𝐈𝐈𝐈 | 𝐃𝐄𝐒𝐀𝐅𝐈𝐎 ━ 𝐃𝐑𝐀𝐁𝐁𝐋𝐄

━━ 𝐀𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐋𝐞𝐨𝐧𝐡𝐚𝐫𝐭

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𝗔𝗡𝗡𝗜𝗘 𝗟𝗘𝗢𝗡𝗛𝗔𝗥𝗧 × fem!reader
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As caixas de som da balada estavam distantes, fazendo a festa chegar aos meus ouvidos de forma abafada. Msmo longe da pista de dança, senti o chão e as paredes vibrarem tamanha força feita pelos tons graves da música.

Minhas mãos apoiadas nas laterais pareciam tremer com o ritmo distante, com o ouvido encostado na madeira podia sentir ainda mais o reverberar causado pelo barulho.

— Que merda é essa que você está fazendo?

A fala foi dita atrás de mim, inesperadamente, fazendo romper um grito agudo e um espasmo de susto pela presença.

— Annie! — a voz saiu falha, me forçando a limpar a garganta para retomar o tom original da voz.

Cuidadosamente e com o olhar cheio de julgamento, a loira se aproximou — Por que está tão surpresa? Está fazendo algo de errado?

— Claro que não, é só um experimento — voltei a colocar a mão na parede de madeira — dá para sentir a música vibrando o prédio.

— E é por isso que você está no corredor da saída de emergência como uma pervertida? Para sentir a música?

Fiz uma careta — Sou sua melhor amiga, que tal ser um pouco mais gentil?

— Não, obrigada.

Ajustei a postura e em seguida os cabelos que se desprenderam — A quantidade de pessoas me incomoda um pouco.

— E mesmo assim, veio?

— Estava na esperança de encontrar alguém — confessei —, mas parece que ele não está aqui. Não é o mesmo para você? Quero dizer... Armin está cuidando da mesa de som.

Mencionar o rapaz para Annie, é um tabu, considerando o passado e os sentimentos amargos que permaneceram com minha amiga. De alguma maneira, a sempre séria e gelada Annie Leonhart mantinha uma esperança de retorno. Embora isso não fosse acontecer, não quando eles concordaram em terminar.

A loira encostou na parede da saída de emergência ao meu lado, a cabeça pendendo para trás e os olhos vítreos se fechando por um momento antes de fazer soar um suspiro pesado.

— Ele está acompanhado.

Pela segunda vez as palavras que saíram de sua boca me surpreenderam. Primeiro por admitir o motivo da sua presença na balada, e a segunda por confessar seu desapontamento.

Segurei sua mão apertando de leve, recebendo o mesmo gesto em seguida.

— Suponho então, que essa marca no seu pescoço foi deixada por outro cara.

Num segundo, Annie soltou minha mão e ergueu para esconder uma suposta marca no pescoço, não nego que vi Berthold a importunando mais cedo. Seu rosto foi imediatamente tomado de tons vermelhos e os olhos claros me encararam arregalados enquanto a boca se mantinha pressionada numa linha fina.

— Isso... Quero dizer...

Devia tentar manter a pose por mais tempo, mas a risada rompeu antes de aproveitar mais a brincadeira feita. Imediatamente Annie puxou o celular para ver seu reflexo, sendo surpreendida novamente, não havia marca nenhuma.

Voltando a ser a amiga que conhecia, recebi um empurrão.

— Paspalha.

— Mesmo assim você continua me amando.

Annie jogou o braço por cima do meu ombro e me puxou para longe da saída de emergência.

— Infelizmente, sim.