Capítulo 27 - I Hate You

Börja om från början
                                    

- Você me sequestrou. - Murmurou, incrédula

- Eu não sabia mais o que fazer. Estava improvisando, nada disso estava nos meus planos. Me apaixonar por você nunca esteve nos meus planos.

Uma careta surgiu em seu rosto delicado, como acontecia sempre que meus sentimentos por ela eram ditos em voz alta. Era incômodo, indesejável. Fazia seus olhos fugirem dos meus. Mas era a verdade.

- Pare de dizer isso, ninguém se apaixona em uma noite. Em tão poucas horas.

- Tem razão. Na verdade, eu tenho como hobby arriscar minha vida por mulheres extremamente atraentes de tempos em tempos. - Sorri de lado, sem poder me conter.

- Não foi engraçado. - Mas eu podia ouvi-la disfarçar o riso.

- Você está rindo. Está sim, olhe para mim. - Tentei segurá-la pelos ombros, trazer seus olhos de volta, mas não funcionou.

- Me solte, não quero olhar para você.

- Tem medo que eu veja seus olhos, e descubra que também está apaixonada por mim?

- Por Deus, não estou apaixonada por você. - Disse, emburrada, desvencilhando-se de meus toques. - Você arruinou a minha vida.

Voltei a me ajeitar na poltrona. Havia me esquecido por um instante, de quem eu era, e de onde estava.

- Você provavelmente tem razão. - Falei.

- Eu sei que tenho. Por culpa sua eu perdi minha cliente e minha sanidade, não sei quando poderei ver minha família ou minha melhor amiga outra vez. - Ela voltou a me olhar, transbordava ira, revolta, mas permaneci firme. - Por culpa sua eu estou aqui agora. Eu perdi tudo o que tinha. Tudo isso, tudo é culpa sua.

- Eu realmente sinto muito. - Era só o que me restava dizer.

Michelle aproximou-se, apoiada sobre os próprios joelhos, como se quisesse ter certeza de que eu a ouviria bem. Meu olhar vacilou até seus lábios rosados, o bom senso me fez voltar a olhá-la nos olhos. Ali estava, um verdadeiro desafio para meu autocontrole.

- Não parece que sente. - Disse, agarrando os cabelos da minha nuca sem pedir permissão, fazendo-me exasperar em surpresa. - Você não dá a mínima, não é?

Precisei de um instante para me recompor. Não pensava racionalmente. Precisava pensar racionalmente.

- Isso... não é verdade. - Quatro palavras, um enorme esforço em fazê-las sair.

Michelle estava perto demais.

- Mentirosa. - Proferiu, entre dentes. - Você é egoísta, cruel, insensív... - A urgência em calar aquelas palavras me fez avançar sobre seus lábios. Macios, quentes, como eu me lembrava, como eram em meus sonhos.

O arrependimento me atingiu como um baque, foi quase imediato, fez com que eu tentasse me afastar, mas ela não permitiu. Moveu a boca sobre a minha, aprofundando aquele beijo, prendendo-me em seus encantos. Michelle era aquilo, minha ruína e minha perdição, para a qual eu me entregaria de bom grado, sem relutar.

A fúria transbordava de seus lábios, deslizava sobre nossas línguas, envolvia nossos corpos e fazia com que queimassem juntos. Suas mãos descontavam em meus cabelos, puxando-os, apertando os fios entre os dedos, sentindo minhas mãos percorrerem seu corpo sem contenções. Dos ombros aos seios delicados contra os quais minhas palmas se fecharam, um suspiro quente contra minha boca, unhas firmes marcando minha nuca.

Não era a Camila doce ali, a que ela havia conhecido no parque, que cheirava a flores, e a levava para jantar. Aquela era a verdadeira eu, a pessoa que eu tentava ocultar, que se escondia nas sombras e escorria entre meus dedos. A Camila que morreria e mataria por ela, sem pensar. Que seria incapaz de ser gentil naquele momento.

Now Or Never - CamrenDär berättelser lever. Upptäck nu