011. spicy pepper

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Sabina Hidalgo

—Any: Cala a boca, Sabina. — Ela murmurou baixo, se segurando para não rir.

—Para de me mandar calar a boca, cala você, eu tô nervosa, liga a porra da luz. — Ela começou a rir alto. —Não, não faz barulho, pelo amor de Deus para de rir. — Supliquei me agarrando mais nela, quando nossas vozes fizeram eco.

Não conseguia ver nada, estava tudo escuro e casa inteira um completo silêncio. Eu só podia sentir a mão de Any, porque ela estava sendo esmagada pela minha, enquanto subíamos a escada. Se eu não estivesse tão grudada nela, já teria saído ralando degrau a baixo, e nenhum esforço para chegar aqui teria válido apenas.

—Any: Para de me mandar calar a boca. — Ela disse ainda rindo.

—Cala a boca Any Gabrielly! — Falei um pouco mais alto.

Ela se virou de um vez, fazendo eu me assustar. Any se aproximou mais, o que me fez meus os olhos se arregalarem mais, e eu nem sei se isso era possível. Mesmo não conseguindo enxergar nada direito, eu conseguia ver o brilho intenso dos seus olhos próximo dos meus.

—Any: Vem calar. — Sussurrou.

Meus pensamentos não estão mais preocupados em sentir medo, eles estão ocupados demais tentando se controlar com ela tão próxima assim.

Eu deveria beijar ela agora, e depois sair correndo.

—Vai se foder. — Falei no mesmo tom que ela.

Ouvi sua risada baixinha, e depois tudo ficou em silêncio de novo, mais tenho certeza que no seu rosto tem um lindo sorriso debochado.

Ela apertou minha mão, e se afastou, antes de terminar de subir correndo enquanto me puxava. Passamos por um longo e inacabável corredor, até chegar no seu quarto, e assim que entramos ela acendeu a luz, e fechou a porta. Eu deixei minha mala em qualquer lugar no chão, e me joguei em sua cama enquanto ela me observava com os braços cruzados.

—Any: Espero que você não tenha mijado nas calças.

—Não enche. — Peguei um dos travesseiro, e joguei em sua direção, mais ela pegou antes que batesse nela.

—Any: Pode usar meu banheiro, eu vou usar o do andar de baixo. — Ela me jogou o travesseiro de volta, tirou o salto dos pés, e foi até o closet.

—Vai me deixar aqui sozinha? — Levantei a cabeça para encarar ela.

—Any: Com quantos anos você parou de dormir na cama dos seus pais? —

—Você está sendo irônica?! — Ela colocou a cabeça para fora, e ergueu a sobrancelha. —19 talvez.

—Any: Que neném mais lindo. — Ela riu enquanto caminhava até a porta com a roupa, e uma toalha nas mãos, e me olhou antes de sair. —No armário do banheiro tem tudo que você precisa, agora levanta logo daí e vai tomar banho.

Ela saiu e fechou a porta, me deixando sozinha olhando o teto branco do quarto. Me levantei com pressa depois de um bom tempo deitada, e fui até minha mala para poder pagar uma roupa. Quando entrei no banheiro, tirei a roupa com a porta ainda aberta e caminhei até o box para poder ligar o chuveiro. Senti meus lábios se curvarem em um enorme sorriso, ao ver a calcinha de renda vermelha pendurada no vidro embaçado por causa da água quente.

𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘁 𝗹𝗲𝗮𝘃𝗲 𝗺𝗲 - 𝘀𝗮𝗯𝗶𝗮𝗻𝘆 Where stories live. Discover now