LAÇADA PELO COWBOY

Capítulo 13

Capítulo novo na área!!
Bora conferir??

Diego

Fazia um bom tempo que eu, deitado em minha cama, permanecia com os olhos fixos no teto numa muda tentativa de entender o porquê de não conseguir esquecer o beijo entre mim e Abigail. Sem contar que cada vez que eu olhava para a porta, a única coisa que eu via era ela encurralada pelo meu corpo contra a madeira, enquanto nos devorávamos com beijos molhados, lentos, sedutores. Aquela imagem simplesmente não abandonava a minha mente.

Atormentado, deixei a cama e me dirigi ao banheiro, depois de jogar água fria em meu rosto, voltei ao aposento, passei por ele, me dirigi à sala e saí na varanda, céu limpo com a beleza da lua se exibindo como uma enorme pérola de prata, noite perfeita, não tinha como ela se recusar a apreciar aquela maravilha. Por outro lado, não me entrava na cabeça desejar tanto estar com uma garota que apenas alguns dias atrás meu único desejo era o de sacudi-la.

O que eu precisava era de mais tempo ao seu lado, apenas para entender o porquê de não conseguir parar de pensar nela, então eu não ia deixar que uma resposta negativa me detivesse. Decidido, voltei a entrar, atravessei a sala, saí no corredor e, ao abrir a porta, dei de cara com a própria, que, com os sapatos nas mãos, caminhava nas pontas dos pés como se estivesse fugindo de alguém. Ao me ver, parou e ficou me encarando, com um meio sorriso nos lábios.

— Fugindo?

— Ah, não — deu de ombros. — Eu realmente amo atravessar corredores nas pontas dos pés no meio da noite.

— Não seja malcriada — fingindo recriminá-la a puxei para dentro do apartamento.

— Mudou de ideia? — torci para que a resposta fosse sim. — Ou não está se sentindo bem?

— Estou ótima — sorriu voltando a colocar o calçado. — Por isso mesmo gostaria de ver essa lua tão especial que você comentou, ou você mudou de ideia?

— Não, mas... pretende ir assim? — apontei para o seu pijama elegante coberto com o delicado robe de seda. — E com esse sapato, não tem um tênis ou até mesmo um chinelo?

— Eu não estou acostumada com calçados sem saltos — explicou. — Então, não tenho nada assim.

— Temos que resolver isso — cocei meu queixo, ainda não conseguia entender como uma pessoa usava apenas calçados com saltos. — Espere-me apenas um minuto.

Entrei na suíte, me dirigi ao pequeno closet e de um dos compartimentos retirei uma caixa dentre as muitas que havia ali, antes de abri-la, deixei-a ao meu lado, indeciso sobre o que eu estava prestes a fazer. Afinal, por que eu estava dando a Abigail algo que para mim era único e que eu guardara a vida toda para presentear a mulher que seria minha esposa? Quantas vezes Heloise esteve em minha casa? Ela, que eu tinha a certeza de que seria minha parceira para a vida, eu sequer cogitei tal ideia.

No entanto, ali estava eu, quase passando a Abigail, uma garota que eu mal conhecia, algo que me fora entregue como um presente muito pessoal. Sem querer perder mais tempo, ou analisar o quanto era especial, abri a caixa e dei uma olhada rápida a fim de verificar se estava tudo ok, satisfeito com o resultado voltei à sala.

— Espero que sirva, o número é trinta e seis — falei entregando a ela a caixa. — Era da minha mãe, ela tinha os pés pequenos, segundo meu pai ela não teve tempo de usar.

— Diego!? — depois de abrir e com as mãos sobre os lábios e olhar arregalado, em um nítido gesto de incredulidade, ela a empurrou de volta. — Não, não posso aceitar, sequer como empréstimo de uma noite.