Capítulo 9 - Hold On

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Han

Ficar com um garoto era novidade para mim e talvez fosse por isso que parecesse tão empolgante, eu sabia que, em parte, não conseguia tirar Lee Minho da minha cabeça por estar apaixonado por ele, mas, por outro lado, isso se dava também pelo fato de que eu nunca havia vivido algo semelhante e estava muito entusiasmado com aquela experiência.

Apesar de emocionante, obviamente ainda havia um fio de sensatez que puxava meus pés de volta ao chão, pois também me sentia um tanto receoso com aquela descoberta, uma vez que ela poderia significar uma grande mudança na minha vida a partir de então, já que relacionamentos homossexuais costumavam não ser muito aceitos no nosso país e ainda menos dentro da indústria musical, onde eles geralmente nunca vinham à tona.

Embora eu quisesse me manter um pouco racional, era impossível não me deslumbrar com as emoções que estava sentindo, eu me pegava sonhando acordado constantemente e Minho era o protagonista em todos os meus devaneios.

Na semana seguinte, Bang Chan nos reuniu logo na segunda-feira para avisar que iniciaríamos um processo de sequências de gravações, tanto de ensaios e apresentações, como também de depoimentos que daríamos às câmeras de tempo em tempo, e tudo isso era parte de um projeto de programa que definiria se seguiríamos em frente com o debut do grupo ou não.

A partir de então, nossas diárias na JYPE passaram a ser mais intensas, pois tínhamos que pegar pesado nos ensaios, para mantermos a chance de finalmente iniciarmos a nossa carreira, até porque estávamos competindo com um grupo feminino por essa oportunidade, e a empresa considerava apenas um lançamento por vez.

Com isso, apesar de ainda continuarmos próximos, Minho e eu não conseguimos mais nos encontrar sozinhos e isso reduziu o nosso recente romance apenas a mensagens de texto, pois enquanto estávamos em meio ao grupo, costumávamos agir sem levantar suspeitas, com pequenas exceções quando não aguentávamos e trocávamos alguns olhares ou sorrisos mais significativos, porém ainda tomando cuidado para não deixarmos na cara os nossos flertes sutis.

Apesar da vontade que eu tinha de voltar a ficar com ele, pelo menos eu seguia feliz por continuarmos numa boa sintonia, mesmo que tivéssemos que aturar aquela pequena pausa, até porque estar perto dele me ajudava a aliviar um pouco a cabeça quando nos deparávamos com dificuldades no decorrer dos treinos.

Naquela semana, logo que testamos o palco para a primeira apresentação que faríamos juntos, Changbin e eu derrubamos os nossos microfones durante a performance, e tal gafe já foi um ponto negativo para aumentar o nervosismo quanto ao nosso desempenho, sem contar o momento em que eu me enrolei com a letra da música, e por mais que tenha dado uma contornada, não poderia aceitar uma falha dessas quando subisse no palco novamente. Ainda não tinha muitas pessoas assistindo, apenas o grupo feminino com o qual competiríamos, além de poucos agentes e staffs da JYPE, mesmo assim, deslizes como esses já faziam com que os nossos corações acelerassem, porque o show oficial seria realmente a nossa oportunidade de ouro.

Chan tentou nos acalmar nos bastidores após o ensaio, mas até depois de descermos para o camarim, continuávamos com aquela sensação desagradável.

— De repente, eu estou muito nervoso — admiti, enquanto assistia Changbin praticar as lines dele em voz alta por temer que a pronúncia do rap não saísse clara.

Minho estava com um sorriso constante no rosto, mas isso era claramente um reflexo invertido do que ele sentia naquele instante, talvez porque não fosse bom em lidar com as próprias emoções quando elas estavam à flor da pele. Mesmo que ele não tivesse lines individuais como todos nós, por ter entrado tardiamente no grupo e aquela música já estar pré-gravada, ainda assim ele precisava entregar todos os passos de dança com perfeição e isso demandava bastante concentração também.

Em Suas MãosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant