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Não há nada que me assuste em uma batalha um contra um, eu treinei por anos para isso. A arena da Ordem era o lugar perfeito para nos prepararmos para o que viesse nessas situações, mesmo que estivéssemos em desvantagem de magia os capitães estavam lá para auxiliar e ensinar como lidar com situações de fraqueza.

Mas eu era uma capitã. Talvez a mais fraca de todos os nove... e estar de frente com a de mais alto escalão do exército de Jaya enfraquecia minhas pernas.

Eu estava preocupada com Lukas até certo ponto. Ele de fato sempre fora melhor do que eu em combate, mas ser lançado pela janela daquela forma... Pelo menos ele conseguiu sair vivo, mas o quão machucado ele saiu daquilo?

Eu não teria uma resposta a menos que saísse dali viva.

Diferente da grande maioria dos oponentes que já enfrentei em minha curta vida, Megan não sorria como se contasse vantagem. Ela estava séria perante minha presença, carregada de ódio ao mesmo tempo que observava meticulosamente meus movimentos, minha respiração e meu colar balançante sobre meu peito que se recusava a se manter calmo. Minha respiração estava acelerando assim como meus batimentos cardíacos. Meus lábios estavam secos, diferente de minha pele já suada com o nervosismo.

Os olhos de Megan, verdes cheios de esperança, estampavam a coragem e a determinação de alguém que não luta pelo rei, mas sim pelo seu povo.

A armadura dela parecia rígida e resistente, apesar de apenas um de seus braços estar coberto pela camada metálica. Talvez ela usasse aquilo para expor as tatuagens negras dos Berserkers no braço esquerdo, talvez para deixar sua movimentação mais leve. Eu não sabia, Megan era a pessoa da qual menos tínhamos informações na Ordem. Uma mulher perigosa, sangue frio e racional, que não se deixa levar por emoções em batalha. Mesmo se eu fosse alguém próxima dela, ela ainda teria aquele olhar de quem estava determinado a arrancar minha cabeça.

E ela estava vindo em minha direção. A espada prateada com uma lâmina de quase um metro de comprimento parecia leve demais para aquela Berserker ruiva, que a empunhava com maestria.

— Vocês não temem a morte, para estarem querendo barganhar contra nós. — Ela apontou a lâmina em minha direção. — Eu não dou segundas chances garota. Chegou sua hora.

Eu respirei fundo e segurei Nana com força, fazendo o pingente se expandir e tomar sua forma verdadeira, a foice dos Banshees. A pedra laranja se iluminou com raiva, e eu comecei a sentir meu corpo mais leve e rápido.

— Eu temo a morte, mas não a minha. Existem pessoas pelas quais eu estou fazendo o que faço. — Eu disse calmamente, girando Nana em minhas mãos até segurá-la de forma confortável.

— Então vai ser decepcionante não conseguir proteger ninguém, Banshee.

Megan segurou sua espada com as duas mãos, trazendo o cotovelo para a lateral do rosto. Uma posição tanto agressiva quanto defensiva. Ela estava esperando meu primeiro movimento, então eu não poderia deixa-la esperando.

Eu avancei. Desferi um golpe tentando perfurar a perna direita da Berserker com a ponta da foice, mas ela conseguiu ser mais rápida do que a velocidade da pedra laranja. Megan girou o corpo para a direta e chutou a lâmina de Nana, me desequilibrando pelo impacto intenso da força da Berserker. Em seguida, se aproveitando da brecha ela desferiu um corte em minhas costas que teria sido letal se não fosse pelo macacão da Ordem.

Eu caí no chão e rolei para amortecer a queda, ainda com Nana em minhas mãos. Mas uma foice daquele tamanho estava começando a me atrapalhar. Mas havia uma forma de consertar esse problema.

A Rosa de SangueWhere stories live. Discover now