Capítulo 48

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✘ Filipa ✘

Eu poderia descrever o que sinto agora, a pura felicidade que fervilha dentro de mim. A energia que tenho e que quero gastar por tudo quanto é sítio, o tamanho da vontade infinita que me faz querer viajar por todo o mundo e mostrar as coisas boas de vida à minha pequena peste.

É finalmente hoje que eu poderei sair desta merda de caverna e poder ser feliz novamente. Sei que as coisas vão ser minimamente diferentes porque agora serei uma mãe solteira com cadastro que não é capaz sequer de contar ao seu ex-namorado que ele tem uma filha. Mas deixemo-nos de tristezas, que hoje é dia de festa.

Pego na Hope ao colo depois de ter arrumado uma mala grande e cor de rosa com várias coisas para a Hope, principalmente bens essenciais e roupas que já não vão mais servir para crianças futuramente aqui na prisão e dirigo-me até à entrada da prisão onde me são entregues os pertences que fiquei sem no dia em que vim para aqui. Entregaram-me também um papel amarelo que eu não trazia comigo e que tinha uma nota.


"Espero que te vejas livre disto rapidamente, e que, quando o fizeres te lembres que eu ainda existo e por isso, liga-me.

Com amor, Carlota."


Sorri ao ver o bilhete e guardei-o no bolso das minhas calças, o quanto eu desejava e espera poder vestir umas novamente. Nunca pensei que teria tantas saudades de usar roupa normal como no último ano.

Peguei no ovo na Hope que anteriormente tinha pousado no chão para agarrar e guardar as minhas coisas e disse o tão esperado adeus aquela caverna onde desejava nunca mais entrar. Assim que sai pela porta da prisão, avistei o guarda que me tinha acompanhado, como era o nome dele mesmo?


"Olá." Ele sorriu e aproximou-se quando me viu sair.

"Olá... Carlos." Disse e ri nervosamente não fosse ele pensar que realmente me tinha esquecido do seu nome.

"Bem, temos aqui uma surpresa huh?" Ele disse, referindo-se à Hope.

"Sim, digamos que foi também uma surpresa para mim." Sorri.

"E será que se pode saber o nome do pequenino ou pequenina?" Ele perguntou com um grande sorriso.

"Hope."

"Oh," pestanejou umas quantas vezes depressa.

"Posso saber o que está aqui a fazer, pelo que vejo parece-me não estar no seu horário de trabalho." Constatei. "Não querendo ser indelicada, claro!"

"Eu vinha, por acaso, buscá-la." Disse-me nervosamente, passando a mão pelo cabelo.

"Por quê?" Ri levemente.

"Mais por preocupação, mas poderei acompanhar-te a casa?" Fez um gesto apontando para a porta do carro, do lado do pendura.

"Sim, tudo bem." Concordei com um sorriso.


Caminhámos um pouco até chegar ao carro e sentei-me na parte de trás, para estar do lado do ovo da Hope, ainda que este fosse preso com o cinto. Dei a minha morada ao... Agente? Polícia? Senhor? Não sei como hei de o chamar na verdade. Mas ele é simpático e eu fiquei um pouco sem saber o que fazer quando o vi e ele me disse que me vinha buscar, mas se ele ali foi por mim não podia negar uma boleia quando a minha casa não é assim tão perto quanto isso.

Depressa estávamos em frente ao meu prédio e o Carlos estacionou o carro.


"Bem para uma presidiária, não vives nada mal." Ele riu.

Kiss Me - L.T {Terminada}Where stories live. Discover now