Capítulo 12 - Slump

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Minho

Talvez eu estivesse sendo audacioso demais em fazer com que Han passasse comigo aquela noite, mas nós dois tínhamos tido um dia tão estressante, que não consegui me conter de me agarrar naquela pequena esperança de restaurar a minha endorfina. Em determinado momento, Jisung virou de costas para mim e eu o abracei por trás pelo restante da madrugada, não havia nada que me satisfizesse mais do que poder me aconchegar com ele daquele jeito.

- Hey, Minho... - escutei chamar pela manhã.

Abri os olhos e me deparei com Bang Chan ligeiramente inclinado a olhar para nós dois na cama. Com aquele breve choque, fiquei petrificado sem responder.

- Acorde o Han e vamos tomar café da manhã, okay? - pediu o líder, falando baixo e sorrindo calmamente em seguida. - Antes que os outros garotos levantem e percebam que ele não dormiu no próprio quarto.

- Sim, hyung - respondi e esperei ele sair antes de despertar Jisung.

Soltei o ar devagar, assim que Chan deixou o quarto, aliviado que ele não tivesse brigado conosco por aquela escapada noturna para dormirmos juntos.

Pressionei um pouco a cintura de Hannie, trazendo seu corpo mais firmemente de encontro ao meu, e fiquei morrendo de vontade de beijar o seu pescoço daquele ângulo, mas não sabia se poderia me dar essa liberdade ainda, até porque ele seguia desacordado e não poderia decidir se era cedo ou não para isso.

- Han... precisamos levantar - falei com cuidado para não despertá-lo no susto.

Jisung se mexeu um pouco e então resmungou sem usar palavras, ele ainda devia estar com as energias baixas e eu estava triste por ser o portador daquela má notícia.

- Bang Chan pediu que a gente vá tomar café antes que os outros acordem, porque você não dormiu onde deveria.

- Eu não ligo que saibam que eu dormi aqui.

Desde que havia me deixado abraçá-lo em frente ao restante dos membros durante as filmagens do dia anterior, me parecia que Han estava dando sinais de que a cada dia entrava mais de cabeça na nossa relação e dizer aquilo só continuava confirmando ainda mais essa teoria.

- Não acho que seja somente por esse motivo que ele quer que a gente levante - expliquei -, acho que ele não quer que os outros pensem que podem ficar dormindo onde quiserem por aqui, e se a gente der esse exemplo, irão usar de trunfo para quando desejarem fazer isso.

- Tem razão... - murmurou com a voz sonolenta, o que fez com que eu o apertasse em meus braços mais uma vez.

- Eu também não queria sair daqui, mas precisamos ir.

- Okay...

Jisung se mexeu um pouco no colchão, mas não tentou sair dele logo de cara, apenas se virou de frente para mim e me fitou com os olhos muito redondos e cheios de ternura.

- Bom dia - disse ele, demonstrando estar com mais bom humor naquela manhã do que eu esperava.

Respirei fundo por um segundo, absorvendo a visão daquele garoto tão bonito a me olhar de um jeito carinhoso, e por mais que ainda estivéssemos fisicamente debilitados, eu sentia como se estivesse acordando em uma manhã de Natal ou como se tivesse ganhado na loteria, porque só de ter a presença dele ao meu lado, o meu dia já se iluminava automaticamente.

- Bom dia - respondi de volta e beijei seus lábios delicadamente.

Eu tinha absoluta certeza de que havia transparecido para Han todos os sentimentos que eu tivera durante os segundos em que o encarei admirado, mas reparei que não me importava que ele soubesse o que me fazia sentir, porque não havia jogos de conquista entre nós, eu me sentia plenamente seguro em depositar nas mãos dele as minhas emoções, pois, até então, tínhamos trilhado um círculo de reciprocidade.

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