08 | REGRA NÚMERO UM

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Naquela manhã, Chuck foi o primeiro a ficar de pé, correndo em direção a Porta Leste com os olhos bem abertos, tão desperto quanto jamais estivera, apesar de não ter conseguido dormir bem.

Seu cabelo estava bagunçado, os cachos não passando de algumas ondulações mal formadas, visto que Lizzie não estava ali para ajudá-lo a pôr os fios em ordem. Mas ele não se importou. Ficou parado, ansiando pelo momento em que os muros enfim se afastariam, desejando encontrar a garota que tanto o ajudou do outro lado. Queria, mais do que tudo, vê-la em segurança.

Quando chegou na Clareira, um mês atrás, Chuck sentiu medo, assim como era de se esperar. Com apenas doze anos, o menino não sabia bem o que fazer ali, em meio a tantos garotos mais velhos que muitas vezes pareciam vê-lo como um incômodo. Lizzie foi quem o acolheu, assim como ele imaginava que uma irmã mais velha faria. Ela o abraçou, ajudou-o a se distrair ─ o fez se sentir em casa. E depois veio Thomas, que em tão pouco tempo conseguiu se tornar uma das pessoas mais importantes da vida dele.

Ver a porta do Labirinto se fechar, prendendo Lizzie e Thomas ali por uma noite o fez pensar que talvez estivesse tudo acabado. Temeu, durante todas as horas que passou em claro, perder seus dois melhores amigos, ambos no mesmo dia. Parecia demais para suportar.

Os minutos passaram com lentidão, deixando todos que haviam se juntado a Chuck em sua espera cada vez mais ansiosos até que o som inconfundível dos muros se afastando chegasse em seus ouvidos.

A Porta Leste enfim estava completamente aberta, mas não havia nenhum sinal de pessoas do lado de dentro. Foi o bastante para frustrar os garotos que se juntaram ali, fazendo-os se afastar, tristes, espalhando-se pela Clareira.

Chuck não se mexeu. Ele continuou ali, se recusando a acreditar que eles não voltariam.

─ Acabou ─ falou Newt em determinado momento, se virando para acompanhar o restante dos garotos e dar início às suas tarefas.

Mas então os olhos de Chuck se iluminaram e um largo sorriso surgiu em seu rosto, seguido por um alto grito em comemoração.

Ao longe, aproximando-se a Porta Leste com lentidão, estavam Minho e Thomas, carregando Alby, enquanto Lizzie andava de costas, algums passos à frente dos garotos, batendo as mãos umas nas outras.

─ Vamos logo! Nesse ritmo, vamos acabar ficando presos aqui de novo ─ ela dizia, os acelerando.

─ Se você nos apressar mais uma vez, eu juro que... ─ começou Minho, mas teve sua fala cortada pelo grito de Chuck, poucos metros adiante.

Lizzie se virou ao ouvir a voz do menino, sorrindo. Como se não houvesse nenhum resquício de cansaço em seu corpo, ela apressou seus passos na direção da Clareira, envolvendo Chuck em um abraço apertado, apoiando o queixo no topo da cabeça dele.

─ Você está bem! ─ o menino falou, feliz, ao se afastar um pouco para vê-la.

─ É claro que sim. Achou que eu ia te deixar sozinho esses bocós?

Chuck riu, sentindo a garota colocar a mão em sua cabeça para bagunçar ainda mais seu cabelo.

Quando ela menos esperou, Minho e Thomas já estavam ao seu lado novamente, deixando Alby no chão enquanto vários garotos se juntavam ao redor deles, sem acreditar que os amigos realmente estavam vivos.

Dezenas de perguntas foram feitas enquanto os garotos cercavam o trio. A desordem já era esperada, e as vozes eram confusas enquanto os olhares curiosos eram lançados a eles.

Newt não tentou esconder a sua preocupação.

Visto que Alby continuava desacordado, o loiro deveria se responsabilizar pelo grupo, e ele não hesitou ao fazer isso, esforçando-se para acalmar a todos e dar as devidas instruções do que deveria ser feito, mesmo que odiasse ter que assumir o comando.

GAME OF SURVIVAL, minho (maze runner)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora