Lobo Azul - JIKOOK ABO 🐺💙

Capitulo #06

#LoboAzul
.
.
.
.
.

— E como você permite que uma coisa dessas aconteça, Namjoon? Está servindo ao castelo por diversão? o que estava fazendo quando isso aconteceu? — o rei proferia bravo entre os corredores do castelo.

Caos era o que acontecia naquele lugar.

Um grande caos.

Nada tinha sido declarado de um dia para o outro, mas assim que Sr.Park acordou, soube da notícia de que seu filho tivera fugido. E consequentemente havia deixado uma carta de despedida.

Namjoon foi o primeiro a alertar os demais guardas, assim também avisando ao rei.

Como era responsável pelo príncipe, infelizmente nada o impedia de ficar de fora de todas as broncas e questionamentos que o rei lhe daria sobre aquilo. Kim não estava nem próximo quando tudo aquilo aconteceu na noite anterior, afinal, estava ocupado demais com coisas que nem mesmo o rei poderia saber.

— Se acalme, Sr.Park... nós daremos um jeito de resolver tudo isso! — um dos guardas enfatizou a fim de acalmar o rei.

— Me acalmar? — questionou ironicamente. — Se o reinado souber desta tragédia estamos todos no fundo do poço! Jimin tem um casamento marcado! Como diabos irei explicar para o outro reino que o meu filho simplesmente fugiu porque queria ser "livre"? FUGIU DE UM CASAMENTO! DE UMA TRADIÇÃO!

Era visivelmente claro o quanto aquilo era preocupante. O ômega soltava um cheiro forte, esse que transmitia raiva e medo.

Nem mesmo sua esposa poderia saber sobre aquilo, além de que a mesma poderia reagir de uma maneira um pouco mais rigorosa.

— Façam ronda por toda Melpômene, e não ousem deixar nada escapar. Se souberem que Jimin fugiu, vocês conheceram o inferno. — ameaçou, recebendo um aceno positivo de todos os guardas.

Era perigoso demais pôr toda reputação do castelo em risco. Aliás, essa era a única preocupação do rei: manter as aparências.

Não era de se esperar que Melpômene fosse um dos reinados mais antigos e importantes daquele mundo. Tudo tinha que ser feito em ordem, e nada que fosse acabar com a reputação do reinado poderia surgir de repente.

— Um príncipe foragido? — o rei escutou atrás de si, um questionamento acompanhado por uma risada em tom de deboche.

Dooyoon se virou para o sujeito, esse que estava escorado perto de uma porta enquanto segurava um tabaco em sua boca. Era Yejun, primo de Park Jimin, dito cujo que morava junto no mesmo castelo.

— O que você quer, Yejun? — perguntou despreocupado.

— Quanta grosseria, tio Park. — sorriu debochado, se aproximando do mais velho. — Vim aqui ajudar. — ele disse, acendendo o cigarro.

Park Dooyoon odiava aquele cheiro.

— Parece que Jimin decidiu fugir, não é? — e de maneira cinica, soltando a fumaça da boca, Yejun continuou provocando. — Ele não é nenhum pouco esperto quanto aos seus vestígios.

Yejun sabia exatamente onde Park se encontrava, afinal, era o único realmente acordado durante a fuga.

Enquanto um lado do reinado buscava por rastros de fuga e informações discretas para encontrar o príncipe, em outro, o próprio tentava de algum jeito aproveitar a realização de seu sonho, se esforçando o máximo que pudera para conseguir sobreviver sozinho. Jimin e Jungkook tentavam fazer de tudo para que pudessem se proteger. O príncipe tentava de algum jeito aprender a esconder seu cheiro com todas as dicas que o alfa lhe proporcionava, tentaram até mesmo um banho de camomila a fim de que o cheiro da erva lhe trouxesse calmaria e consequentemente lhe dando liberdade para se esconder. No entanto, nada funcionou.

Mas mesmo com todas as tentativas falhas do ômega, Jungkook não ousou sair de seu lado, buscando todo tipo de técnica possivel para ajuda-lo.

— Isso é muito cansativo. — o ômega disse já exausto de tanto tentar. — Eu nunca vou conseguir e desse jeito vão me encontrar em breve.

Ambos estavam sentados em um pequeno sofá de um cômodo, onde não havia nada além de livros, quadros e potes cheios de folhas e ervas. Próximo do estofado havia uma janela que dava liberdade para o ar circular.

— Se você desistir agora, nunca vai conseguir. — Jungkook respondeu olhando para o loiro. — Você está indo bem, é só uma questão de tempo. Coisas assim precisam de paciência, me entende?

Jimin por um lado assentia com uma faceta triste, enquanto escorava sua cabeça e braços na parte traseira do sofá, olhando o movimento das árvores ao lado de fora.

Estava decepcionado consigo mesmo.

— Me desculpe por tanto trabalho... te coloquei em uma situação complicada e agora é possível que até mesmo você esteja sendo procurado. — se redimiu, ainda sem de fato encarar o alfa ao seu lado. — Você deve me odiar por isso... — ele riu, mesmo não querendo.

Jungkook não soube o que responder, e porventura a única coisa que saiu dentre seus lábios foi um pequeno suspiro.

— Eu não tenho nada a perder, Jimin. Não me importo se estão vindo atrás de mim também... a única coisa que quero é te ajudar — ele declarou. — Eu posso até ser mantido preso por isso, mas que diferença irá fazer? — ele riu sem graça. — Não vejo meus pais há décadas e a única coisa que tenho são galinhas velhas que me servem de alimento.

Jungkook sabia que era sozinho, e sabia como se sentia só. Não tinha consigo companhia alguma e por muitas vezes só saia à noite em busca de caça ou de passar o tempo ainda mais sozinho, por mais irônico que fosse. Jimin era sua única companhia depois de anos vivendo naquela situação.

— Meu avô sumiu há muito tempo e a esse ponto nem mesmo sei se aquele velhote ainda está vivo. — desabafou. — Eu não te odeio.

E mesmo que Park soubesse o quão estranho se sentia por não se encaixar onde deveria, nada se comparava ao peso que aquela frase teve em seu coração. Jimin sentiu uma adrenalina e felicidade incomum, mesmo que no fundo estivesse um pouco abatido pelas falhas tentativas de proteção.

Era a primeira vez que se sentia bem perto de alguém.

Era a primeira vez que alguém se importava consigo.

— Você... morava com seu avô? — o loiro questionou, tentando se distrair com aquele assunto.

Jungkook assentiu com um pequeno sorriso.

— Era um bom velhote... fazia coisas absurdas que pareciam desafiar as leis da física. — contou contente.

— Por que ele sumiu de repente? — perguntou curioso, se aproximando do alfa. — Digo, ele não morreu... não é?

O alfa por um instante pareceu pensar um pouco mais antes de responder. Na verdade nem mesmo ele sabia se o avô ainda estava vivo.

— Ele foi chamado para ser curandeiro de um pequeno soldado de um castelo vizinho... eles pagariam bem. — explicou. — Mas aí então se passaram dias, semanas, meses, até que se tornaram dolorosos 5 anos desde que não o vejo. Ele simplesmente sumiu, e ninguém teve sequer uma notícia daquele velho. — ele soltou uma pequena risada, abaixando a cabeça e olhando para as próprias mãos. — Sinto falta dele.

Era visível o quanto o alfa sentia saudade do mais velho.

— Mas acho que eu não tinha muito o que fazer. — confessou. — Afinal, ser um curandeiro em uma época como essa é um tanto quanto arriscado... é provável que tenham o matado.

— Espera... — Jimin se sobressaltou, olhando para Jungkook. — Seu avô era...

— BRUXO! — uma terceira voz veio do corredor.

Um beta estava escorado na parede, enquanto sorria olhando para Jeon e Jimin.