𓂃⊹ 𝐃𝐄𝐒𝐀𝐅𝐈𝐎 𝐃𝐀 𝐑𝐄𝐁𝐄𝐋𝐈𝐀𝐎 ⊹𓂃
⌗ onde um grupo de autores,
se rebelando contra o wattpad,
cria um desafio em que "drabbles"
são escritos!
‧₊ 𝗦𝗘𝗝𝗔𝗠 𝗠𝗨𝗜𝗧𝗢 𝗕𝗘𝗠-𝗩�...
Nunca em todos os seus anos de vida Komori Motoya iria imaginar que de repente se encontraria no meio do carnaval brasileiro. Um garoto crescido no centro metropolitano de Tóquio, uma grande cidade de pedra, agora estava perdido em outra cidade de pedra do outro lado do mundo.
Quando um de seus familiares disse que iria se mudar para o país após se casar com um nipo-brasileira, o primeiro sentimento foi o de estranheza. Mas depois, descobriu que o Brasil tem a maior comunidade de japoneses do mundo, fora do Japão.
Conhecia o país por sua notoriedade e excelência no vôlei, e nunca que pensou em pisar realmente no país sem ser para jogar.
— Toya! — escutou seu primo o chamando.
Do apartamento do meio da cidade, ele podia ver as ruas cheias. Vivas, vibrantes, mesmo a distância, ele podia ouvir a música animada ecoando entre os edifícios em direção ao céu.
— Tenho certeza que você vai gostar — disse seu primo colocando o braço em cima de seu ombro. Certamente os lados de sua família eram diferentes, nunca que seu outro primo — Sakusa Kiyoomi —, o abraçaria. Com um tapa de leve em suas costas, o homem jogou em seus ombros um tecido mole e extremamente colorido.
— O que é isso? — Komori puxou a veste para olhar melhor.
— Ápada.
— Abadá — corrigiu a esposa numa entonação completamente diferente, também vestindo um igual — É comum ao ir para o carnaval, se você não usa uma fantasia, está geralmente com abadá. Ou os dois.
Eram tantas cores juntas que ele não sabia exatamente diferenciar. Além das letras que não sabia ler.
— Anda, vai se trocar — disse seu parente o empurrando — já vamos sair. Só vamos esperar [Nome] chegar.
Certo, [Nome], a amiga de sua esposa. Ele ouviu o nome sendo mencionado algumas vezes, apesar de não terem se visto ainda.
Motoya segurou a peça de roupa, em seguida a vestindo, parecia ter menos pano do que realmente devia, pois quando se virava podia ver os músculos contraídos das suas laterais.
Quando saiu para a sala novamente, ele a viu, com o mesmo pano colorido no corpo, mas completamente abraçado em suas curvas e a pele morena. Os cabelos escuros estavam amarrados no topo da cabeça, havia brilhos envolta de seus olhos e estrelas dentro deles.
A cumprimentou rapidamente, após ter a atenção chamada.
O grupo de 4 pessoas desceu para rua com risos, e então foi como colocar o pé numa galáxia completamente diferente.
Ali ele não era o estrangeiro, o visitante, era só mais um cara com o chamado abadá, mais uma cor e forma, entre tantas outras, feliz por estar ali.
— Cuidado — sentiu alguém puxar sua mão — é fácil se perder.
[Nome] disse num japonês repleto de sotaque, mas ainda assim cortando o som da rua chegando ao seu ouvido. O rapaz sentiu seu rosto esquentar e então acenou com a cabeça, se deixando levar em seguida.
Tinha muitas incertezas, mas sabia de algo. Ele já amava o carnaval, e seu abadá.
