Olho para os dois lados para ver se ninguém está ao redor, então adentro ao cômodo de uma vez só. Ariela dá um pulo pelo susto e logo após leva a mão ao coração.
— O que faz aqui, Sra. Jones? — ela questiona de modo apressado.
— Eu que te pergunto! O que faz aqui? Porque está vasculhando o quarto de Britney?
— Fale mais baixo! Se não podem nos ouvir!
— Ok! — concordo em um sussurro — Me explique o que está procurando.
— O veneno, Sra. Jones!
Arregalo os olhos e deixo a minha mente absorver a informação. Meu olhar desvenda aos poucos o quarto simples da empregada da minha mãe. Será que esse é o próximo passo da minha mãe? Matar o meu marido? Levo as minhas mãos para os lábios pelo choque.
— Você está presumindo que Britney estava envenenando o meu marido?
— Sim! A Patrícia a viu oferecendo chá para o seu marido antes de saírem para a praia, pelo que as outras criadas me informaram, ela também levava todos os dias chá para ele. Um tanto suspeito, não concorda?
— Eu preferia discordar, mas sei que você está certa.
— O que não sei muito bem é o porquê de Britney estar fazendo isso. Tem alguma ideia?
— Minha mãe, presumo.
— Sério? Sei por experiencia própria que a sua mãe é um tanto cruel, mas matar alguém?
— Eu sei, vamos averiguar e não vamos permitir que Britney não toque na comida de Alexander.
— Certo, cuidarei eu mesma! — diz, convicta.
— Obrigada! Você achou algum vestígio de beladona ou algo suspeito?
— Não. — Ariela dá de ombros.
— Como não? — franzo o cenho.
— Procurei por todo o quarto, mas não encontrei vestígio algum.
— Então não temos como provar!
— Infelizmente não, senhora.
— A ordinária deve ter escondido! — bufo.
— Ou... — ela inicia pensativa.
— Ou, o quê?
— Ou, talvez... tenha acabado.
— Porque diz isso?
— A dose de ontem foi tão alta que causou aquilo ao seu marido, talvez ela tenha usado o restante. Hoje cedo ela saiu e demorou a voltar, será que ela foi comprar mais?
— O seu ponto é bom. Mas, quem venderia?
— Uma longa história...
Ela remexe em um bolso do seu vestido e então me alcança dois envelopes.
— Eu encontrei as cartas de Alexander embaixo do colchão. Ele não esqueceu da senhora, apenas foram vítimas dessa cobra.
Agarro com delicadeza os papéis e controlo um sorriso verdadeiro. Uma curiosidade me abate e uma raiva também.
— Como ela ousou?!
Ouço passos do lado de fora e nós duas arregalamos os olhos.
— Temos que sair daqui! — ela diz.
Assinto em prontidão e guardo as cartas em um dos bolsos do meu vestido. Aguardamos os sons de passos cessarem e então saímos do quarto. Fingimos plenitude, então questiono uma última vez.
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Fascínio De Um Americano (Série Destinados Ao Para Sempre)
Historical FictionLondres, agosto de 1841. ━ Agora o gato comeu a sua língua. ━ Apenas não estou afim de dar corda para a sua imoralidade, cavalheiro. Alexander Joaquim Jones é um grande empresário de Nova York e que deseja expandir seus negócios para a Inglaterra...
Capítulo 30: uma longa história...
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