Siríus a " Estrela Do Cão Maior "

tão proximos e tão distantes

A jovem se aproximava alegremente mais seus olhos estavam em um amontoado de sujeira humana desacordado no chão.

-Como ele está? - A jovem perguntou.

Yaufei olhou para o servo como se perguntasse quem era a garota e viu a mesma expressão  confusa em seu servo olhando para ele.

-A noite está fria, e não há  patrulhas por essa área, tão perigoso para uma bela dama  está sozinha.- Yaufei falava como tom cortês  e uma leve indiferença .

-Ah meu senhor , não está tão frio e não estou sozinha, me chamo Suyan . - ela falava enquanto olhava para eles e desejando desesperadamente que o Serpente Maldita acordasse , ela queria tanto conversar um pouco com ele,  ouvir sua voz, agora ele estava livre , seu pensamentos vagavam em imagens tão lindas que seu coracao palpitava.

-Não tenho tempo para vocês,  tenho compromissos,  Suyan ? É  isso ? Bom converse com ele sobre qualquer coisa - Yaufei apontou para seu servo- A noite já está curta para meus planos.

-Jovem mestre, jovem mestre,  tenha pena desse servo velho ,obedeça seu pai .
Yaufei voltou ao beco onde tinha deixado uma mulher esperando a segurou pelos ombros e sumiu na noite escura .

Nesse momento  Cheng começou a tossi várias vezes ,sangue escorrendo pelo canto da boca,  os olhos abrindo lentamente e um zumbido horrível nos ouvidos e a sensação de que a cabeça havia sido partida ao meio por um machado .

Ele tentou se sentar ,seus braços pendiam frouxamente e  seu corpo mal respondia ,ele estava acabado suas roupas tão esfarrapadas, suja de lama , sangue , suor até vômito, uma visão horrível, uma brisa leve o fez se manter alerta ele não estava em sua cela, o calor que subia de seu coração ameaçou incendia-lo totalmente, essa era a sensação de um homem livre , por mais quebrado que estava , ele estava livre, sentir o vento  noturno, ver as estrelas,  a lua era tudo inimaginável demais ele  se esforçou e começou lentamente e doloridamente a olhar ao redor tão feliz e seus olhos parou em uma figura próxima que o encarava com um sorriso , seu coração já fraco falhou mais uma vez , ela estava lá ,tão perto que se estivasse os bracos a tocaria.

Suyan se abaixou e ficou na mesma altura que Cheng sorrindo satisfeita para ele.

-Olá, sou a Suyan -ela falava enquanto retirava seu manto e colocava sobre ele, a noite realmente estava fria e esses trapos que ele usava não aqueceria nem o filhote de um cão .

Cheng tentou falar mais sua garganta estava muito machucada a sua voz se recusava a sair, havia tantas coisas a perguntar,  tantas coisas a falar mais tudo parecia estar descendo cada vez mais, se recusando a passar por seus lábios,  ela era linda seus olhos amendoados tão brilhantes   e puros seu sorriso era deslumbrante, parecia tão inocente seus cabelos longos e escuros que  pareciam uma cortina sedosa estavam perfeitamente arrumados com adornos florais ,ela estava em um vestido  esvoaçante verde claro que balançava com a brisa leve ,  seu cheiro  era adocicado , como flores silvestres.

Cheng abaixou a cabeça tão envergonhado por seu estado lamentável e sabia exatamente que estava fedido , seus cabelos estavan desgrenhado e imundos , sentindo cada vez mais que não era digno de está assim tão próximo a ela.

-Senhorita eu tenho que leva-lo ,por favor me  perdoe o escravo está em seu caminho .

-leva-lo para onde ? E ele não é mais escravo ele pagou sua liberdade  com sangue .

-Senhorita esse servo é  estúpido, realmente , realmente ele não é mais escravo , tenho que tirá-lo daqui - o servo falava apressadamente tentando concertar sua frase, não queria que um nobre fosse fazer queixas dele, no que resultaria uma punição severa, e pela roupas e joias que a jovem usava ela era filha de alguém  bem importante .

-Senhorita  ele está no caminho  daqui a pouco os convidados começaram a sair, irei leva-lo para fora da cidade.

Cheng olhou para ela novamente tentando seu máximo para gravar seu cheiro suas feições ,como um cachorro abandonado tentando reconhecer o caminho de casa.

Suyan soltou um suspiro e calmamente  falou  - leve-o para o velho contador de histórias que mora no monte  de Sirus. Ela tirou o colar que usava e colocou no pescoço de Cheng, seus dedos passando delicadamente pela corrente fina e parando no pingente em forma de lágrima, de azul translúcido parecia neve recém caída. -As pessoas que moram lá cuidaram dele. 

Ela virou se para o servo para saber se ele estava compreendendo suas palavras e o rosto do velho servo estava tão pálido como se todo o sangue tivesse fugido de seu corpo.

-Senhorita , me perdoe pelas palavras mais os  ferimentos dele sao graves, como posso manda-lo para la? É  melhor ir para fora da cidade e arriscar não ser morto por uma fera ou continuar com um escravo do meu senhor .