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Eu estava tentando não chorar mais, mas a cada tentativa, as lágrimas insistiam em rolar. Encontrei-me nos braços de Han Seo Jun, chorando em seu ombro, manchando toda a sua jaqueta com rímel.
— Nayeon! — Uma voz suave ecoou pela quadra de basquete, e eu me afastei de Han Seo Jun. Ao me distanciar, Sooah correu até mim e me abraçou, chorando. — Nay, me desculpa.
— Você não fez nada, Sooah. — Abafei mais minha cabeça no moletom dela.
— Foi tudo culpa minha, eu deveria ter te contado. — Ela choramingou, e Jookyung abraçou nós duas.
— Não foi culpa de nenhuma de vocês, parem de chorar. Eu também vou chorar. — Jookyung estava prestes a chorar quando eu e Sooah puxamos a mesma para um abraço em grupo.
Ficamos ali por um tempo e depois saímos da quadra. Enquanto caminhávamos, a diretoria estava cercada de alunos atrás das portas, janelas e vidros. Os gritos podiam ser ouvidos até do outro lado da escola. Me aproximei mais e, ao abrir a porta, era minha mãe, mostrando o celular com o meu vídeo.
— Que porcaria de escola é essa?! — Minha mãe gritava. — Uma aluna espalhar essa porra para um monte de adolescentes verem. Essa aqui é minha filha, e vocês vão dar um jeito de resolver isso! Ou eu saio quebrando tudo aqui! — Minha mãe respirou fundo e passou a mão no cabelo.
— Vocês estão ouvindo, né?! — Uma voz conhecida falou, e me esquivei para ver: era meu pai, concordando com cada palavra que minha mãe dizia. — É melhor vocês fazerem o que ela pediu.
— Senhores, se acalmem. A gente não é culpado por isso. — O diretor falou, e minha mãe sorriu debochadamente.
— Ah, não são? A escola não tem que ensinar as crianças e adolescentes a serem pessoas melhores? Então que porra é essa?! — Minha mãe bateu na mesa. — Eu quero que chame o pai ou qualquer responsável por essa garota. Eu quero que chame já!
— Agora eu sei de onde vem o seu temperamento. — Han Seo Jun estava torcendo para minha mãe e me abraçou por trás.
— Já chamamos, senhora. — O diretor respondeu e colocou a mão na cabeça.
— Ai! — Um garoto do fundão falou para meu irmão, que estava passando pela multidão. — Como tu é bonito assim e tem uma irmã parecida com a Fiona?! — Riu. — Essa foi boa, não foi?! — Bateu levemente nos amigos ao lado.
Meu irmão respirou fundo, fechou a mão e virou rapidamente, dando um murro na cara do garoto, que caiu no chão. Meu irmão estava com sangue nos olhos e lágrimas. Ele me puxou para dentro da sala, afastando-me de Han Seo Jun, ficando cara a cara com os professores e diretor.
— Já resolvemos o problema. A aluna acabou de excluir o vídeo de todas as plataformas. — O diretor falou e saiu de trás do balcão. — Quanto a isso, eu peço perdão e espero que os senhores tenham calma.
