Diana Dragna 14

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Apenas cumprimentei os meninos e fui para uma sala vazia, com Elena. Já que o desconforto dela com Edna, era totalmente visível.

Sentei-me na poltrona marrom de couro, que ficava de frente para a parede de vidro que dava uma vista de praticamente todas as salas no andar abaixo, enquanto segurava a mão de Elena, que assistia os atos praticados por pessoas desconhecidas, atentamente.

Puxo ela para mim, e ela cai sentada no meu colo, ela tenta se levantar, mas não deixo. Coloco o meu braço em volta da sua cintura e a puxo ainda mais para mim.

— Eu sou pesada, me deixa levantar. — Ela pede.

— Você não é pesada, e lembre-se do acordo que fizemos mais cedo.

— Não me lembro de nenhum acordo. — A diabinha, mente descaradamente.

— É mesmo? — Sorrio e decidi finalmente usar o controle do vibrador, que eu estava segurando, desde que saímos da minha casa.

Apertei do botão de ligar, Elena gemeu e remexeu-se na minha perna, quando o vibrador começou a vibrar.

Aumentei um pouco a potência da vibração e ela cravou as unhas da mão direita, na minha coxa. A maneira como estava sentada na minha perna esquerda, deu para sentir as pérolas da sua calcinha e da sua intimidade, contra a pele da minha coxa, quando ela colocou o seu peso para baixo, devido ao prazer súbito, causado pelo vibrador.

— Eu sei muito bem que você se lembra, diabinha.

Pude sentir todo o seu corpo tremer, quando ela ouviu a minha voz.

— Desculpe. — Ela sussurrou.

— Vou deixar passar dessa vez, diabinha. — Diminuo a potência das vibrações, deixando apenas o bastante para deixar ela mais relaxada. — Me diz, você gostou do que viu em algumas das salas?

Ela levanta o olhar, que estava fixo nas suas pernas, e volta a olhar para as pessoas no primeiro piso.

— Um pouco. — Ela responde de forma tímida.

— Qual?

Elena aponta para um homem que estava assistindo duas mulheres brincarem. Uma delas estava sentada numa poltrona, com as pernas abertas, brincando com os seus seios, enquanto a outra estava ajoelhada, totalmente amarrada com as mãos para trás, com uma mordaça com pênis, dando prazer para a que estava na poltrona.

— Escolha interessante, mas, porque eles?

— É excitante ver as duas garotas brincando.

Sorrio.

— Que safadinha, Elena.

Ela fica instantaneamente, envergonhada.

— Você sabe o que a garota que está na poltrona, com uma coleira no pescoço, é? — Pergunto e ela balança a cabeça que não, logo em seguida. — Ela é uma escrava.

— O quê?

Ela me olha espantada, como se não acreditasse no que acabara de ouvir.

— Não esse tipo, ela é uma escrava sexual, daquele homem, que está segurando sua coleira, enquanto assiste ela receber prazer da outra garota.

— Porque isso?

— Bem, deixe-me explicar. — Dou uma pequena pausa, pensando, por onde devo começar. — Estamos num clube de BDSM. Sabe o que significa a sigla?

— Já ouvi falar, mas não sei ao certo o que significa.

— Certo, a sigla BDSM é um acrônimo para alguns fetiches, sendo eles: bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo. — Continuo. — Resumindo, BDSM são práticas eróticas que envolvem fetiches, mas não são especificamente sexuais.

— Qual o significado das letras? — Ela pergunta, atenta a cada uma das palavras que eu estava dizendo.

— A letra "B", significa: Bondage que normalmente é conhecido pela restrição de movimentos por meio de cordas, algemas, restrição da fala, com o uso de gag ball ou mordaças, e restrição sensorial, com o uso de máscaras e vendas. — A letra "D", significa dois fetiches diferentes, a disciplina e a dominação. A disciplina se trata de um jogo de adestrar a pessoa para que ela siga as ordens do dominador de forma adequada. Já a dominação está ligada diretamente à submissão, em que uma pessoa dá a outra o controle sobre suas ações. — A letra "S", significa Sadismo, que é um fetiche que promove o prazer sexual ao fazer a outra pessoa sentir dor. — E por fim, a letra "M" que significa masoquismo, que, ao contrário do sadismo, é o fetiche em sentir dor para obter o prazer sexual. — Entendeu?

— Acredito que sim.

Depósito um beijo na sua costa, antes de continuar.

— Existem categorias no BDSM, DOMINADOR, MESTRE, DONO, SWITCHER, SUBMISSO E ESCRAVO. — Continuo. — O Dominador ou dominadora, Dom ou Domme, é praticante ativo no BDSM, caracterizado pela prática de comandar e subjugar, podendo assim obter do parceiro a obediência e a dedicação que almeja. — O mestre, é aquele que educa, ensina, orienta e mostra os caminhos do BDSM. Ajuda o praticante a evoluir, a se descobrir, a se desenvolver e se assumir dentro deste vasto universo. — O dono, em resumo, é aquele que não só domina o escravo, não só o educou, disciplinou e descobriu, mas aquele que o tem. O seu escravo não é simplesmente um escravo, é “o escravo”. — Switcher, em BDSM algumas pessoas definem-se como Switchers porque sentem prazer em estar dos dois lados do  BDSM. Dependendo do estado de espírito deles, às vezes eles são dominantes e outras, submissos. — O submisso, em BDSM, é alguém que sente prazer em receber e cumprir ordens e como o termo sugere, se submeter aos gostos e vontades do seu Dominador. — O escravo, é um submisso que está disposto a servir o seu Dominador em todas as áreas da sua vida, entregando-se aos seus comandos, aceitando as suas ordens, entregando todos os seus direitos, tornando-se escravo. O prazer do escravo está centrado no serviço que ele presta e à satisfação do seu Dono. Servir o Dono pressupõe servidão em todos os aspectos por ele exigidos, sejam eles sexuais, de acompanhamento pessoal e profissional, em aspectos domésticos, familiares e sociais. E cabe ao Dono a responsabilidade de ensinar, treinar, guiar e proteger, etc. Afim de que o escravo atinja os níveis pretendidos para que ambos se sintam felizes e realizados na relação.

— Entendi, e qual é a sua categoria? — Ela pergunta.

— Em qual você acha que eu mais me encaixo?

— Acredito que na de "mestre", devido a tudo que você me falou.

— Parabéns, você acertou. Talvez eu devesse tornar você, minha aluna. — Sorrio.

— Faça isso!

— O quê? — Fiquei surpresa, a três semanas atrás, quando tive um sonho erótico com ela, comecei a pensar em como atrairia a sua atenção para esse universo, para tentar tornar ela, minha submissa, só não esperava que ela fosse querer isso.

— Me ensina, me torne a sua aluna, submissa ou escrava, por favor.

Sorrio incrédula, e, ao mesmo tempo, fascinada com a garota sentada nas minhas pernas.

— Você pode até ter cara de submissa, mas a sua ousadia prova que não, tem certeza que realmente quer?

Ela olha para as pessoas do outro lado do vidro e morde o lábio inferior.

— Você vai fazer aquelas coisas comigo? — Ela pergunta, se referindo aos atos praticados pelas pessoas do outro lado.

— Só com o que você tiver de acordo.

— Eu quero muito, que você me ensine.

Sorrio.

— De novo, garota. Fale de novo, diabinha, e dessa vez me chame de "mestra".

— Eu quero muito que você me ensine, mestra, por favor. — Ela pede com a voz suplicante.

E ouvir ela pedir dessa maneira, foi quase música para os meus ouvidos. Agarro a sua nuca, com a minha mãe esquerda e puxo o seu rosto para mais perto do meu.

— A partir de hoje, quando estivermos sozinhas, você tem que me chamar de mestra, diabinha. — Cubro a sua boca com a minha e a beijo fervorosamente, eufórica e, ao mesmo tempo, excitada, como fazia muito tempo, que não me sentia.

Apenas Uma Paixão (Romance LGBT)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora