Capítulo 51

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✘ Louis ✘

Eu não consegui evitar, sei que aquele comentário era desnecessário uma vez que eu não sei nada sobre aquela criança nem sei se ela é realmente minha. Mas eu senti qualquer coisa diferente ao vê-la. Não era como ver qualquer outro bebé, era como se estivesse sobre a presença de um bebé especial. E acho que realmente era, porque a cara da Filipa disse tudo.


"Como assim o bebé é teu?" A Eleanor guinchou demasiado ofendida.

"Não sei." Encolhi os ombros. "Eu não sei como se fazem os bebés nem de onde é que eles vêm, também não deves saber El." Disse irónico.

"Hey,não me fales assim." Bufou ela.

"Eleanor, não me chateies agora." Revirei os olhos. "Eu nem sei se a criança é minha ou não."

"Mas é." A Filipa interviu pela primeira vez.


Eu não estava mesmo preparado para saber uma coisa destas, porém acho que não posso ficar chateado. Mas não consigo parar de pensar no facto de que ela desapareceu por mais de um ano e ainda assim é capaz de voltar e fazer com que o meu mundo dê voltas e voltas mais rápidas que o normal. Uma criança? Eu não quero negá-la. Mas o que vai ser de mim? Chegar à imprensa e revelar que afinal tenho uma filha, que por acaso só conheci agora, independentemente de ela parecer que já tem quase um ano. O que é que vão pensar de mim? Eu nem sequer namoro com ela não é? As pessoas iam julgar e julgar vezes sem conta.


"Podemos falar?" Eu questionei automaticamente à Filipa.

"Hm, sim, claro." Ela aceitou hesitante.

"Podes trazê-la?" Perguntei com um sorriso.

"Óbvio." Ela respondeu-me também com um sorriso.


O Harry entregou a pequenina à Filipa e eu caminhei na frente, até chegar ao quarto que antes era da Filipa. Fiquei surpreso ao ver o que estava lá dentro e a forma como estava decorado e tudo isso, aposto que foi obra do Zayn. Da última vez que fomos a Portugal, foi a última vez que tentei entrar neste quarto, as memórias consomiam-me, os pesadelos faziam gritar e procurar pela figura feminina que há muito me tinha deixado. O seu cheiro aos poucos foi abandonando os lençóis, as lágrimas foram secando e por fim, o sentimento congelou-se, pronto para talvez voltar mais tarde. Tal como voltou agora e para ser sincero, eu não estava preparado para tal coisa.


"Vais ficar muito tempo?" Murmurei vendo a sua mala.

"Talvez uma semana, não sei." Ela encolheu os ombros e sentou-se na cama, com a bebé ao seu colo.

"Hm, está bem." Engoli a seco antes de encarar ambas. "Qual é o nome dela?"

"Hope." Ela respondeu simplesmente, começando depois a brincar com a bebé que tentava conversar.


Ali estava mais uma facada. Sei que ela não escolheu Hope por ser bonito e tretas dessas, sei o que significa, sei o que a bebé significa e pergunto-me se ela lhe deu o meu nome.


"E, hm, tu..." Respirei fundo antes de continuar, tanto nervosismo dava cabo de mim.

"Ainda não, Louis." Ela respondeu assim que me sentei na cadeira, ela sabia o que eu queria dizer com isto. "Mas, estava com esperança que me respondesses se posso ou não colocar o teu nome como o último dela. Achei que, por respeito, não o devia fazer sem o teu consentimento."

"Oh, claro." Pestanejei, observando aquilo que eu sempre quis, não tão cedo quanto isto. "Mas podes dar-lhe o meu nome, como é óbvio." Sorri.

"Obrigada." Ela riu um pouco sarcasticamente e eu entendi, não era mais que a minha obrigação dar-lhe o meu nome certo?

"De nada." Eu revirei os olhos sem ela ver. "Achas que posso pegar nela?"

"Sim, cuidado."


Ela riu-se e eu também, não era a primeira vez que eu pegava numa criança. Porém, era a primeira vez que eu pegava nesta criança, na minha filha, e ela parecia ser uma bebé tão feliz que eu só tive vontade de chorar quando a Filipa me pôs ela nos braços.


"Quanto tempo é que ela tem?" Questionei.

"Cinco meses."

"Quando é que pensas em ir embora mesmo?"

"Eu pensei só ficar uma semana, mas sinceramente, eu não sei. Gostava que convivesses com a Hope, mas ao mesmo tempo não quero que depois seja difícil quando eu voltar para Portugal tu separares-te dela." Ela explicou. "Mas claro, eu pensei em apenas vir apresentá-la e depois voltar lá para tratar das coisas do nome e assim, sinceramente nem sei como é que me deixaram trazê-la para aqui enquanto ela está ilegal e assim."

"Oh, tudo bem então."

"Queres dar-lhe de comida?" Ela falou e eu olhei para ela, estava a sorrir e oh, o quanto eu tinha saudades do sorriso dela.

"Se puder ser, quero." Ri levemente.


A bebé estava a bater palmas, sentada no meu colo enquanto eu a segurava com uma mão nas perninhas e outra nas costas. A Filipa foi a uma das malas que tinha trazido consigo e tirou uma pequena embalagem que fazia lembrar um género de um iogurte, só que o seu conteúdo era diferente.

Ela deu-me para a mão e uma colher pequena e cor-de-rosa.


"O que é isto?" Ri enquanto abria aquilo.

"É papa." Ela revirou os olhos como se eu fosse muito ignorante e riu-se.

"Como é que foi lá em Portugal?" Falei um pouco cuidadosamente, não queria tocar na ferida.

"Bem, foi normal eu acho." Ela suspirou. "Não vou dizer que foi bom estar presa e ter uma criança na prisão, porque na verdade foi horrível. Mas fiz uma amiga nova e consegui cuidar da Hope, coisa que não pensei ser capaz." Ela riu um pouco. "Mas eu acho que precisava daquilo sabes? Como se eu própria achasse que era bem feito para mim aquilo ter acontecido, eu sei que merecia qualquer tipo de castigo eu não podia simplesmente fugir das coisas e não esperar qualquer coisa em troca."

"Pois, eu concordo com isso." Eu respirei fundo e continuei a alimentar a Hope. "E eu queria pedir-te desculpa."

"Porquê?" Ela disse surpreendida.

"Eu acho que fui tão incorrecto contigo." Suspirei. "E acho que devíamos ter uma conversa, a sério."



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REVELAÇÕES AMIGAS, REVELAÇÕES! O que é que acharam disto huh? Muito bom ahahah

Btw, mudei a capa, o que é que vocês acham, é um sim ou não? xD

Anyway, o Louis não desrespeitou ninguém por isso, amem-me ahah 

Kiss Me - L.T {Terminada}Where stories live. Discover now