Você tem o sonho de ser mãe? E se esse sonho fosse impossível para você depois de descobrir ser estéril? E quando você encontra um cara que sonha em ser pai mas a namorada dele não quer ter um filho? E se esse cara for o companheiro da sua melhor am...
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Sentar na cadeira de um médico é tranquilo. Fazer essas de rotina todos os meses também é tranquilo.
Mas, sentar na frente da ginecologista e ouvir dela que você não pode realizar seu sonho de vida por conta própria é praticamente como se eu tivesse enfiando facas nos meus olhos, a mesma dor.
Meu coração ficou apertado.
Meu ventre gelou.
Por isso que eu não conseguia engravidar, mesmo transando sem nenhum tipo de anticoncepcional, mesmo tendo tentado com todos os meus namorados.
Meu Deus, o que eu fiz? Que pecado eu cometi?
Agradeci a minha doutora e sai de lá. Dirigindo por muito e muito tempo até parar na frente da casa da minha amiga.
Conheci a Bruna por conta do irmão dela. Sempre fui a maior fã dele e deixei isso claro. Depois de fã, virei amiga e isso se tornou algo tão importante e especial que não nos largamos mais.
Eu e Bruna sempre fomos muito amigas. Ela me tratava muitíssimo bem e eu a adorava.
Assim que ela abriu a porta, eu me joguei em seu colo. A abracei e fui abraçada de volta. Aquilo foi meu acalento.
— O que aconteceu, Louise? Ei? — Escutei a voz de Bruna enquanto ela me levava pra' dentro. — Raphael, me ajuda!
— Bru, meu filhinho. Meu bebê tão sonhado. —Me desesperei em seu colo enquanto sentia ser colocada no sofá.
— O que aconteceu, Louise? Me conta! — Bruna me pediu e olhou para seu namorado que até então eu não tinha conhecido pessoalmente. — Raphael, pega um copo de água com açúcar pra' ela, anda.
— Fui no ginecologista. — Falei baixinho e ela me olhou, piedosa. — Faz alguns dias que fiz alguns exames, hoje fui receber o resultado. — Falei e olhei para Raphael, o namorado da minha amiga. Ele me estendia um copo de água. — Obrigada!
— Vou subir e deixar vocês duas conversarem. — Raphael disse e me olhou. — Fica bem, Louise né?
— Isso! — Respondi e ele sorriu.
— Raphael, prazer em conhecer você. — Falou simpático. Eu acenei com a cabeça e ele saiu da sala, subindo as escadas.
— Eu sou estéril, Bru! Não posso ter filhos. — Falei e a mulher ao meu lado levou as mãos até a boca. Isso me fez olhar para as minhas próprias mãos e perceber que não conseguia parar de tremer.
Meu corpo pedia para que aquilo fosse mentira, eu pedia para que aquilo não tivesse acontecido.
Eu? A pessoa que sonha com tudo isso desde criança não posso ter filhos?
