Capítulo 23

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Olá, bora para  participar dessa festa?


Diego

Voltamos para casa com meu pai mais bêbado que um gambá, porém mais feliz que uma criança abrindo presentes na manhã de Natal. Por fim, eu conseguia entendê-lo, pois se ele estivesse tão apaixonado por Agnes, como eu estava pela minha Abigail, era compreensível ele estar fazendo a loucura de se casar com ela, da mesma forma que eu andava cogitando.

Deixei-o em frente à porta do seu aposento e segui em direção ao meu apartamento, ao passar em frente à suíte onde Abigail estava hospedada tive que resistir à tentação de entrar, mas segui em frente por dois motivos, o primeiro era que, talvez ela estivesse em minha cama, caso não, era porque precisava descansar e eu não queria interferir em seu descanso.

Infelizmente encontrei minha cama vazia e não tive outra opção a não ser a de dormir apenas com a fragrância do seu perfume sobre o meu travesseiro. Não foi um bom sono, pois eu, que sempre gostei de ter minha cama apenas para mim, de repente não conseguia conciliar um sono profundo sem o calor do seu corpo aquecendo o meu.

Acordei mal-humorado e só fui capaz de colocar um sorriso em meus lábios porque logo a veria, mas se pensar naquela possibilidade me fazia feliz, saber que não a teria por um bom tempo fazia a minha alma pesar é com ela meu coração. A cerimônia estava marcada para às dez da manhã e por mais que imaginássemos que teríamos uma boa margem de tempo, as horas passavam rápido.

O dia estava lindo, clima seco com um belo sol, mas ainda assim fresco, saí na varanda apenas para ver a beleza da ordem no caos reinante. Enquanto grupos montavam tendas, outros armavam as mesas e assim o lugar ia se transformando, deixei a varanda e desci para tomar meu café, não queria nada muito pesado.

Ao entrar na cozinha, meus olhos se encontraram com os de Abigail e mais uma vez odiei ter aceitado a estúpida proposta de esperar passar o casamento para deixar público nosso relacionamento, porque caso não existisse aquela barreira idiota, naquele momento eu poderia ir até ela, dar-lhe um abraço e um beijo de bom dia sem me preocupar com nada nem ninguém. Porém, como não podíamos e apenas dei meu bom dia seco, puxei minha cadeira e me sentei.

Marta se aproximou e deixou em minha frente um copo de suco e eu já estava na metade quando notei que dona Thereza não tinha jogado nenhuma das indiretas ou piadinhas que ela tinha se acostumado a dizer nos últimos dias. Agnes também estava calada, assim como meu pai. Como todos, Abigail e Dylan seguiam no mesmo esquema.

— Alguém morreu e eu não fui informado?

— Eu estou com uma ressaca que está acabando com a minha existência — meu pai reclamou entre risos. — Que porcaria de bebidas vocês me deram para tomar?

— Eu igual — Dylan seguiu em coro com meu pai.

— Acho que é apenas a ansiedade — Agnes tentou explicar seu silêncio.

— Não se preocupe, já dei chás para todo mundo — Thereza apontou para o centro da mesa, onde havia uma seleção de sachês. — Para ressaca, nervos, estômago ruim... tem de tudo aí, é só escolher.

Peguei a cestinha de sachês, mas a deixei de lado porque eu não precisava de nada além de comida em meu estômago vazio.

— Eu já tomei o meu, quero que tudo dê certo em nosso dia — Agnes se levantou para deixar o lugar e meu pai a acompanhou. — Agora preciso ir. Quero ficar pelo menos uma hora relaxando na banheira antes que a equipe do salão chegue.

— Sim, vá fazer isso — incentivou-a Thereza. — Só não exagere, você precisa estar com a pele relaxada, não com aspecto de maracujá seco.

— Ou de uva passa — Abigail riu, e eu não consegui não rir com ela.

LAÇADA PELO COWBOYWhere stories live. Discover now