06 | SEPARAÇÃO

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Lizzie olhou para Minho no chão, sem acreditar. Tinham entrado ali para tentar ajudar, e aquela era a forma como ele os agradecia. Com sarcasmo.

De forma lenta, Minho se levantou. Ainda estava com dificuldade para se manter de pé, mas ainda assim o fez, esforçando-se para não precisar se apoiar em alguma parede. Embora a luz do local fosse fraca, era possível notar com clareza sua aparência horrível ─ suado, sujo e todo arranhado. Mas Alby estava pior. Ainda jogado no chão, na exata posição em que havia sido deixado pelo Corredor momentos antes, o líder tinha cortes e manchas vermelhas espalhadas pelo corpo, sujando sua camisa com o sangue.

─ Se acham que foram corajosos vindo aqui, escutem uma coisa ─ Minho começou, mirando Lizzie e Thomas com um olhar severo ─ Vocês são os caras de mértila mais mertilentos, fedorentos e nojentos que já existiram. Podem se considerar mortos, assim como nós.

─ Não podíamos ficar só olhando e deixar vocês aqui ─ Thomas defendeu.

─ E qual é a vantagem de estar aqui com a gente? ─ Minho revirou os olhos ─ Seja como for. Quebrem a Regra Número Um, matem-se, quem se importa?

Para Lizzie, aquilo foi a gota d'água.

A garota sentiu seu rosto ferver, irritada. Ela se aproximou de Minho com segurança, sua fúria exalando pelos poros do rosto.

─ Isso se chama tentar ajudar, seu ingrato de mértila ─ ela bateu o dedo indicador no peito de Minho acusadoramente, sem poupar força.

─ Não pedi ajuda ─ respondeu, afastando a mão da garota.

─ Ótimo! Na próxima vez, vou me sentar e assistir você e Alby receberem uma sentença de morte.

─ Seria muito melhor. Pelo menos assim você estaria segura.

Thomas os chamou uma vez, enfim tentando dar algum sinal de que ainda estava ali, mas foi ignorado. Lizzie e Minho ainda concentravam-se em discutir um com o outro, ambos frustrados e preocupados com a falta de segurança com a qual estavam lidando.

─ E você morreria sozinho.

─ Então esse é o seu plano brilhante? ─ perguntou ele, rindo ─ Uau, que ideia maravilhosa, realmente genial. Agora vou morrer, mas ao menos você esse trolho idiota vão morrer junto. Isso é muito reconfortante, obrigado, Lizzie.

Um pouco tenso e incerto, Thomas se aproximou mais deles. Sabia que os dois precisavam se acalmar e parar com aquela troca inútil de farpas. Precisavam continuar juntos e encontrar uma forma de tentar sobreviver àquela noite ─ e manter Alby, que permanecia inconsciente, em segurança, longe das guarras dos Verdugos.

─ Ei, gente ─ Thomas tentou chamá-los mais uma vez.

Agora, os dois se viraram na direção do garoto, ambos respirando fundo e direcionando toda a irritação que sentiam a ele.

─ O que foi? ─ perguntaram, ao mesmo tempo.

O olhar de Thomas se revezou entre Minho e Lizzie. Ele demorou um pouco para falar, não se mostrando abalado pela forma como os dois o transformaram em um alvo para a grosseria em tão pouco tempo.

─ Eu sei que estão nervosos ─ começou Thomas, um pouco incerto, mexendo nos próprios dedos ─ Mas precisamos pensar em alguma coisa. Essa discussão idiota não vai nos ajudar em nada.

Minho e Lizzie se olharam por um segundo, sérios. O garoto forçou uma risada amarga e voltou a se sentar no chão ao lado de Alby, desesperançoso. Lizzie bufou, frustrada ao perceber que o Corredor não queria nem mesmo tentar. Ele apenas aceitara que estava à beira da morte e aquilo a deixava desapontada. Como poderia apenas aceitar algo assim com tamanha facilidade?

GAME OF SURVIVAL, minho (maze runner)Where stories live. Discover now