Siríus a " Estrela Do Cão Maior "

infância enterrada

Um sorriso sincero saiu dos lábios de Suyan, mesmo seu tio estando decepcionado com a atitude dela, ainda o acolheram e cuidaram dele , as lágrimas ainda desciam mais a tristeza já estava se dissipando.

Ela abriu seu quarto e organizou o que iria levar para a viagem, provavelmente iria ficar mais de 3 meses fora. A cidade de Tiao era longe mais era bonita e animada, com vários festejos locais e as laranjas de lá realmente eram doces .

Organizou uma trouxa pequena, poderia comprar no caminho se fosse o caso , e focou na contagem de suas agulhas e repor o veneno e verificou se estava com o antídoto, sua mira não era muito precisa e já infernizou todos do grupo com uma agulha envenenada , todos já sabiam quão poderoso era o veneno que elas continham, o que tambem deixava eles um pouco relaxado na hora da luta , ela poderia ter uma vantagem de auto defesa.

Suas pernas estavam doloridas e seu braço que foi atingido pela flecha também, ela fez um novo curativo e resolveu escrever uma carta para Cheng, já não tinha tempo de ir vê-lo pessoalmente e também corria o risco de esbarrar com seu pai .

Depois de tudo preparado, foi para fora ajudar o Velho Haolin, seu velho contador de histórias, tão assustador , simplesmente risível os comentários que todos da cidade faziam sobre o Monte Sirius, o abominável demônio sanguinário , o terror que todos sentiam por aquele lugar assombrado onde gritos e uivos podiam ser ouvidos a quilômetros de distâncias, as feras monstruosas que corriam soltas , os lobos que eram criados lá, tudo muito engraçado mais ainda assim triste demais a verdadeira história por trás desse cenário onde todos só ouviam os choros e lamentos, mas ninguém via o homem cheio de olheiras tentando curar seu irmão enlouquecido que berrava praguejava e chorava dia e noite em seus ataques de loucura , uma família que ainda estava de luto juntando seus pedaços para da um sorriso, aquelas crianças órfãos cheio de hematomas e famintas.

Suyan colocou um lenço cobrindo a parte inferior do rosto deixando apenas os olhos a mostra colocou o uniforme que os discípulos da clinica usavam e foi ajudar, ninguém na cidade sabia de seu parentesco então seria difícil para seu tio explicar a presença dela lá.

Mesmo seu tio nunca tivesse dito nada sobre esse assunto tanto ela como seu irmão sabiam que era melhor esconder esse fato, melhor que todos pensem que a família de seu irmão mais velho faleceu naquele incêndio, em que no meio da noite um fogo se alastrou pela cozinha engolindo a casa inteira, uma tragédia irreparável, mais não estava longe de ser mentira o marido gentil e pai amoroso e as crianças felizes e sonhadoras morreram naquele incêndio junto com sua mãe .

Talvez se seu pai não tivesse priorizado levar ela e seu irmão para fora da casa teria notado que no meio de uma sala coberta de chamas uma mulher frágil havia desmaiado por conta de tanta fumaça, teria notado que sua amada esposa não conseguiu seguir -los para fora, ficando para trás e em seus braços toda a racionalidade de seu marido e os sonhos de seus filhos.

Ela sabia que seria difícil para um homem honrado e limpo como seu tio explicar que seu irmao mais velho se tornou um homem louco que espancava seus filhos por sentir falta de sua esposa, explicar que os filhos daquele homem louco saiam escondidos de casa para remexer os lixos na rua a procura de algo para comer , que aquelas crianças viram o mundo cruel e sangrento que a maioria dos adultos ainda nem percebiam, que aquelas crianças colaram bagunçadamente seus corações desceram das nuvens coloridas de sua imaginação, pisaram na lama com pés feridos e descalços e foram procurar minhocas para aplacar sua fome.

Desde que se mudaram para essa cidade seu tio os acolheu em sua casa , o que fez todo sua área ser falada como mal assombrada como lugar onde os próprios demônios acasalam, onde todos deveriam manter distância, tantos boatos horríveis durante todo esse tempo, realmente de partir o coração, seu tio era frio mais nunca foi mal, sempre deu seu melhor para curar as pessoas, seria injusto mancha-lo assim, ele era só um homem que tentou concertar a família quebrada que sua cunhada deixou para trás, fez o seu melhor, deu o seu melhor ,seu tio não merecia ter esse problema, era uma lástima.

As pessoas pensavam que ele dormia na clínica mesmo que morava ali perto , mais ninguém ousaria nem em um momento de total embriaguez pensar que esse homem que ajudava a todos , com suas mãos divinas ,esse homem que o próprio imperador elogiou suas mãos , fosse associado ao Monte Sírius ,local onde todos diziam ser o inferno na terra.

Suyan foi separar algumas ervas para infusão , e também devido as chuvas frequentes, muitas crianças estavam gripadas ,em poucos dias a clinica estaria lotada , dos aprendizes menos da metade ja realmente estavam aptos a tratar pacientes, como ela iria viajar por muitos dias era bom deixar preparado alguns medicamentos, para ajudar seu tio.

Conforme o dia passava ela notava que a raiva que seu tio expressou antes já havia desaparecido por completo e estava conversando normalmente com ela , explicava o que ela deveria fazer o que ela deveria organizar ou o que ela poderia limpar.

-tio - ela estava de cabeça baixa dobrando os lençóis, mais queria muito que seu tio entregasse a carta para Cheng.

-sim criança. -Haolin anotava as ervas que havia usado e o que deveria ser comprado.

-escrevi algo , sei se estou pedindo muito ,mas o senhor poderia por favor entregar a Cheng? - ela manteve a cabeça baixa e seus lábios tremiam um pouco.

Haolin suspirou profundamente e sabia o quão teimosa ela era, e Cheng parecia não ter intenção de vingança por enquanto.

-Ok, mais você deve falar com Ziaofeng o mais rápido possível, ou eu falarei com...

- Antes mesmo de terminar a frase sua cintura foi envolvida em um abraço e sua roupa molhava com as lágrimas de sua sobrinha, ele a abraçou de volta e afagou seus cabelos - menina boba entregarei a carta.