Capítulo 24 - penúltimo

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Olhei para a tela do GPS e notei quatro pontos. Dois estavam na casa onde Dulce estava. Os outros dois estavam mais perto de nós. Pelo rádio ao lado de Dennis, a polícia enviou um comando:

Polícia: Vá! — subi os degraus de três em três. Peguei a mochila pesada e sai pela porta dos fundos. Joguei a mochila por cima do muro de tijolos que dividia as propriedades e pulei. Os vizinhos não estavam em casa e não tinham cães. Agradeceria a cada uma dessas bênçãos. Pulei outro muro e fui para o norte. Quatrocentos metros adiante, me perguntei se seria uma armadilha. Quando o telefone tocou, atendi e continuei andando.

Díaz: Tem uma lixeira à sua esquerda.

Ucker: Estou vendo.

Díaz: Jogue o pacote nela.

Ucker: Onde a Dulce está?

Díaz: Segura. Eu garanto.

Ucker: Sua garantia não é o suficiente.

Díaz: Olhe para a frente. Está vendo aquela van? — Uma van branca com um logo de pizza delivery na lateral estava parada ao final da rua. A porta lateral se abriu e olhei mais de perto.

Ucker: Pai? — sussurrei.

Díaz: Um bom vigarista tem sempre duas opções, não é, Uckermann? Você é um homem de negócios, vai entender. Jogue o dinheiro na lixeira e eu solto o seu pai.

Ucker: E a Dulce?

Díaz: Tudo a seu tempo. Ela vai me ajudar a escapar ileso. Se você fizer tudo o que eu disser, vou cumprir a minha palavra. — Um homem segurou meu pai e o empurrou.

Sherman: Acabe com eles, Christopher! — meu pai gritou. Corri para o outro lado da rua, joguei a mochila na lixeira e me afastei.

Díaz: Muito bem.

Meu pai foi empurrado para fora da van, que arrancou e partiu. Corri em direção a elei. Na esquina, um caminhão de lixo virava para entrar na rua. Quando cai sobre meu pai, a van explodiu. Baixei a cabeça e cobri a do meu pai. Quando ergui os olhos, vi a van ser engolfada. Meu pai estava atordoado, e o caminhão de lixo sumiu por entre as ruas, carregando dez milhões de dólares.

P.O.V. Dulce

Me concentrei na seringa, que ficava ao meu alcance em cima da mesa. Vi Diaz enchê-la de heroína, e sabia que continha quantidade suficiente para matar quem entrasse em contato com a agulha. O golpe mortal... Seria assim que eu deixaria este mundo? A arma na mão de Diaz não me assustava tanto quanto aquela seringa. Ele gritava ordens e mais ordens. Mudava do espanhol para o inglês, sem saber que eu entendia cada palavra. Me encolhi quando a casa tremeu pela segunda vez. A segunda explosão ocorreu quando Diaz estava ao telefone com seu cúmplice. Numa resposta fria, ele balançou a cabeça e guardou o telefone no bolso.

Díaz: Essas crianças continuam brincando de explodir.

Dul: Você os matou?

Díaz: Que palavra desagradável. Eu os libertei. A morte é simplesmente um trampolim para a próxima vida. — Ele sacudiu a arma em minha direção. — É o medo da morte que mantém as pessoas na linha. Quando não se tem medo é que se aproveita ao máximo este mundo. — senti a respiração pesada. Ele era louco, frio e esperto, mas, naquele momento, me sentia igualmente fria e louca, mas muito mais esperta. — Hora de ir, Sra. Picano.

Dul: Não me chame assim — Diaz parou.

Díaz: Ora, ora, cheia de exigências.

Dul: É Sra. Uckermann. — Ele ergueu a sobrancelha e sorriu. Uma sombra do lado de fora das cortinas fechadas da cozinha chamou minha atenção. Diaz se virou, estendi a mão e peguei a seringa. Antes que Diaz se voltasse, houve uma terceira explosão. O sorriso no rosto de Diaz sumiu quando ele virou na direção do estrondo, que obviamente o pegara de surpresa. Soltou uma série de obscenidades, me pegou pelo braço e me puxou para levantar.

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