13 | UMA MANHÃ ESCURA

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Cercado pelo calor do deserto, escondido em meio ao pequeno armazém de comida que havia sido montado em uma das casas abandonadas do local, Eric assistia as imagens de Lizzie dentro da Clareira com atenção.

O plano dos dois jovens de inseri-la nos experimentos do CRUEL havia começado a dar errado cedo demais, a partir do momento em que o dispositivo colocado na cabeça da garota não apresentara um funcionamento tão bem quanto o esperado. Agora, Lizzie estava lá completamente sozinha, sem suas memórias e privada do auxílio direto de Eric.

É claro que algumas pequenas palavras conseguiam ser ditas para a garota através da telepatia, mas ainda não era o suficiente para formar frases completas e que tivessem sentido. Mas ele tinha conseguido arranjar uma solução. Não era nada tão eficiente quanto ele gostaria, porém não havia nada que poderia ser feito além de continuar usando os besouros mecânicos para vigiar e guiar a garota.

Ele assistiu com atenção enquanto Lizzie voltava pela primeira vez de dentro do Labirinto, carregando consigo a chave retirada do interior do Verdugo agora sem vida. A garota ainda não sabia o que era aquele estranho objeto que tinha em mãos, nem mesmo o quão importante seria para que ela e o restante dos Clareanos pudessem sair daquele lugar que tanto temiam, mas ali estava ela, segurando-o com força entre os dedos, como se toda a sua vida dependesse daquilo.

Eric não ficou surpreso ao ver um grupo de garotos se aproximar do trio de Corredores, curiosos quanto ao objeto trazido pela garota.

─ O que é essa coisa? ─ um deles perguntou, apontando.

─ Não sabemos ainda ─ Lizzie respondeu, sem parar de andar, afastando-se da porta como se permanecer perto dela fosse o bastante para pôr sua vida em risco ─ Estava dentro do Verdugo morto.

─ Espera ─ Chuck correu para ficar mais próximo da garota ─ Vocês tiraram isso de dentro de um Verdugo? Que maneiro!

─ Muitas coisas poderiam ter dado errado ─ Minho comentou.

─ Mas talvez tenha algo dentro dessas coisas que possa nos ajudar a sair ─ Thomas foi rápido em completar, para não dar a oportunidade de ninguém se preocupar.

─ Como?

─ Os Verdugos vêm de algum lugar ─ Lizzie deu de ombros, sorrindo para Chuck como se estivesse sugerindo algum tipo de pegadinha para o mais novo.

─ Você está dizendo que quer encontrar a Toca dos Verdugos? ─ o menino perguntou, sem acreditar ─ E quer entrar nela?

─ Essa pode ser a nossa única saída.

─ Ou pode ser a melhor maneira de nos levar direto para a morte.

Eric surpreendeu-se ao ouvir a voz do garoto. O mesmo garoto que havia implicado com Lizzie no dia do Conclave. O mesmo que queria premiar Thomas e castigar Lizzie. tinha quase certeza que seu nome era Tales, assim como o antigo filósofo pré-socrático.

O garoto tocou na tela de seu tablet e moveu o besouro mecânico para mais perto, para que pudesse ver melhor a situação. Jamais passara pela sua cabeça que teria que assistir a amiga passar por uma situação como aquela, e agora se sentia estúpido por não ter imaginado algo tão previsível.

─ A verdade é que Lizzie não faz ideia do que está fazendo. De novo ─ ele completou.

─ Cale a boca ─ Minho mandou, sem dar-se ao trabalho de virar para olhar na direção do garoto.

O espectador, em seu conforto e segurança, ajeitou-se dentro do armazém, trazendo a tela em sua mão para mais perto enquanto levava um dos dedos para a boca, mordendo a unha do polegar. O garoto mal piscava, fascinado pelas inúmeras possibilidades do que poderia vir a seguir. Sabia que Tales não se calaria ─ isso não era do fetio de garotos como ele ─ e Eric desejava que aquilo resultasse em alguém acertando um soco no sujeito.

GAME OF SURVIVAL, minho (maze runner)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin