Capítulo 8 - Winter Falls

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Minho

Definitivamente, eu estava tendo uma maré de sorte muito grande, pois não tinha apenas conseguido obter a afeição da pessoa que eu gostava, como também havia beijado ela e agora estava acordando ao seu lado pela segunda vez, e ainda com a regalia de estarmos adiantados do restante da casa, o que nos dava um tempo para que pudéssemos nos ajeitar e fugir de ter que dar explicações. Porém, antes que precisássemos sair dali, eu ainda queria poder curtir mais um pouquinho daquele despertar, e para que isso acontecesse, precisava acordar Han.

Não tinha como prever se ele estaria na mesma vibe que eu, pois poderia muito bem levantar com uma ideia totalmente diferente na cabeça depois do que havia rolado na noite anterior, mas eu estava disposto a correr aquele risco, já que ansiava por saber se a minha companhia ainda era bem-vinda da mesma forma.

- Hannie... - chamei sussurrando - é hora de acordar.

Ele estava de lado e aninhado sobre o meu peito do mesmo jeito que fizera na outra noite, mas como estávamos em um espaço menor do que a cama, sua perna esquerda passava por cima das minhas, pois foi preciso sobrepor um pouco do seu corpo ao meu para conseguirmos dividir o sofá com o mínimo de conforto.

Jisung bocejou de leve e olhou para mim em seguida, já com o rosto começando a corar, sem que eu tivesse feito qualquer coisa para obter tal reação.

- Você me chamou assim ontem também - comentou ele.

- Você não gosta? Eu posso parar...

- Não, não! Eu gosto - apressou-se para esclarecer.

Eram engraçadas as suas camadas, porque elas iam ficando cada vez mais contrastantes umas com as outras com o decorrer do tempo. Han era rapper e passava uma energia bem forte quando se atinha a cantar, dando ideia de ser alguém que sabia exatamente o que estava fazendo e onde estava pisando, mas ele era inexperiente em certas questões pessoais e por isso também acabava transmitindo ternura na sua incerteza.

O garoto saiu de cima do meu peito e eu quase pensei em segurá-lo ali, mas quando percebi que ele começou a se ajeitar para deitar de frente para mim, eu resolvi fazer o mesmo, parando na mesma configuração em que havíamos ficado no início da noite.

Quando nossos olhos se encontraram, eu senti que ele estava com um ar de quem estava prestes a rir, talvez porque não soubesse bem como lidar com aquela encarada sob a luz do dia.

- Bom dia, hyung - disse ele, sorrindo quase que involuntariamente.

- Bom dia - respondi de volta, feliz em podermos dividir aquele comecinho de manhã com uma sensação tão boa. - Você não precisa me chamar assim o tempo todo, pode deixar para fazer isso só quando Bang Chan ou os outros estiverem por perto. Nossa diferença de idade não é grande, então isso não significa muito para mim.

- Está bem.

Senti meus batimentos cardíacos aumentarem ao passo que continuamos a trocar olhares, eu estava com cada vez mais vontade de poder beijá-lo, porém com medo que alguém aparecesse e pudesse nos pegar no flagra. A respiração ligeiramente entrecortada dele acabava revelando o mesmo desejo implícito.

- Você sabe que horas são? - perguntei.

Han sacudiu a cabeça negativamente.

- Não faço ideia. Você está com seu celular aí?

- Não, deixei na minha mochila e ela está no seu quarto - falei. - Os outros acordam cedo no domingo?

Ele não conseguiu se conter e riu baixinho.

- O que foi? - perguntei.

- Nada, é que eu estava pensando a mesma coisa.

Mordi meu lábio brevemente, mas não consegui segurar o meu sorriso também.

Em Suas MãosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant