Capítulo 18

151 38 19
                                    

Oi, meninas, cheguei!!


Abbie

O sol sequer tinha saído quando despertei com Diego se empurrando mais uma vez em meu interior e percebi que não havia melhor forma de acordar, e rapidamente nos perdemos naquela orgia de prazeres indescritíveis, eu poderia facilmente me acostumar com aquele tipo de despertar.

Depois de deixar o apartamento de Diego e correr para minha suíte como se fosse uma fugitiva, fechei a porta em minhas costas e simplesmente caí em uma gargalhada sem controle. Eu, uma CEO séria, agindo como uma adolescente completamente louca e apaixonada. Parei, será que eu tinha me apaixonado por ele? Naquele momento meu coração não só estava disparado, mas ameaçava fugir do meu peito pela boca.

Não importava, apaixonada ou não eu estava feliz, tão feliz que comecei a dançar sozinha pelo aposento, com giros e mais giros segui para o banheiro, ainda que eu desejasse ter a essência dos nossos momentos impregnados em minha pele, eu não podia e precisava de um banho.

Deixei o banheiro cantarolando baixinho, uma música antiga, pois não sabia nenhuma atual, troquei o roupão por uma calça de linho skinny, camisa social de seda e scarpin com salto dez, não era tão alto como eu estava acostumada, mas como era o rancho...

Demorei mais do que o normal para finalizar minha maquiagem, pois, por mais que eu desejasse me manter séria, o sorriso em meus lábios se negava a desaparecer. Ao terminar, dei uma rápida olhada em meu reflexo contra o espelho e, satisfeita com o resultado, deixei a suíte rumo ao corredor e segui até a porta de Dylan.

— Bom dia!! — saudei-o. — Já estou descendo pronta para trabalhar, não demore.

— Que inferno, Abbie! — em resposta ao meu alegre cumprimento, fui recebida com uma sequência de maldições. — Por acaso não íamos dormir um pouco mais? Já não bastaram os dias loucos em Nova Iorque? Estamos em um rancho perdido no fim do mundo, droga. Relaxe.

— Veja como fala comigo, aqui ou lá, eu ainda sou sua chefe — chamei sua atenção. — No escritório ou aqui na fazenda, o trabalho é o mesmo, não podemos nos dar ao luxo de relaxar.

— Sim, senhorita Green — sentou-se na cama, bocejando longamente —, o escravo estará pronto em alguns minutos.

— Você realmente está desejando ter suas contas? — falei séria. — Não precisa se esforçar tanto, basta dizer.

— Desculpe, Abbie — baixou o tom, ele sabia que eu estava falando sério, amizade era uma coisa, respeito era outro, e quando era trabalho eu não aceitava ser desrespeitada. — Acho que ainda não acordei totalmente.

— Desculpas aceitas — falei voltando a fechar a porta —, mas que não se repita.

De volta ao corredor, segui para as escadas em direção à cozinha e enquanto descia, comecei a sentir o aroma de patacones fritos e tortillas de milho, flutuando no ar da manhã fazendo meu estômago roncar, eu estava literalmente morrendo de fome, mas também com muitas saudades de Thereza.

Os poucos dias que passei com ela foram maravilhosos, sentia-me um pouco sua filha ou neta, eu tinha me apaixonado pela senhora alegre, enxerida e com um baú inesgotável de conselhos perfeitos, pensar nela me fazia sorrir.

Ainda estava animada quando entrei e a encontrei de costas para a porta mexendo suas frigideiras, panelas e caldeirões, como se fosse a bruxa dos sabores. Com certeza a tigela cheia de buñuelos, que descansava sobre a mesa era resultado das suas mãos mágicas.

— Bom dia!! — cumprimentei-a feliz. — Voltei, e estou morrendo de fome.

No mesmo instante percebi a diferença, ali, meu bom dia era real, sincero, um desejo de que todos tivessem um dia realmente maravilhoso, completamente diferente do que eu estava acostumada a dar para todos no escritório, lá era por educação.

LAÇADA PELO COWBOYWhere stories live. Discover now