Em Suas Mãos

Capítulo 18 - Miserable (You & Me)

Han

Como eu poderia estar em êxtase e ao mesmo tempo imerso em preocupação? Ter 100% de certeza da reciprocidade de Minho aos meus sentimentos era muito gratificante, mas por mais que estivéssemos sintonizados emocionalmente, não tinha como ignorar a tensão que nos assolava quando pensávamos que talvez estivéssemos na direção de um futuro sem esperanças para nós dois, pois o os ponteiros dos nossos relógios já não se cruzavam com tanta facilidade e talvez isso nos carregasse para longe um do outro. O que eu poderia fazer com esse clima? Apenas ignorar e tentar absorver o que havia de melhor no momento?

Eu estendi minha mão e me entreguei a ele com todo coração, e estava bem claro que Lee Minho estava fazendo de tudo para se manter firme em pé perante todas as adversidades, por isso eu queria andar junto com ele, prender-me a ele, não importando o que viesse a acontecer. Por mais cansado que eu pudesse ficar com os meus compromissos, eu não poderia desistir daquele garoto, eu o admirava demais.

- Você realmente quer namorar comigo? - perguntou Minho novamente.

- Você é parte da minha vida, se eu precisasse te deixar agora, preferiria morrer.

Ele riu do meu tom dramático, mas na verdade eu não estava brincando.

- Eu estou falando sério - afirmei.

- Eu só quero que você tenha certeza disso, porque já é certo que vai ser mais difícil a partir de agora.

- Você é o meu coração, você sabe, né? E eu não quero perder uma parte de mim. Não é como se realmente não existisse uma resolução, jagi.

- "Jagi"?

- É diminutivo de Jagiya - expliquei, segurando-me para soar firme e não me sentir envergonhado por me atrever a usar um termo de afeto.

- Eu sei disso - disse Minho, sorrindo por achar engraçado eu tê-lo chamado carinhosamente de amor sem mais nem menos.

As pontas das orelhas dele começaram a avermelhar e eu quase senti como pudesse ser capaz de explodir por notar que cada reação dele elevava a minha serotonina a níveis tão altos, que era como se eu transbordasse de alegria ao assisti-lo corar por minha causa.

- Acho que está na hora de voltarmos para as nossas agendas do dia - falei, já me adiantando e subindo um degrau da escada, tentando me desvencilhar de ter o meu momento de ternura em pauta mais uma vez.

- Jagi - chamou-me Minho, segurando a barra da minha blusa pelas minhas costas -, não vá embora.

Eu virei para olhá-lo novamente e ele tinha um sorriso irônico nos lábios.

- Me ame como você me amava... - disse ele de forma exagerada, levando o dorso da mão até sua própria testa, simulando o princípio de um desmaio de k-drama.

Desci o degrau, voltando em direção a Minho.

- Você está debochando de mim! - reclamei da atuação dele.

- Diga que você ainda é meu! - dramatizou sarcasticamente, aproximando-se mais do meu corpo.

- Pare! - exclamei e levei minhas mãos ao seu peito para empurrá-lo, porém, Minho as segurou em frente a si e me olhou profundamente nos olhos depois.

- Eu te amo, jagi - disse ele, ainda com um sorriso em seus lábios, mas sem um tom de escárnio na voz dessa vez, ele apenas estava sendo sincero.

- Eu também te amo - respondi, completamente perdido em seus olhos castanhos.

Lee Minho me concedeu um último sorriso antes de me beijar, movendo sua língua lentamente com a minha e me desestruturando em seus braços. Se a nossa realidade não fosse ser assim para sempre, eu esperava que tudo isso fosse um sonho, mas um do qual eu não precisasse mais acordar.