Diana Dragna 2

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O meu celular começou a tocar antes mesmo de eu chegar no meu quarto no hotel, já que eu estava em Chicago e não em Nova York. Ligações da minha mãe, da senhora Lilian, que é a mãe do John, e ligações do John.

Assim que passei pela porta do quarto, o meu celular começou a tocar novamente, era John mais uma vez. Dessa vez atendi a sua ligação.

- Diana, eu realmente posso explicar! - Fala rapidamente, como se já soubesse que eu já sabia da sua mais nova traição.

- Eu acredito que pode John. - Falo tirando o meu salto.

- Diana, eu e aquela garota, foi um deslize, apenas um beijo, ela me beijou na verdade. - Ele tenta se explicar de todas as formas, mas quanto mais ele fala, mas feio parece.

Calço uma sandália e vou até o banheiro e coloco a banheira para encher, logo em seguida volto para o quarto.

- John, eu não me importo nem um pouco com a sua mais nova traição, assim como eu não me importo com as passadas.

- Como? - Ele fala quase como um sussurro. - Você sabia?

- Você nunca foi muito discreto, querido.

Ele permanece em silêncio por alguns segundos, talvez pensando no motivo de eu nunca o ter pressionado sobre sua aventuras de uma noite.

- Então, não está zangada? Ainda vamos nos casar? - Pergunta com incerteza.

- Olha John, eu realmente não estou zangada por você ter me traído, mais uma vez, a verdade é que eu simplesmente não me importo. E sobre o noivado e o casamento, acabamos por aqui.

- Mas você acabou de dizer que não estava zangada. Sua resposta anterior não condiz com a sua fala de agora, Diana.

Coloco o meu celular no viva-voz, e o coloco em cima da mesinha de cabeceira e começo a tirar minhas roupas.

- De verdade, não estou.

- É claro que está, caso contrário não estaria falando sobre terminar o noivado, eu entendo que você me ama e eu também te amo. - Ele fala como se estivesse completamente certo de meus sentimentos por ele e dos dele por mim. - Sei que o que fiz foi errado, mas se você parar para pensar, você também é culpada Diana, se você estivesse mais presente na minha vida, nada disso teria acontecido.

É engraçado ouvir ele dizer que me ama e logo em seguida falar que eu sou a culpada das sua traições.

- John, eu não estou terminando o noivado por causa da sua traição, se fosse por isso, eu já teria feito muito antes, teria terminado com você a dois anos atrás, quando descobri seu caso com uma de suas empregadas. E com certeza, não o amo, caso ao contrário não teria aceitado o seu comportamento vergonhoso desde o início e seu muito bem que você também não me ama, se me amasse de verdade, nunca ficaria com outra pessoa.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, pensando no que eu havia acabado de falar, por um momento pensei que ele estivesse em choque, por descobrir que eu não o amava, ou ele realmente estava em choque.

- Se não está com raiva, e não me ama, então porque estamos noivos, Diana? Eu não entendo.

- Pelo mesmo motivo que você me pediu em noivado. - Coloco o roupão e pego o interfone e ligo para recepção para pedir um champanhe, antes mesmo de terminar de falar com John, assim que termino, volto a conversar com ele.

- Aí meu deus, Diana. - Ele fala indignado. - Você nem mesmo terminou de falar comigo, como você pode ser tão pretensiosa.

"Pretensiosa", não pude deixar de sorrir ao ouvir ele me chamar daquela palavra, aquela não era a primeira vez que alguém me chamava de pretensiosa ou algo do tipo, era realmente uma palavra que comecei a ouvir bastante quando comecei com os meus negócios e com o tempo, só foram aumentando o número de pessoas que me chamavam assim.

- Acalme-se John, seja homem, não perca o controle por algo tão banal assim. - Por um momento pude ouvir algo sendo quebrado só outro lado da linha, talvez um jarro? quem sabe. - A questão é que, eu não te amo e você não me ama. Se estamos envoltos nesse relacionamento sem amor, e por causa de nossas mães que desde novas foram amigas e insistiram em casar seus filhos, se não fosse por minha mãe, eu nunca teria entrado em um relacionamento com você e creio que se não fosse pela sua, você também não estaria comigo.

- Sabe Diana, você tem toda razão. - Posso sentir todo o desgosto e fúria no tom de sua voz. - Se não fosse por minha mãe, eu nunca teria me envolvido como uma mulher tão pretensiosa, audaciosa e sangue frio como você. E você tem toda razão, vamos terminar por aqui e...

O interrompo, antes que ele termine de falar.

- John Maximilian O'malley. - Ele para de falar assim que falo seu nome completo. - Eu vou deixar as coisas bem claras de uma vez por todas.

Se eu fosse falar algo sobre mim que considero realmente pretensioso, é que odeio que outras pessoas tenham a palavra final, sou eu, que dito as regras e o rumo que elas precisam seguir.

- Eu, Diana Dragna, não estou terminando com você pelo fato de você me trair ou porque não o amo, mas sim, pelo meu ego, minha imagem e minha reputação.

Eu admito que sou pretensiosa e talvez eu sogra de excesso de confiança, como diz meu irmão mais velho, mas sinceramente, é essa parte que mais amo em mim.

- Ora sua maldita pretensiosa!

- Espero que reflita sobre suas ações John e não tente causar nenhum dano a minha imagem no futuro, sei como você pode ser vingativo e eu odiaria ter que destruir você, já que fomos muito amigos na infância e apenas falhamos em deixar nossas mães guiar nosso relacionamento, espero que possamos ser amigos novamente, assim como antes, tenha uma boa noite John.

Desligo o meu celular, sem me dar o trabalho de esperar ele responder, sei que ele diria apenas algo sobre o quão ruim sou como pessoa e depois alguns palavrões, resumindo, nada que me interesse de verdade.

Não demora muito até que o serviço de quarto chegue com o champanhe que eu havia pedido antes. Assim que o recebo, vou para o banheiro e tomo um banho rápido, depois me sirvo de uma taça de champanhe, antes de afundar meu corpo na banheira, completamente cheia de água e sais de banho.

Apenas Uma Paixão (Romance LGBT)Where stories live. Discover now