𝒱𝒶𝓏𝒾ℴ ℯ 𝒮ℴ𝓁𝒾𝒹𝒶̃ℴ

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Olá! É bom te ver por aqui!

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O dia começou chuvoso, natural nessa época e nessa região, em breve o frio seria tudo que sentiríamos por alguns meses

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O dia começou chuvoso, natural nessa época e nessa região, em breve o frio seria tudo que sentiríamos por alguns meses.

Após o café da manhã, meu filho foi ver sua vovó, ele estava empolgado porque tinha muitas histórias para contar. Sei que ele voltaria cabisbaixo de lá, infelizmente ela tinha Alzheimer e cuidamos dela, oferecendo o melhor que se pode para aliviar seu sofrimento até sua partida.

Meu Rômulo estava de volta e já iniciava os preparativos do almoço, eu permanecia distraído olhando a chuva cair com seu manto branco sobre a vegetação. Meu namorado foi visitar sua família, eu tinha certeza que ele foi buscar mais compreensão e poder refletir em um lugar neutro, onde se sentia seguro. Ele foi bombardeado com informações e precisava desse tempo.

Filho...

Acredito que acabei cochilando sentado junto à janela da cozinha, lentamente abri meus olhos, havia uma coberta sobre mim. Estranhamente senti uma enorme melancolia, parecia ter ouvido o chamado de minha mãe, estava com saudade dela. É difícil viver sem eles.

Precisando me distrair e sair da solidão e vazio que sentia, decidi ir para o outro lado da mansão, lá ficava meu modesto ateliê, Shizui também tinha seu pequeno espaço adaptado ao meu lado. Além de professor, eu tinha um segundo ofício, o de restaurador de obras antigas, meu pai amava e quando podia, passava horas me vendo trabalhar nessa ocupação.

Meu coração diminuiu um pouquinho ao pensar nele e também ouvir a voz de minha mãe, me deixou deprimido. Confesso que chorei enquanto arrumava as avarias que o tempo deixou na obra, lentamente ela vinha ganhando a beleza do que um dia foi, esse era um trabalho minucioso e de muito amor; uma manutenção da memória.

Continuei até me sentir fraco, as lágrimas não cessaram e me impediam de realizar meu trabalho, gritei angustiado, eu não era assim.

— O que está acontecendo comigo?

Não queria que Shizui me visse dessa forma, já que estava muito próximo, saí da mansão. Sem rumo certo, vaguei na chuva, fiquei ensopado em segundos, fui longe, entrei na floresta, ela me acolheu; tentei desligar meus sentidos vampíricos, por um segundo queria ser apenas humano, sentir a dor em sua totalidade.

Desabei sobre o chão úmido, senti o cheiro de decomposição da natureza adubando a vida para um novo florescer; me encolhi junto a uma árvore, chorei minha angústia no volume máximo. Quando aliviei a dor que sentia, o vazio me atingiu, a chuva havia acalmado, apenas um zumbido atormentava meus sentidos.

Algo estava para acontecer...

— Mestre...

Ali estava Rômulo, seus olhos estavam tristes, sabia que ele estava o tempo todo a me observar, ele sempre sofreu comigo a sua própria maneira. Ele me envolveu em um cobertor e voltou comigo para a mansão. Dormi. Quando acordei novamente estava limpo e Shizui coloria alguma coisa na mesinha no canto do quarto, da janela podia ver o prateado da lua.

𝒜𝓂ℴ𝓇 𝒮ℯ𝒸𝓊𝓁𝒶𝓇 [COMPLETA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora