atual ela apenas ignorava tal fato. Enquanto voltava da cozinha de sua casa, a mulher ouvira o vibrar do celular por algumas vezes, andando mais rápido em meio a um sorriso, o tomando na mão. O dedo desbloqueara o mesmo pela digital e assim a tela se abrira logo na conversa. Um áudio havia sido mandado e sem prestar muita atenção, ela apenas tocara na tela, passando a ouvir a voz.

📶 . Eu não sei você escrivã... Mas eu prefiro tirar a roupa primeiro antes de pensar em fazer algo tão sério quanto um jantar.

Verônica congelara. Seus olhos fitavam a tela vendo claramente a foto de Anita Berlinger estampada no contato, a fazendo fechar os olhos enquanto começava a rir. Que merda havia feito ali e porque Anita estava contribuindo para aquele incêndio desastroso.

📶 . Doutora, mil perdões *risada* , eu mandei a mensagem certa para a pessoa errada! Me desculpa.

Alguns minutos se passaram enquanto ela ainda olhava incredula para o que havia feito, porém, com o álcool em suas veias correndo, não havia exatamente uma grandiosa preocupação sobre o fato. Agora, embaixo do número de Anita haviam palavras indicando que ela estava gravando um áudio, o que fizera Torres se sentar, virando a garrafa de vinho nos lábios.