𝒜𝓂ℴ𝓇 𝒮ℯ𝒸𝓊𝓁𝒶𝓇 [COMPLETA]

ℛ𝒾𝓆𝓊ℯ𝓏𝒶 𝓁𝒾́𝓆𝓊𝒾𝒹𝒶.

Olá! É bom te ver por aqui!

･｡🍒｡･

No passo vampiro, cheguei no mesmo instante à sala de teatro. Me locomovi normalmente ao chegar à porta e apresentar minha moeda, adquirindo a única plaquinha restante de lances, a qual imediatamente guardei no bolso interno do paletó.  Havia apenas um motivo para eu estar nesse leilão e assim que o adquirisse poderia me retirar feliz e encerrar minha noite.

Tio Cleus apresentava uma escultura de madeira de um dos meus alunos adolescentes no palco, fiquei apreensivo de que o quadro do meu cachorrinho já tivesse sido um dos primeiros itens. Enquanto caminhava no corredor de poltronas mais vazias da última fileira fui conversando telepaticamente com minha mãe.

— Mãe, o quadrinho do seu neto... por favor, me diga que ainda foi arrematado. — Choraminguei.

— Não foi meu amor, provavelmente será um dos últimos. Seu tio quer mantê-lo aqui, esqueceu?

Suspirei, só me restava aguardar, desabei desanimadamente em uma poltrona. Distraído como estava, sentei-me ao lado de alguém e decidi que era melhor ficar ali sem chamar a atenção, seria deselegante sair após me acomodar.

O elegante e cheiroso rapaz sentado ao meu lado, parecia não ter ouvido direito o voucher no castelo do Drácula ser anunciado e repeti para ele, minha audição sempre foi ótima.

Olhei preguiçosamente para ele, um humano nascido com a beleza dos deuses, dizer que ele era apenas lindo seria ter um vocabulário paupérrimo. Olhos impressionantes como os de uma criatura mística que recebeu o brilho do ouro de presente, cabelos finos e encaracolados de cor chocolate. A máscara branca escondia o resto de sua bela face, mas não as belas bochechas rosadas e os lábios levemente cheios como um suculento e doce morango.

Desviei meus olhos, sentindo o coração descompassado no peito. Observei tão atentamente que o deixei desconfortável, mas ele deixou o clima mais leve ao continuar falando. Vovó arrematou aquele voucher, ela queria dar de presente para Shizui, seu aniversário seria em alguns dias.

Como um humano, ele parecia perplexo com o leilão, até me repreendeu ousadamente por chamar minha avó e o Drácula de velhos. Meu coração não estava batendo normal no peito conforme o leilão avançava e o humano bonito fazia pequenas pontuações sobre os itens.

— Mamãe... — Clamei quando o som da risada dele foi abafada por sua mão e ele me analisou atentamente.

— Filho, está tudo bem? — Ela respondeu prontamente e me endireitei na poltrona.

— Mamãe! Estou apaixonado! — Disse quando o humano de lindos olhos de sol sorriu lindamente e meu olhar caiu em sua boca esculpida por anjos.

O quadro da minha criança foi anunciado, eu só tinha olhos para o perfil da minha companhia que me disse ser formado em história da arte, assim como meu saudoso pai. Aquele humano pareceu gostar do quadro de Shizui que quase esqueci de comprar, apenas nos últimos instantes dei meus lances e o arrematei, pedindo para que minha mãe avisasse o tio Cleus para não pronunciar meu nome.