LASCÍVIA ▪︎ one shot.

Doce e proibido desejo

Não, essa fanfic não se resume a atos libidinosos... Mas até agora tá sendo assim kkkkkkk. Esse capítulo é inspirado em Older, da Isabel LaRosa (muito boa).

Aproveitem e passem mal, porque eu passei.

   ▪︎

A sala parecia mais gélida que o normal devido a chuva intensa que abatia São Paulo com o cair da noite, fazendo com que a delegada geral cruzasse suas pernas enquanto deslizava suas mãos pelos braços desnudos. Péssima hora que havia decidido usar aquele maldito vestido. Os olhos azuis tentavam focar nos documentos na tela do computador, porém, o estremecer de seu corpo lhe tirava considerávelmente o foco que precisava.

Aquele era seu emprego dos sonhos, havia batalhado imensamente por aquilo e agora todo o trabalho burocrático minava seus sonhos de adolescente. Berlinger amava a adrenalina de estar em campo, empunhar uma arma sempre lhe dera a descarga de energia que nada nunca fora capaz de lhe conceder. De fato era o emprego dos sonhos, mas se ela pudesse, algumas mudanças consideráveis seriam aplicadas as suas funções.

Com o conquistar de seus sonhos também vinham certas responsabilidades e... Bom, o lidar com pessoas estando em um cargo altíssimo de poder poderia facilmente lhe tirar do prumo, mais vezes do que gostaria. Os olhos fitavam a silhueta a trabalhar em frente ao computador, se arrependendo de colocar os olhos ali no mesmo segundo. Anita suspirara, engolindo seco. Precisava focar, precisava de uma blusa de frio, precisava...

Verônica repousara suas mãos nas laterais de seu pescoço, era perceptível ainda que pela pouca luz que ela aplicava pressão ali, descendo para os ombros enquanto movimentava seu pescoço. Estava aliviando sua tensão.

Do que Anita precisava mesmo? A loira balançara seu próprio rosto, suspirando enquanto tentava voltar sua atenção ao trabalho extremamente chato. Porém, antes que os olhos pudessem de fato encarar a tela luminosa, ela vira Torres se levantar, passando a caminhar em direção a sua sala. Ela umedecera os lábios, engolindo seco enquanto organizava sua melhor postura. A escrivã caminhava de maneira despreocupada e assim que notara que o olhar da delagada estava sobre ela, Verônica sorrira de maneira provocativa. Sua mão alcançara a maçaneta, abrindo a mesma para logo adentrar, fechando e se apoiando contra a porta.

────Todo mundo já foi embora... Você reparou, doutora? ────Suas pernas se cruzavam, muito bem delineadas pela calça preta ridiculamente apertada que ela usava. ────Eu queria... Conversar sobre aquele assunto... Lembra? ────Berlinger deixava o ar escapar pelos lábios entre abertos enquanto via a mulher se aproximar mais e mais, dando a volta em sua mesa.

────Não temos nada para conversar, escrivã... Já disse isso para você na outra noite. ────Torres sorrira minimamente tocando a ponta do dedo sobre a mesa enquanto se abaixava, ficando com os lábios próximos da orelha da delegada.

────Na noite em que me fodeu no seu carro? Me desculpa, doutora... Eu não consigo lembrar de nada além do seu gemido. ────Os lábios da mais velha se comprimiam, ao passo que ela desviava da proximidade, voltando seus olhos para o computador.

O cruzar de suas pernas se tornava mais apertado, seu pé se balançava rápidamente em um claro sinal de nervosismo. Verônica não precisava citar ou mesmo lembrar, Berlinger tinha uma memória clara sobre a noite que finalmente havia cedido as investidas da escrivã. Maldito dia. A delegada prezava pelo bom andamento de seu departamento, e mais do que isso, prezava por relações estritamente profissionais. Mas seus princípios, quando colocados de frente para a mais nova, pareciam cair por terra da pior forma possível.

Enquanto a delegada divagava e voltava para a noite que havia experienciado um prazer absurdo, Verônica fizera questão de deixar uma caneta cair da mesa, se abaixando lentamente enquanto a fitava de forma despudorada, levando a mão que estava na mesa para a coxa da delegada. Anita mantinha seus lábios um tanto abertos, era a única forma de respirar minimamente bem com aquela situação.