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✓ Pete Saengtham

— Perdoe-me senhor Saengtham, mas todas as vagas já foram preenchidas - suspirei frustrado e saí do estabelecimento sem olhar para trás. Mais um dia em que estava praticamente me humilhando para conseguir um emprego, mas sem sucesso.

Caminhei de volta para casa enquanto sentia lágrimas descerem pelo meu rosto. Minha cabeça rodava um turbilhão de pensamentos negativos, como poderia alimentar meu pequeno se não tinha sequer dinheiro para comprar fraldas?? Ou como poderia pagar os aluguéis atrasados, estávamos quase sendo despejados!

Adentrei a pequena casa e encontrei meu irmão dando pequenas batidinhas nas costas de Macau enquanto o mesmo dormia serenamente. Sorri em meio às lágrimas:

— Hey Pete, o que aconteceu? - Arm veio até mim preocupado depois de colocar Macau no pequeno berço improvisado.

— Eu não sei o que fazer Arm, já é a terceira semana em que passo o dia fora atrás de algum emprego, mas como sempre, falhei miseravelmente - falei em meio aos soluços e meu irmão mais velho me abraçou - como vou conseguir sustentar o meu anjinho se eu não tenho dinheiro para comprar o básico?

Meu irmão não dizia nada, apenas me abraçava enquanto passava as mãos pelas minhas costas, tentando me confortar de alguma forma. Depois de alguns minutos assim, meu choro foi cessando e aos poucos, fui saindo de seu aperto.

— Sei que pode parecer loucura te dizer isso, mas o que acha de trabalhar comigo? - Arm perguntou e me peguei pensando na proposta.

— Não sei não Arm - respondi num suspiro - não tenho com quem deixar o Cau, além de que não quero me deitar com qualquer um.

— Você não precisa se deitar com qualquer um Pete, apenas irá dançar - ele me respondeu apertando meus ombros - e sobre o Cau, deixe ele com Tay, você sabe como aquele homem ama passar um tempinho com o afilhado dele.

Deixei um mini sorriso escapar pelos meus lábios e concordei com aquilo — pode parecer loucura, mas eu precisava arranjar dinheiro de alguma forma, ou eu e meu filho iríamos morrer sem teto e de fome.

Meu filho…

Lembro-me como se fosse hoje quando descobri que seria pai, fiquei em choque mas logo a felicidade tomou conta de mim. Fui correndo contar para o doador de espermas — que na época infelizmente era meu namorado — sobre a notícia.

"Você abriu as pernas para qualquer um e agora vem me falar que esse bastardo que está na sua barriga é meu filho, não vou cair nesse seu papinho Pete!"

Foi o que ele me disse antes de subir para o quarto, arrumar suas coisas e sumir pela porta da frente. Na época sofri muito, muito mesmo, achava que ele era o amor da minha vida, mas me enganei cruelmente.

Tentei recorrer a ajuda da minha mãe, mas a mesma me humilhou e respondeu que não queria ver minha cara e nem a do meu filho — pelo o que parece, é uma vergonha para ela que seu filho caçula também seja gay e que tenha engravidado. A velha era devota da igreja e achava que tinha o direito de julgar quem ia para o inferno ou não. É claro que eu, meu filho e meus irmãos estavam na lista de quem desceria e sentaria no colo do capeta.

Por sorte, tenho o apoio dos meus dois irmãos mais velhos, Arm e Tay que sempre estão ali por Macau e por mim. Eles também foram deserdados pela mulher que nos gerou, mas ela não faz nenhuma falta em nossas vidas.

Agora, depois de alguns longos meses, meu bebê está prestes a fazer um aninho, um aninho de muita fofura e gostosura.

— Avisei o chefe sobre o seu interesse Pe, ele quer te ver ainda hoje - arregalei meus olhos e olhei boquiaberto para Arm - às 19:30.

Sexy Body || VegasPete Onde histórias criam vida. Descubra agora