10 - Aniversário, Igreja e Inferno

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CHOU SANA, COREIA DO SUL, 1 DE FEVEREIRO DE 2016

- Derrama sobre ela o seu amor! - As vozes altas se sobressaiam no ambiente.

Nunca gostei de barulhos altos ou muitas pessoas aglomeradas. Claro, talvez eu gostasse das saídas esquematizadas que Jihyo planejava para as festas barulhentas repletas de adolescentes irresponsáveis. Bebidas, drogas, música alta e corpos suados. Eu estava vivendo, apenas. Afinal, qual o significado de viver?

Mirei o bolo coberto de chocolate, as velas com o número "20" indicando que Jihyo era uma verdadeira adulta agora. Uma adulta inconsequente e imatura, mas era minha namorada. E estava tudo bem, porque éramos inconsequentes e imaturas juntas.

Vivíamos às escondidas, como presas que fogem de seus predadores. Nós duas escolhemos não nos importar com hipotéticas consequências. Logo estaríamos longe, na faculdade poderíamos ser felizes abertamente. Sem pais opressores e religiosos ao pé da letra. Certo?

- Jihyo, querida, faça um pedido antes que o vento apague as velas por você. - A Sra.Park a orientou e Jihyo prontamente fechou os olhos, sorrindo quando assoprou as velas.

Ah, como eu amava aquele sorriso. Amava tanto quanto o momento que estávamos tendo agora, enfiadas dentro do banheiro minúsculo do quartinho que logo não teria mais dona. Os lábios ferozes de Jihyo atacavam os meus de forma apaixonada, as línguas entrando em contato em questão de segundos e o sorriso em meio ao beijo me fazendo sorrir junto.

Eu a amava também.

- Chou Sana. - Jihyo perguntou, beijando-me devotamente mais uma vez.

Claro, era perigoso. Mas a adrenalina que corria pelo meu corpo só me deixava mais ainda a mercê do amor que sentia por Jihyo. Sempre gostei de como meu nome completo soava em sua voz e ela sempre fazia questão de me chamar assim.

- Hum? - Eu respondi, segurando suas bochechas.

- Você vai para a missa das sete amanhã? - Assenti com um murmúrio, me concentrando em distribuir selares pelo pescoço cheiroso de Park. - Nos encontramos... - Jihyo respirou fundo quando deixei um chupão em sua pele alva, apertando minha cintura coberta pelo vestido longo florido que papai havia me obrigado a usar. - S-sana, deixar marcas é perigoso.

Encarei seus olhos grandes, brilhando com o desejo que seu corpo emanava. Eu queria fazê-la minha, mas não podia. Porque estávamos na casa dos meus sogros que nem sabiam que tinham uma nora, estávamos presas num banheiro minúsculo e não poderíamos fazer barulho algum. Já era arriscado o suficiente beijar Park Jihyo sem escrúpulos, imagine transar com ela nessas condições.

- Tudo bem, vamos parar aqui. - Me pronunciei, abraçando seu corpo. - Amanhã, no nosso lugar, certo?

- Até mais, Chou Sana.

- Até mais, Park Jihyo.

Até mais, nunca adeus. Na mesma intensidade que nos amávamos, tínhamos medo de nos perder. Não queríamos atrair a má sorte, então sempre nos despedimos com o objetivo de ver uma a outra em pouco tempo. Até mais era perfeito. Amar Park Jihyo era perfeito.

CHOU SANA, COREIA DO SUL, 2 DE FEVEREIRO DE 2016

Fugir das missas sagradas já foi uma tarefa difícil, mas eu, Chou Sana, sempre tive muita facilidade de enganar meus pais. Minha mãe sempre soube que eu era uma mentirosa de carteirinha, nunca gostei de ir para as missas, não era católica em geral. Minatozaki Sakura já havia desistido faz tempo de colocar juízo na minha cabeça, Chou Kazuki que era um grande problema.

Pieces Of Love Where stories live. Discover now