Final de ano part 2

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A confraternização seguia de maneira tranquila a medida que as horas iam se passando, o álcool começava a fazer efeito, deixar os corpos ali presentes quentes e felizes, sendo possível dizer coisas um tanto mais impensadas, sem que passasse por um crivo de responsabilidade muito grande. A companhia de Nelson também havia chegado, e enquanto os dois homens atraiam alguns olhares de pessoas que não possuíam certeza sobre a sexualidade do hacker da casa, Verônica sentia o peito esquentar.

O clima era sim agradável, as luzes amareladas e as risadas a faziam se sentir extremamente confortável, porém, havia algo a lhe desestabilizar e não passava de puro desejo. Havia prometido a si mesma que não faria da comemoração uma oportunidade para estar próxima de Anita de outra forma, porém, ela a queria e queria muito, de um jeito que nem em mil anos Torres conseguiria controlar. O vestido preto, os fios loiros e os olhos azuis, tudo coroado com o copo de uísque em suas mãos enquanto ela sorria por pura cordialidade. Como seria tê-la sorrindo com os lábios perto dos seus? Verônica umedecera seus lábios, virando o restante do líquido que havia em sua garrafa.

Estava ali, em pé embaixo das luzes amarelas penduradas, observando a mulher que estava um tanto longe de si. Como em um contrato firmado em silêncio, Anita a fitara de longe por várias vezes até ter certeza de que os olhares de fato estavam se completando, ao que ela sorrira quando finalmente houve certeza. Uma dose a mais de uísque lhe fora servida e discretamente ela levantara o copo em direção a Verônica, rápido como um tiro e de fato a escrivã havia sido muito bem atingida. A loira sorrira largamente, passando a língua em seus lábios antes de dar a maior desculpa esfarrapada de toda sua vida, se ausentando da conversa na qual estava inserida.

Suas pernas caminhavam de maneira lenta, de maneira a confundir ainda mais os pensamentos já confusos de Verônica. Antes de adentrar a casa, Berlinger a fitara por cima do ombro, dando um gole no drink e só assim sumindo pelo interior do lugar. Mais do que depressa a escrivã organizara seu terno, deixando a garrafa vazia para trás enquanto se enfiava em meio as pessoas, tentando caminhar o mais rápido que conseguia com um único objetivo. Ao se deparar com o interior da casa, a escrivã perceber o quão era enorme e cheia de corredores, o que dificultava consideravelmente encontrar a mulher que ali havia entrado, uma vez que Torres não fazia ideia de para onde ela havia ido.

Seus sentidos já se faziam turvos naquele momento, cortesia de todo o álcool ingerido antes e depois de sair da casa de Nelson. A música do lado de fora ficava mais e mais longe a medida que tudo o que ela conseguia ouvir eram seus próprios passos, andando sem ter um exato rumo. Diversos corredores foram averiguados, como um jogo de gato e rato, a irritando não por não encontra-la, mas sim por saber o que Anita estava querendo provocar ao sumir daquela forma. Por fim, a escrivã subira para o segundo andar, percebendo enfim o silêncio considerável, afastando-se completamente das pessoas do lado de fora. Ela respirara fundo, sentindo o peito esquentar.

────Verônica Torres. ────O tom usado para dizer seu nome era de pura provocação, o que a fizera olhar para a frente, mais especificamente para o final do corredor.

A delegada estava ali parada, encostada contra a parede com uma das pernas dobradas, deixando seu salto descansar contra a estrutura que lhe dava sustentação. O copo que ela segurava ainda estava um tanto cheio, e por vezes ela o virava aos lábios enquanto percebia o quanto Torres chegava mais perto. Os passos firmes passavam a ecoar, indo um tanto mais rápido, fazendo com que a risada da delegada ecoasse pelo andar vazio. Amava o quanto Verônica era extremamente expressiva, mais ainda quando estava com sentimentos a flor da pele, o que particularmente a divertia.

────Anita... O quê... O quê está fazendo aqui? ────A loira negara com a cabeça com uma expressão irônica, sentindo o corpo da mulher se aproximar do seu.

────A festa é lá fora e ainda sim você veio buscar por algo melhor aqui em cima, eu imagino... Do contrário não iria me seguir querendo muito saber o que vim fazer aqui em cima. ────Fora a vez da escrivã sorrir, a vendo sorver o líquido escuro.

────Quem disse que te segui? Só vim parar aqui em cima... Procurando pelo banheiro. ────Os olhos azuis a fitavam de lado, terminando de engolir o líquido.

────Quer se aliviar, Verônica? ────A morena dera uma risada baixa, negando com a cabeça enquanto corria seu próprio toque por seu rosto tentando de fato se aliviar da tensão que crescia.

Como uma mulher só poderia fazê-la se sentir daquela forma? Estava desconcertada, desejosa, quase entrando em uma espécie de síncope. Berlinger já havia lhe provocado antes, por diversas vezes, mas nada tão claro quanto o que estava ocorrendo ali.

────Talvez... Não estou conseguindo muito bem pensar em como fazer isso, alguma dica, doutora? ────A mulher sorrira, levando dois de seus dedos para dentro do copo, os molhando consideravelmente ali.

O corpo se desencostara da parede, fechando a mínima distância que ainda havia entre as duas. Seu toque iniciara o desenhar de uma linha no pescoço de Verônica, indo até o início de sua clavícula. Ao terminar, a mão que Anita usava para fazer seu desenho agora puxava o cabelo escuro de Torres para o lado, lhe dando a abertura necessária para tocar a pele da mulher com sua língua. O hálito quente em mescla com o toque molhado fizera Verônica gemer sem que a mesma percebesse o que estava fazendo. O quente do toque pecorria o início de sua clavícula, passando pelo meio de seu pescoço e então desaguara em seu maxilar.

────Costumo fazer isso em outro lugar mais específico... Mas você está tão... Sensível.... ────A respiração pesada que exalava álcool lhe tocava a pele molhada, a fazendo morder com força seu lábio inferior. ────...Acho que não aguentaria! ────Berlinger sorrira, a fitando como podia em vista da pouca distância.

Fora a vez de Verônica agir, caminhando para frente sem pensar duas vezes, colando o corpo a sua frente contra a parede. Suas mãos livres passeavam pelas coxas da mulher, subindo aquele vestido maldito que ela havia observado a noite inteira. O tecido ia subindo, lhe dando mais e mais possibilidades de tocar a pele macia que a delegada possuía, subindo até que fizesse o vestido estar quase na cintura da mulher. Seu toque apertava a bunda de Anita com força, a fazendo arfar enquanto os olhos se encontravam. A música e as conversas estavam longe, e apenas as respirações mescladas eram ouvidas agora.

────Usar uma calcinha dessa embaixo desse vestido é sacanagem, doutora. ────A cabeça de Berlinger se encostara contra a parede, deslizando minimamente para que seu rosto subisse em meio a um sorriso provocativo. ────Porque não para de conversinhas mínimas e de fato me diz o que quer comigo? ────A loira deixara que seu sorriso se tornasse maior, sentindo as mãos de Verônica tocarem a lateral de sua calcinha, o que a fizera bebericar seu drink, tentando em vão manter seu próprio autocontrole.

────Eu posso dizer o que de fato quero, Verônica? Você parece estar brincando com as palavras tanto quanto eu. ────Os lábios assumiam uma distância mínima, extremamente perigosa. ────Tava querendo saber o gosto da minha boca a noite inteira que eu sei. ────Sua coxa fora apertada consideravelmente, sendo dobrada e então colocada ao redor do quadril da escrivã, possibilitando que os corpo se juntassem de vez e o meio de suas pernas fosse pressionado.

────Você é tão boa conversando, me provocando e me passando vontade com pouquissimo.... É boa me dando o que quero também? ────Sua boca percorria o pescoço extremamente cheiroso da delegada, arranhando seus dentes enquanto permanecia ali, falando baixo.

────Hm Verônica... Eu acho que... ────Sua mão dominante subia vagarosamente pelo corpo da outra mulher, até desaguar de vez no pescoço da mesma, apertando enquanto a afastava de si, possibilitando que a mesma se desvencilhasse do toque. ────Vai ter que me dar muito mais que uma conversinha para me ter como quer, entendeu escrivã? ────Sua mão dera três tapinhas no rosto de Verônica antes de se afastar, passando a andar enquanto abaixava o vestido como podia, a olhando por cima do ombro. ────Me convence! Você não vai se arrepender... Quem sabe ano que vem você tem sorte!

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Não aceito represálias

LASCÍVIA ▪︎ one shot. Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang